A Spodoptera frugiperda, conhecida como lagarta-do-cartucho do milho, é uma ameaça importante no cultivo do milho nas Américas, responsável por perdas substanciais na produção agrícola em diversas regiões produtoras do Brasil e do mundo todos os anos.
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Apesar dos esforços dos produtores em empregar estratégias de controle, como o plantio de lavouras geneticamente modificadas ou a aplicação de inseticidas químicos, o manejo eficaz tem se tornado uma tarefa desafiadora. Falhas nesses métodos têm sido amplamente relatadas, evidenciando a complexidade dessa praga.
A lagarta-do-cartucho destaca-se como uma das principais pragas do milho, causando danos que podem atingir entre 60% e 100%, dependendo de fatores como escolha do híbrido, época de semeadura, população da praga e estádio de desenvolvimento da cultura.
Por que a lagarta-do-cartucho tem se tornado um problema cada vez mais preocupante nas lavouras brasileiras?
A lagarta-do-cartucho, também conhecida como lagarta-militar, não se limita ao milho; ela se alimenta de órgãos vegetativos e reprodutivos de outras culturas de interesse agrícola, como algodão e soja.
As mudanças no sistema de produção, incluindo cultivos sucessivos de plantas hospedeiras, conhecidas como “pontes verdes”, têm permitido a sobrevivência e a proliferação da lagarta-do-cartucho. A consequência direta desse sistema é o aumento na pulverização de inseticidas, levando à seleção de populações resistentes, o que torna seu manejo e controle cada vez mais desafiadores.
S. frugiperda, originária da região tropical, tem uma presença disseminada em todo o continente americano. No Brasil, ela está presente em todos os Estados, e sob condições favoráveis, as perdas podem atingir níveis alarmantes, chegando a 100% da produção.
As características polífagas da lagarta-do-cartucho a tornam ainda mais desafiadora, tendo em vista a sua capacidade de afetar diversas culturas. Dessa forma, preferem atacar o cartucho das plantas de milho, sorgo e milheto, além de causar danos em lavouras de algodão, soja, feijão, arroz e pastagens.
Características desafiadoras da lagarta-do-cartucho
As características únicas da lagarta-do-cartucho tornam seu controle uma tarefa árdua. Seu ciclo de vida, comportamento durante as fases de desenvolvimento e temperatura ideal para seu desenvolvimento são fatores determinantes.
Ciclo de vida
O ciclo de vida da lagarta-do-cartucho compreende quatro fases distintas: ovo, seis estágios de larva, pupa e fase adulta. A duração de cada uma das fases tem variação a depender das condições ambientais e cultura hospedeira:
- fase de ovo: tem duração entre três e cinco dias;
- estádios de lagarta: compreende seis estágios de lagarta, sendo que, entre a lagarta em estágio inicial e lagarta estágio final, são cerca de 14 e 22 dias;
- fase de pupa: tem duração entre sete e 13 dias;
- fase adulta: tem duração entre 10 e 12 dias.
Esse ciclo, cuja duração total varia de 30 a 46 dias, é influenciado por temperatura e disponibilidade de alimento. A fêmea adulta pode ovipositar até 1500 ovos em massas na parte inferior das folhas, vivendo cerca de três semanas.
A larva, ao passar por seis estágios de desenvolvimento, exibe uma coloração variável, podendo ser verde, amarela, marrom ou preta, apresentando uma marcante mancha em forma de Y na cabeça e quatro pontos pretos no último segmento abdominal.
Após esse estágio, ela se pupa em um casulo no solo ou na planta, permanecendo nessa fase por um período de sete a 13 dias.
O adulto, uma mariposa de tonalidade cinza ou marrom, com envergadura de 3 cm a 4 cm, vive de 10 a 15 dias e se reproduz durante a noite.
Comportamento alimentar
Além de ter preferência por se alimentar da parte da planta de milho denominada cartucho, a praga se enrola formando um tubo ou cartucho no interior da folha, o que justifica o nome pelo qual é conhecida.
A lagarta ataca a planta de milho em todos os estágios de desenvolvimento, preferindo o cartucho de plantas jovens. Se o ataque ocorrer nos primeiros 30 dias, a praga pode seccionar as plântulas rente ao solo, resultando em morte e redução da população de plantas na área, impactando diretamente na produtividade da cultura.
Além disso, é durante a noite que a lagarta-do-cartucho tem preferência para realizar a herbivoria das folhas (alimentação), em função, principalmente, da redução das temperaturas e da ausência da luz solar, tornando o controle ainda mais complexo.
Condições favoráveis
Em anos secos, situação encontrada nas principais regiões produtoras do Brasil, a lagarta-do-cartucho pode produzir até 10 gerações da praga por ano, aumentando consideravelmente a sua população em níveis alarmantes, se tornando capaz de dizimar as lavouras produtoras. Temperaturas entre 25 e 28 °C favorecem a praga e são consideradas ideias para o seu desenvolvimento.
Consolidando a era da Spodoptera: desafio crescente na cultura do milho
Na dinâmica do sistema de produção, sobretudo na rotação soja-milho, observa-se um aumento significativo na pressão exercida pela lagarta-do-cartucho a cada ano que se passa.
O milho, sucedendo à safra de soja, enfrenta um contexto desfavorável, propício para o pleno desenvolvimento dessa praga. Isso ocorre devido à vulnerabilidade das plantas recém-emergidas, que se encontram suscetíveis a serem atacadas pela lagarta, que já se encontra em populações elevadas no campo, configurando um cenário desafiador para a cultura do milho.
Foi a partir de 2015 que as Spodopteras passaram a se destacar nas lavouras brasileiras, especialmente porque as biotecnologias focaram em outras pragas, fazendo com que esse gênero predominasse nos ambientes produtivos.
Esse ciclo persistente, aliado à resistência das lagartas e às biotecnologias presentes no mercado, têm acentuado a complexidade da gestão dessa praga. Além disso, a aplicação fora de timing correto e a ausência de monitoramento tem intensificado o cenário, consolidando o problema das Spodopteras, especialmente a lagarta-do-cartucho.
Assim, é necessária a implementação de estratégias específicas para mitigar o impacto crescente das lagartas do gênero Spodoptera, principalmente de S. frugiperda, tanto nas lavouras de milho quanto em outras culturas de relevância agrícola que contribuem para posicionar o Brasil como um dos principais produtores mundiais de grãos.
Como proteger as lavouras das Spodopteras de maneira eficiente, mesmo em condições climáticas favoráveis?
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Principais características e benefícios de INSTIVO®:
- duplo modo de ação: confere maior eficácia, espectro e efeito translaminar, garantindo uma proteção abrangente para as lavouras de milho;
- eficiência: imbatível no controle da lagarta-do-cartucho;
- amplo espectro: além de controlar as lagartas, entrega supressão em ácaros e tripes;
- tecnologia OPT: absorção rápida pela folha, ação translaminar e distribuição aprimorada do ativo, assegurando ação imediata e eficaz.
Para enriquecer o arsenal do produtor contra as lagartas, INSTIVO® oferece flexibilidade, permitindo aplicações em diferentes estádios da cultura e condições climáticas. Além disso, a mistura com herbicidas e fungicidas é possível, proporcionando um manejo integrado eficaz. Confira no vídeo a seguir como INSTIVO® age:
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INSTIVO® não é apenas um inseticida, é a solução definitiva no controle de pragas, estabelecendo um novo patamar para virar o jogo contra as lagartas, protegendo as lavouras e permitindo uma produtividade sustentável.
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Muito bom o artigo. Parabéns.