Nos últimos 11 anos, houve um aumento de 179% na área dedicada ao cultivo de milho segunda safra no Brasil, comparando a safra 2011/12 com as projeções para 2022/23. Considerando as mesmas referências, verifica-se um aumento de 146% de produção. Ao mesmo tempo, pesquisas apontam que a lagarta-do-cartucho, uma das principais pragas da cultura, vem aumentando em importância. Assim, cabe ressaltar que a incidência da praga limita os ganhos em produção, considerando os elevados incrementos na área cultivada.
De toda forma, os resultados impressionantes que colocam o Brasil como terceiro maior produtor de milho do mundo e com crescimento percentual por safra muito superior aos EUA e China – que ocupam a primeira e a segunda posição, respectivamente – devem-se às tecnologias e estratégias de manejo, que fizeram decolar o milho safrinha.
Por isso, a seguir serão tratados pontos importantes sobre a incidência de lagarta-do-cartucho no milho, para, então, detalhar 3 técnicas de manejo eficientes no controle dessa praga.
A lagarta-do-cartucho na cultura do milho
As lagartas do gênero Spodoptera são consideradas pragas de grande importância nos cultivos de interesse econômico, por sua alta incidência e capacidade de danos que afetam a rentabilidade do produtor rural de maneira significativa. Entre as espécies, a Spodoptera frugiperda, cujo nome popular é lagarta-do-cartucho, se destaca pela agressividade com que age na cultura do milho.
Essa lagarta é assim conhecida por atacar principalmente a parte central do milho, conhecida como cartucho. Ainda assim, sua atividade acomete diversas estruturas das plantas, além de que não se faz presente apenas no milho, incidindo também sobre uma ampla variedade de cultivos da agricultura.
A atividade da lagarta-do-cartucho na cultura do milho gera os seguintes danos às plantas:
- diminuição da capacidade de fotossíntese, pela redução da área foliar;
- déficit de desenvolvimento da planta, por danificar a parte central (cartucho);
- redução da quantidade de espigas formadas, por atacar as hastes;
- interferência na qualidade e na quantidade de grãos colhidos, por atacar as estruturas reprodutivas.
Os danos que a Spodoptera frugiperda causa à cultura do milho podem reduzir a produção em até 60%, causando perdas anuais que podem ultrapassar U$ 400 milhões. Diante desses números alarmantes, o produtor de milho precisa saber reconhecer e identificar a espécie na lavoura para poder aplicar as técnicas corretas de manejo antes que a população da praga fique acima do nível de controle.
Características e ciclo de vida da Spodoptera frugiperda
Essa lagarta diferencia-se das demais do mesmo gênero por sua cabeça escura e por uma marca em formato de Y invertido na parte frontal. Ao longo do corpo, a lagarta-do-cartucho apresenta pontos escuros muito característicos da espécie, que formam um quadrado no penúltimo segmento. No tórax, totalizam-se três pares de pernas, além de apresentar cinco pares de falsas pernas, localizados no abdômen.
Os ovos recém-depositados nas folhas são verde-claros, mas tornam-se alaranjados próximo à eclosão, dentro de um período de dois a três dias. Entre 15 e 30 dias, a praga permanece na fase larval. Já em forma de lagarta, perfura folhas, danifica espigas e destrói o cartucho para se alimentar e se desenvolver, podendo chegar a 50 mm de comprimento.
No solo, as lagartas adultas se transformam em pupa, que dá origem à mariposa após cerca de 12 dias. Assim, avaliar a presença de ovos nas folhas, de pupas no solo, de mariposas na lavoura e de lagartas nas estruturas das plantas permite identificar a presença da praga e o andamento de sua reprodução, a fim de determinar a necessidade de aplicar técnicas de controle.
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3 técnicas para controlar a lagarta-do-cartucho no milho
Com o monitoramento adequado, é possível definir quando começar a agir para controlar a lagarta-do-cartucho. Entre as estratégias viáveis para o produtor rural, três delas destacam-se por sua eficiência em impedir danos à lavoura e também por reduzir a pressão da praga nas safras seguintes, permitindo um manejo que se estenda para milho primeira safra, milho safrinha e para as culturas de sucessão.
#1 Utilização de híbridos resistentes
O uso de cultivares de milho modificadas para gerar plantas resistentes ao ataque da S. frugiperda é uma técnica de controle que vem rendendo bons resultados e sendo cada vez mais comum entre os produtores de milho. Essa biotecnologia consiste na modificação genética do milho, que recebe genes da bactéria Bacillus thuringiensis – por isso o uso dos termos “milho Bt” ou “tecnologia Bt”.
Essa planta, então, passa a expressar proteínas nocivas à lagarta-do-cartucho e a outras pragas. Ao alimentar-se do milho Bt, a lagarta ingere as proteínas inseticidas, que reagem no estômago da praga gerando toxinas e levando-a à morte.
A utilização de cultivares resistentes, no entanto, precisa ser feita em conjunto com o TS e com o controle químico, a fim de combinar produtos com modos de ação distintos e evitar a seleção de pragas resistentes às soluções.
#2 Tratamento de Sementes
O TS para a cultura do milho é uma técnica de manejo preventivo contra a lagarta-do-cartucho, importante principalmente em áreas com histórico de incidência da praga. A partir de plantas mais vigorosas desde a emergência, a cultura fica menos suscetível aos danos causados pela Spodoptera frugiperda, além de que o TS inseticida atua no metabolismo dos insetos de maneira precoce, evitando a continuidade das gerações.
#3 Controle químico
Por mais que o TS e o uso de híbridos resistentes demonstrem eficiência, não são técnicas que, sozinhas, funcionem a longo prazo. Os efeitos de se confiar somente no uso dessas tecnologias foram verificados em pouco tempo: as populações de pragas como a lagarta-do-cartucho vêm aumentando por conta das estratégias de manejo que não rotacionam ativos.
Os resultados são gerações de lagartas resistentes às tecnologias inseticidas e o seu crescimento populacional. O interessante sobre esse assunto é que o uso de TS e de milho Bt entrega plantas fortalecidas e controla as pragas no período mais crítico, retardando a necessidade de aplicação inseticida. Ainda assim, o controle químico continua sendo parte indispensável do MIP (Manejo Integrado de Pragas).
Qual o inseticida decisivo no controle de lagartas no milho?
Para o controle da lagarta-do-cartucho e outras do gênero Spodoptera, o inseticida INSTIVO® é decisivo. Com a combinação de dois ingredientes ativos de diferentes modos de ação, a solução entrega um amplo espectro de controle, performance superior e período residual mais longo, proporcionando resultados superiores se comparado a outros produtos à base de diamidas.
Assim, INSTIVO® oferece os seguintes benefícios:
- Duplo modo de ação: confere maior eficácia, amplo espectro e efeito translaminar.
- Eficiência: imbatível no controle de lagarta-do-cartucho.
- Amplo espectro: possibilita sinergismo entre as moléculas.
- Tecnologia OPT: único que controla todas as espécies de Spodoptera.
Esse último ponto é importante destacar. Afinal, o que é a tecnologia OPT de INSTIVO®? O segredo está na formulação inovadora da solução, que não apenas combina dois ativos inseticidas, mas faz com que um potencialize a ação do outro, o que permite uma performance mais incisiva no controle de lagartas Spodoptera, agindo em cada espécie em seu ponto fraco e driblando a evolução da seletividade no metabolismo das pragas.
A seguir, a explicação completa sobre a tecnologia OPT de INSTIVO®, que funciona igualmente, tanto na cultura da soja quanto na do milho:
Dessa forma, INSTIVO® é uma solução estratégica na integração das 3 técnicas de controle da lagarta-do-cartucho. Enquanto o TS e a cultivar de milho Bt controlam a praga desde o início, INSTIVO® soma no controle químico, para ser aplicado no início da infestação, assim que surgem os primeiros sinais da presença das pragas.
Os danos das lagartas já tendem a aparecer mais tardiamente na lavoura, por conta do TS e dos híbridos resistentes, de maneira que o controle químico com a eficiência de INSTIVO® pode reduzir a necessidade de aplicações, diminuindo a quantidade de operações de pulverização, a depender dos resultados do monitoramento.
Com essas 3 técnicas para controlar a lagarta-do-cartucho integradas no MIP, é possível alcançar altas produtividades no milho safrinha e frear o avanço da população da praga nos cultivos subsequentes.
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