Assim como as demais culturas de interesse agrícola, o algodão pode ser atacado por uma vasta lista de pragas, incluindo insetos e ácaros. Essas pragas podem causar danos à cultura em diferentes fases de desenvolvimento, desde as fases iniciais, também conhecidas como período vegetativo, até a fase reprodutiva, afetando, portanto, não só a produtividade, mas também a qualidade das fibras produzidas.
Nesse vasto cenário em que pragas consideradas secundárias assumem cada vez mais papel de pragas principais, estar atento e, para além disso, entender como elas se comportam, desde como podem ser identificadas até quais estratégias de controle, incluindo o posicionamento e a escolha do inseticida de melhor custo x benefício, são fatores fundamentais para bons resultados produtivos, não só na cultura do algodão, mas também nas culturas sucessoras a ele, como o milho e a soja.
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Quais são as pragas que atacam o algodão, afinal?
Embora a cultura do algodão possa ser atacada por mais de 30 espécies de pragas divididas entre pragas das raízes, pragas das folhas e hastes, e pragas das estruturas frutíferas, as consideradas principais incluem:
- bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis);
- ácaros como o ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus);
- tripes (Frankliniella schultzei);
- lagartas, com destaque para a lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) e o complexo de Spodopteras principalmente, podendo ocorrer ainda, a lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella), e a curuquerê-do-algodoeiro (Alabama argillacea);
- percevejos, como o percevejo-rajado (Horcias nobilellus).
A seguir serão apresentadas as principais informações sobre cada uma delas em relação ao ciclo de vida, principal fase de desenvolvimento da cultura em que o ataque ocorre e condições ambientais favoráveis para a sua ocorrência:
Bicudo-do-algodoeiro (A. grandis)
O bicudo-do-algodoeiro é considerado uma das principais pragas da cultura, isso porque, além do grande potencial de danos, afetando consideravelmente a produtividade da cultura, ele também é capaz de reduzir drasticamente a qualidade das fibras produzidas. Além disso, a rápida reprodução da praga – entre 3 e 6 gerações em um único ciclo do algodão, associada aos crescentes relatos de resistência aos inseticidas, têm agravado o cenário.
O ciclo de vida, da fase de ovo até adulta, tem duração total entre 11 e 67 dias e os besouros possuem coloração cinza a castanha, medindo de 3 a 7 mm, a depender do seu estádio de desenvolvimento.
Cada fêmea pode ovipositar entre 100 e 300 ovos no interior dos botões florais e maçãs, local em que o inseto permanece durante toda a sua fase larval e pupal, causando danos significativos. Na fase jovem, o inseto se apresenta como larva de coloração branco-leitosa a creme, medindo entre 5 e 7 mm de comprimento.
O período crítico do algodão para o ataque, portanto, começa no início da emissão dos botões florais e estende-se até a colheita.
Aspecto visual do bicudo-do-algodoeiro na fase adulta. Fonte: Mais Agro, 2020.
Ácaro-rajado (T. urticae) e o ácaro-branco (P. latus)
O ácaro-rajado pode ser encontrado, preferencialmente, na face inferior das folhas. Formam teias como forma de proteção dos predadores e atacam a cultura do algodão desde a emergência até as fases de abertura de maçãs.
Enquanto o ácaro-rajado possui coloração esverdeada, com presença de duas manchas escurecidas na lateral do corpo (as quais justificam o seu nome) e medem 0,5 mm de comprimento, o ácaro-branco é praticamente invisível a olho nu, por isso a sua identificação se dá pelos sintomas causados e pela confirmação com a visualização, com auxílio de uma lupa de 20x de aumento.
O ácaro-branco possui coloração esbranquiçada e brilhante e é conhecido pela sua rápida movimentação nos tecidos das plantas de algodão. A sua localização preferencial é na face inferior das folhas e especialmente em folhas jovens do ponteiros. Locais sombreados da lavoura e lavouras adensadas agravam a disseminação e consequentemente os sintomas causados pelo ácaro-branco na cultura.
Aspecto visual do ácaro-rajado. A identificação da praga é realizada por meio da visualização dos sintomas, presença de teias e observação da praga na face inferior das folhas.
Aspecto visual do ácaro-branco e dos ovos, depositados no verso inferior das folhas. Fonte: Weintraub, et al., 2017.
Já para o ácaro-rajado, há a preferência por tecidos localizados na porção mediana e inferior das plantas, podendo, no entanto, serem encontrados em todas as partes da planta em grandes infestações.
A fase crítica da cultura do algodão para o ataque dos ácaros envolve, desde a emergência da cultura até a fase de abertura das maçãs. Condições climáticas favoráveis como dias nublados e úmidos favorecem as infestações dos ácaros-brancos.
Para a diferenciação dos danos de ambas as pragas é preciso observar que, enquanto o ataque do ácaro-rajado resulta em folhas cloróticas (que perdem a cor verde), evoluindo para folhas com manchas avermelhadas entre as nervuras, no caso do ácaro-branco, é possível visualizar folhas escurecidas, principalmente na face superior, com aspecto brilhante na face inferior.
Além disso, observa-se ondulações que resultam em bordas das folhas viradas para baixo – sintoma característico da presença da praga na lavoura. O ácaro-branco causa ainda um aspecto de “rasgaduras” das folhas e, por isso, também pode ser conhecido como “ácaro-da-rasgadura-do-algodoeiro”.
Outro ponto importante é que o ataque do ácaro-branco ocorre em reboleiras, resultando em ciclo de plantas encurtadas, bem como porte reduzido em relação às demais.
Percevejo-rajado (H. nobilellus)
O percevejo-rajado pode ser identificado a partir da sua coloração característica (ligeiramente avermelhado/alaranjado). Sua aparência nas fases de ninfa e adulto são muito semelhantes, variando principalmente quanto ao seu tamanho. Enquanto as ninfas possuem um Y invertido sobre o abdome, os adultos possuem um V característico de coloração amarela.
Os danos provocados pela praga ocorrem a partir da inserção do seu aparelho bucal (estilete), nos tecidos tenros da planta, como caule e estruturas reprodutivas, causando, assim, a queda de botões florais e maçãs recém formadas. Além disso, provoca a redução da qualidade das maçãs produzidas.
Aspecto visual da ninfa (acima) e adulto (abaixo) do percevejo-rajado. Fonte: Paulo Edimar Saran, 2015.
Lagartas
No cenário de lagartas que atacam a cultura do algodão, o principal problema são as Spodopteras, com destaque para a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), que atualmente têm apresentado escape de controle.
Lagarta-do-cartucho
Possui coloração variável. Nas fases iniciais são claras e, ao passo que avançam nos estádios de desenvolvimento, adquirem uma coloração que vai de esverdeado a preto.
Além de serem desfolhadoras, também provocam danos às plântulas (causando redução da população de plantas), assim como às estruturas reprodutivas da cultura, afetando a qualidade das fibras produzidas.
Podem atingir até 50 mm de comprimento, e cada fêmea é capaz de ovipositar entre 1500 e 2000 ovos durante todo o seu ciclo de vida, que pode ter duração de até 30 dias, a depender da planta hospedeira e das condições climáticas vigentes.
Lagarta-do-cartucho em fase jovem, de coloração clara, atacando flores de algodão.
Lagarta do complexo Spodoptera causando danos na maçã de algodão em formação.
Tripes (Frankliniella schultzei)
As tripes possuem tamanho bastante reduzido, medindo de 1 a 3 mm de comprimento, sendo, portanto, a sua identificação um pouco dificultosa. Os insetos possuem coloração enegrecida, variando de cinza-escuro a branco amarelado (fase de ninfa), a depender do seu estádio de desenvolvimento.
A fêmea oviposita seus ovos (entre 20 e 120) e os danos ocorrem em função da raspagem do parênquima das folhas, sugando ainda a sua seiva, conferindo aspecto prateado a elas. Os insetos podem ser observados principalmente na face superior das folhas, mas também em novas brotações e até mesmo dentro das flores.
As condições favoráveis para ocorrência da praga incluem períodos com baixo volume de chuvas em quantidade e frequência, agravando os danos quando essas condições ocorrem no início do desenvolvimento da cultura.
A fase mais sensível da cultura do algodoeiro ao ataque de tripes se dá principalmente até 40 dias após a emergência. A fase de floração e frutificação é outro estádio que merece atenção, pois a praga pode ocasionar a queda prematura das estruturas reprodutivas, afetando assim a produtividade.
O nível de dano é influenciado ainda pela cultivar, já que algumas cultivares apresentam alta suscetibilidade ao inseto. Essa característica, após o ataque do inseto, leva ao desenvolvimento de bifurcações nas plantas atacadas, refletindo em perda de dominância apical. Essa situação agrava-se pelo fato de que a perda de dominância apical faz com que as plantas próximas exerçam dominância sobre as plantas atacadas, refletindo em redução significativa da produtividade da cultura.
Aspecto visual de adultos de tripes. Fonte: Mais Agro, 2021.
Controle de pragas no algodão
Em sistemas de produção cada vez mais interligados quanto à ocorrência de pragas, entender as principais estratégias de controle e as opções disponíveis em inseticidas que confiram eficiência de controle, performance, e custo x benefício satisfatório é essencial.
Por exemplo, das principais pragas listadas que ocorrem no algodão, é possível observar diversas espécies, como ácaros (aracnídeos) e insetos (lagartas, tripes, e percevejos), que não respondem da mesma maneira ao controle, principalmente com uso de inseticidas.
Além disso, contar com estratégias do MIP (Manejo Integrado de Pragas), pensando sempre no manejo antirresistência é indispensável. Entre as principais medidas que integram o MIP encontram-se:
- controle genético com escolha de cultivares resistentes ou tolerantes às principais pragas que ocorrem na lavoura;
- controle cultural com eliminação de restos de culturas e de espécies que possam ser hospedeiras alternativas em períodos de entressafra;
- controle preventivo com monitoramento constante das pragas que estão ocorrendo na lavoura nas diferentes safras e sob diferentes condições climáticas;
- controle com inseticidas, com escolha das opções que, além de conferirem controle satisfatório, sejam capazes de exercer controle sobre diversas pragas.
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Controle de pragas do algodão com aplicação aérea. Fonte: Mais Agro, 2022.
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