Sobre a Trapoeraba

Esta família (Commelinaceae) está representada por 40 gêneros e 650 espécies. No Brasil, temos aproximadamente 60 espécies desta família, representando 13 gêneros. O gênero Commelina é o mais representativo: são plantas daninhas comuns em lavouras anuais e perenes. Preferem solos argilosos, úmidos e sombreados. São plantas que possuem o caule ereto ou prostrados, sucosos e com capacidade de enraizar ao longo dos nós, mesmo depois de cortadas. As folhas são simples, ovaladas a lanceoladas com bainha fechada. A inflorescência é terminal e as flores possuem coloração rósea a lilacina e às vezes branca. Lembrando que a trapoeraba é uma espécie de planta daninha considerada tolerante ao herbicida glyphosate, ou seja, a planta não morre mesmo que nunca tenha entrado em contato antes com o herbicida, é uma característica da espécie. A trapoeraba é uma planta com elevada capacidade competitiva por recursos do meio como luz, água, nutrientes e espaço. Pode interferir na fisiologia das plantas cultivadas, diminuindo a fotossíntese e o potencial produtivo dos cultivos. A densidade de infestação é um fator determinante na redução da produtividade, pois compete fortemente com as culturas economicamente importantes. Além disso, é uma planta que traz dificuldades por ocasião da colheita mecanizada e é hospedeira de muitas pragas e doenças como o percevejo-marrom (Euchistus heros) e o nematóide-das-galhas (Meloidogyne spp.)

Culturas afetadas pela Trapoeraba

Abacaxi, Acácia negra, Alfafa, Algodão, Algodão – OGM, Algodão S.P.D., Ameixa, Amendoim, Arroz, Arroz irrigado, Arroz irrigado S.P.D., Arroz S.P.D., Arroz sequeiro, Aveia, Aveia preta, Azevém, Banana, Batata, Batata S.P.D., Cacau, Café, Café S.P.D., Caju, Cana-de-açúcar, Cana-de-açúcar (em Pós-emergencia), Cana-de-açúcar (em Pré-emergencia), Cana-de-açúcar (logo após o corte), Cana-de-açúcar (logo após plantio), Cana-de-açúcar (Planta), Cana-de-açúcar (Soca), Cana-de-açúcar S.P.D., Canola, Cebola, Cenoura, Citrus, Citrus (Pré-plantio), Citrus S.P.D., Coco, Crisântemo , Dendê, Eucalipto, Eucalipto (Implantação da Floresta), Feijão, Feijão S.P.D., Fumo, Girassol, Goiaba, Maçã, Maçã (Pré-plantio), Mamão, Mandioca, Manga, Milheto, Milho, Milho (Pós-emergência), Milho (Pré-emergência), Milho (Pré-plantio), Milho – Geneticamente Modificado, Milho S.P.D., Morango, Nectarina, Pastagens, Pera, Pêssego, Pinus, Pinus (Florestas implantadas), Pinus (Implantação da Floresta), Seringueira (Floresta implantada), Soja e Soja S.P.D.

Danos causados 

Perdas na lavoura

Segundo um levantamento da Embrapa, plantas daninhas geram perdas que chegam a 15% da produção mundial de grãos todos os anos. Sem um controle adequado, essas perdas podem chegar a 40% na produção de uma lavoura.

Sobrevivência de pragas e doenças

Algumas plantas daninhas podem hospedar pragas e doenças das culturas, permitindo que uma quantidade significativa sobreviva nas áreas de cultivo no período de entressafra. Além disso, os insetos-praga sobreviventes podem ser resistentes às culturas Bt, dificultando a preservação dessa tecnologia.

Prejudica a colheita

As plantas daninhas podem prejudicar tanto a colheita manual quanto a mecânica. Na colheita manual, os trabalhadores podem sofrer danos nas mãos por meio do contato com certas plantas, como por exemplo a dormideira, que tem espinhos. Já na colheita mecânica, ela pode prejudicar o funcionamento de colhedoras.

Aumento da infestação

O controle de plantas daninhas é mais eficaz quando o nível de infestação ainda é baixo. A dessecação pré-plantio e o manejo nas fases iniciais da cultura são práticas que impedem o aumento da infestação por essas plantas.

Produtividade

Quando se evita perdas na produção, ocorre, consequentemente, maior rendimento da cultura. Dessa forma é possível garantir maior sustentabilidade e maior preservação do meio ambiente.

Métodos de controle da Trapoeraba

·Controle Preventivo

Adotar algumas ações podem reduzir o aparecimento de plantas daninhas na lavoura. São medidas que estão ao alcance do produtor, como a limpeza rigorosa de implementos e maquinário e uso de sementes certificadas.

Essas práticas previnem a entrada de sementes de plantas daninhas no campo de cultivo e impedem que se proliferem.

·Controle Cultural

O controle cultural consiste na:

  • Escolha de espécies adaptadas à região de plantio
  • Escolha da época de plantio
  • Densidade e no espaçamento entre as plantas
  • Rotação de cultura.

Dentre essas associações de estratégias, temos o plantio direto como base de formação de uma massa de cobertura sobre o solo. A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas (principalmente gramíneas e espécies de ciclo anual) que necessitam mais luz para germinar.

·Controle Físico

O controle físico pode ser realizado por meio da solarização do solo, com fogo e/ou inundação. Para se fazer a solarização, utiliza-se uma cobertura de polietileno transparente. Com isso, a temperatura do solo aumenta, matando o embrião da planta daninha – a plântula.

Quantidade de luz, umidade do solo, tempo de permanência da cobertura são fatores que influenciam no sucesso da prática.

O uso do fogo eleva a temperatura da planta em um curto espaço de tempo, ocasionando a sua morte. Já na inundação são usadas lâminas de água em espaços abertos no terreno, chamados de tabuleiros ou quadros.

·Controle Químico

controle químico de plantas daninhas é feito com uso de defensivos, mais especificamente de herbicidas. É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação na planta invasora.

É preciso saber a dose correta do produto associada à tecnologia de aplicação. o momento correto de aplicação de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta daninha e número de aplicações. Muitas vezes é utilizado como tática uma única aplicação ou aplicações sequenciais.

A tecnologia tem otimizado a aplicação de defensivos químicos no campo. O controle químico, hoje, é feito com o uso de pulverizadores tratorizados e aéreos.

·Controle Mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas é feito por meio do arranquio manual ou uso de equipamentos como a enxada e cultivadores (enxada fixa ou rotativa).

Mesmo após a introdução de herbicidas no mercado, o uso desses equipamentos é muito comum. Principalmente em pequenas propriedades, em que o emprego de outros métodos de controle é limitado devido à falta de equipamentos e à topografia do terreno. Já em grandes propriedades, o uso do controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior agilidade.

Produtos Syngenta indicado para o controle de Trapoeraba

Callisto, Dual Gold, Flex, Gesapax 500 Ciba Geigy, Gesaprim 500 Ciba Geigy, Gesaprim GrDA, Krismat WG, Lucens, Meristo, Metagan, Primagram Gold, Primaiz Gold, Primatop SC, Primestra Gold, Primóleo, Proof, Raprus, Sequence, Touchdown e Zapp QI 620.

Imagens: