A produção da soja aumentou em mais de cinco vezes nos últimos 40 anos, fruto do aprimoramento de técnicas e tecnologias de cultivo e manejo, voltadas especialmente para a conservação dos solos, cuja saúde fortalece o desenvolvimento das plantas. A soja, assim, é o principal produto de exportação, movimentando U$ 100 bilhões por ano, de acordo com a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja). O milho vem no encalço, aumentando em volume de produção e exportação desde que foi instituído o sistema de sucessão soja-milho.
O sistema permite a produção consecutiva desses grãos de elevado interesse econômico, aproveitando as características climáticas das diferentes épocas do ano para introduzir a segunda safra de milho em sucessão à soja. Para isso, há rigor nas janelas de plantio e colheita, um dos fatores fundamentais na evolução da atividade agrícola brasileira.
Em condições ideais, a soja é posicionada como safra de verão, com semeadura entre outubro e dezembro e colheita entre janeiro e março, enquanto o milho safrinha fica como cultura de outono/inverno, semeado entre janeiro e abril e colhido entre junho e setembro. A viabilização desse sistema com alto potencial de rendimento se deve, principalmente, a:
- desenvolvimento e acesso a cultivares de soja de ciclo precoce, possibilitando a justaposição das janelas de plantio e colheita com o milho safrinha;
- melhorias nas técnicas de manejo integrado, que favorecem a saúde do solo, a manutenção de patógenos e pragas abaixo do nível de controle e permitem o uso contínuo da mesma área;
- o uso de tecnologia de aplicação, para um controle de pragas efetivo em ambas as culturas.
Na sucessão soja-milho, o destaque para o controle de pragas se dá pelo aumento da pressão dos alvos que acometem as duas culturas, pois a soja atua como ponte-verde das espécies polífagas – beneficiam-se de mais de um tipo de planta –, que migram para o milho e não têm seu ciclo de vida interrompido. Daí a importância de dominar as estratégias de manejo de pragas em áreas de sucessão soja-milho.
Sucessão soja-milho no Brasil e o avanço da pressão de pragas
Milho segunda safra: corresponde a mais de 70% da produção de milho do Brasil, amplamente distribuído pelo mundo para os mercados de alimentos e combustíveis, entre outros usos industriais. Esse status que a agricultura brasileira carrega, de ser responsável por uma parcela significativa da produção mundial de alimentos e de matérias-primas, está bastante associado à sucessão soja-milho, que fundamenta a viabilidade da segunda safra e já está presente em cerca de 14.500.000 hectares.
O cenário é de áreas que são cultivadas o ano inteiro, de maneira que a disponibilidade contínua de plantas na área favorece o crescimento exponencial das populações de pragas, que aumentam a cada nova geração. Durante a safra de verão, o clima quente e úmido acelera o ciclo de vida de algumas pragas. Quando chega o momento do cultivo de inverno, a área já se encontra infestada por determinadas espécies.
No sistema de sucessão soja-milho, isso significa danos intensos à safrinha, pela presença de pragas que atacam o milho logo nos estádios iniciais, momento em que as plantas estão mais suscetíveis aos prejuízos. Entre os organismos que, nesse contexto, são considerados praga de início de ciclo, os percevejos se destacam, representando o complexo de sugadores do sistema soja-milho.
O percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus) e o percevejo-marrom (Euschistus heros) são exemplos de pragas cuja pressão vem aumentando nas culturas de soja e milho, um cenário preocupante visto que afetam a produtividade, a qualidade e a morfologia das plantas. Todavia, esse problema vai muito além dos percevejos, já que o mesmo padrão se verifica em:
- cigarrinhas;
- tripes;
- pulgão;
- vaquinha;
- lagartas.
Dá até para imaginar o tamanho do prejuízo se todas essas ameaças tomassem conta das lavouras em sucessão soja-milho ao mesmo tempo! Isso poderia significar uma infestação incontrolável e um cenário de alto risco para a agricultura e para a economia, em que os primeiros a perderem seriam os produtores rurais.
Claro que algo nessas proporções nunca vai acontecer enquanto houver empresas e especialistas focados em avaliar e expor esse cenário, a fim de desenvolver novos conhecimentos e tecnologias de controle de pragas adequados para o sistema em questão.
Manejo Integrado de Pragas para áreas que cultivam soja e milho safrinha
O MIP (Manejo Integrado de Pragas) não tem foco somente na produtividade da safra vigente. Em se tratando de sucessão, as boas práticas nas lavouras têm ação para além da safra: controlar as pragas na soja hoje leva a uma área mais preparada para receber o milho safrinha amanhã e a efetividade do manejo durante a segunda safra significa uma diminuição gradual da pressão de pragas no ano agrícola subsequente.
Para isso, algumas práticas são recomendadas, como medidas com efeitos a longo prazo, que protegem a agricultura local e nacionalmente.
1. Pousio
Consiste em manter a área sem cultivo após um ciclo de sucessão soja-milho, normalmente antes da semeadura da soja (soja-milho-pousio-soja), assim, há um período sem a presença de plantas hospedeiras, o que permite diminuir o ritmo do crescimento populacional dos alvos.
2. Área de refúgio
A estratégia dedica um talhão ou parte dele para o plantio de uma planta hospedeira mais atrativa às pragas do que a cultura de interesse econômico. Pode-se, por exemplo, semear um híbrido de milho resistente para a colheita e, na área de refúgio, semear um milho suscetível às pragas, assim, a população tende a se concentrar em uma parte da propriedade, facilitando o controle e permitindo um resultado superior.
3. SPD (Sistema de Plantio Direto)
O SPD é uma técnica altamente recomendada para o cultivo de grãos em sistema de sucessão de culturas. A prática consiste na cobertura do solo com palhada, conferindo benefícios à qualidade do solo e à disponibilidade de água, o que favorece o desenvolvimento das plantas ao longo das safras e diminui os riscos frente a estresses hídricos.
A proteção do solo também implica em preservação de seu ecossistema biológico, criando um equilíbrio que pode evitar o aumento da pressão de pragas e patógenos. Quando há atraso no ciclo da soja como impedimento para o plantio do milho safrinha na janela definida pelo ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático), o produtor tem a possibilidade de instalar um cultivo – como aveia, sorgo ou trigo – que resulte em palhada de qualidade e em quantidade adequada para a cobertura, otimizando os benefícios do plantio direto.
4. Controle químico
Como parte do MIP, a aplicação de inseticidas deve seguir especificações para o contexto da área em que se adota sucessão de culturas e SPD, tendo em vista ainda o histórico de alvos na propriedade. Em outras palavras, a expansão do milho safrinha após a soja exige um programa de manejo que considere esse sistema, pensando além da safra vigente.
O aumento de pressão das pragas polífagas que se distribuem tendo as culturas de interesse como ponte-verde, quando verificado, precisa de um posicionamento de defensivos personalizado, podendo-se aplicar inseticidas:
- na dessecação pré-colheita da soja, para diminuir a quantidade de alvos na área que receberá a safrinha;
- na dessecação pré-semeadura do milho, a fim de controlar as pragas iniciais da cultura, provenientes do cultivo de verão;
- e em pré-emergência do milho, com o objetivo de impedir danos na emergência da cultura e no estabelecimento do estande.
Além disso, o monitoramento de pragas deve ser regular, especialmente em áreas com registro de alta pressão nas safras anteriores. Assim, o controle químico pode ser aplicado no momento certo. Vale lembrar que a rotação de ativos inseticidas e o uso de produtos com formulação inteligente e amplo espectro de controle são essenciais para alcançar boa performance no manejo antirresistência, selando um MIP que entrega resultados para esta safra e as seguintes.
Pense além, pense em manejo de pragas amplo espectro para soja e milho!
Amplo espectro de controle, diferentes ativos e modos de ação e flexibilidade de aplicação em diversas fases do cultivo, tanto da soja quanto do milho. Se tivesse um produto com essas características, seria a primeira escolha do produtor rural que trabalha com sistema de sucessão e tem percebido o aumento populacional de percevejos e outras pragas em sua lavoura.
De fato, esse produto já existe, uma inovação em manejo multiculturas e multipragas, podendo facilitar muito a proteção dos cultivos nas próximas safras. Polytrin® é um inseticida para soja e milho que pode ser posicionado do início ao fim do ciclo, desde que se verifique o início da infestação.
Assim, na sucessão de culturas, é possível realizar a aplicação com Polytrin® no final do ciclo da soja ou no início do desenvolvimento do milho, ou em qualquer outra situação. Tudo vai depender de qual praga foi identificada e se já atingiu o nível de controle. Com isso, a mentalidade de quem planeja o manejo vai muito além de controlar aquela infestação, ali e agora, é mesmo uma estratégia que está pensando na safra anterior, na safra seguinte e na resolução a longo prazo.
Quais benefícios Polytrin® entrega aos produtores de soja e milho?
Versatilidade, flexibilidade e conveniência é tudo de que um produtor de soja e milho precisa, mas, mais que isso, é necessário pensar além dos percevejos para evitar os danos à cultura e as perdas de produtividade, por isso, Polytrin® tem uma composição (profenofós + cipermetrina) que controla as principais pragas de ambas as culturas! Tais como cigarrinha-do-milho, tripes, pulgão, vaquinha-verde-amarela e lagartas, sem contar, é claro, os percevejos.
Polytrin® não apenas alcança os alvos, sendo uma solução única para diversas pragas, como também entrega resultados imediatos que se estendem por todo o sistema de sucessão soja-milho, pois oferece:
- amplo espectro de controle;
- maior potência de choque.
Por fim, é possível afirmar que o produto se adequa às necessidades atuais do agricultor brasileiro por proporcionar choque e controle de fato, agora também para o manejo de percevejos, tranquilizando em relação às pragas e oportunizando a continuidade da produção de duas safras anuais em uma mesma área.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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