A soja é um dos pilares da economia agrícola brasileira, desempenhando um papel crucial nas exportações e na geração de receita para o país. Com uma área cultivada que ultrapassou 40 milhões de hectares na última safra, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial dessa leguminosa.
No entanto, o sucesso da produção de soja enfrenta desafios significativos, entre os quais se destaca a ocorrência de pragas. Essas pragas têm potencial para causar perdas expressivas de produtividade, impactando diretamente o rendimento e a qualidade dos grãos.
Em um cenário de crescente demanda por alimentos e com margens de lucro cada vez mais reduzidas, o manejo integrado de pragas é essencial para garantir a sustentabilidade da produção.
Os prejuízos das pragas na produtividade da soja
As pragas representam uma ameaça constante às lavouras de soja, com potencial para causar prejuízos que podem comprometer a viabilidade econômica das operações agrícolas.
Em safras de alta infestação, a produção pode ser drasticamente reduzida, dependendo da praga e do nível de controle adotado. Além das perdas diretas na produtividade, as pragas também afetam a qualidade dos grãos colhidos, o que pode reduzir o valor comercial da produção.
Entre as pragas que mais preocupam os produtores de soja no Brasil, estão as lagartas falsa-medideira, helicoverpa, lagarta-elasmo, as do gênero Spodoptera, os ácaros, a mosca-branca e várias espécies de percevejos, como o percevejo-marrom, o percevejo-verde-pequeno e o percevejo-barriga-verde.
Cenário de pragas nas últimas safras
Nos últimos anos, o cenário das pragas nas lavouras de soja no Brasil tem se mostrado desafiador. Fatores como mudanças climáticas, práticas inadequadas de manejo e a expansão contínua da área cultivada, têm contribuído para a proliferação de diferentes espécies de pragas.
A safra 2023/24, por exemplo, apresentou desafios relacionados ao aumento das populações de lagartas do gênero Spodoptera e da mosca-branca em várias regiões produtoras.
As condições climáticas, com períodos prolongados de seca seguidos de chuvas intensas, criaram um ambiente favorável para a multiplicação dessas pragas. Isso exigiu dos produtores um monitoramento constante e a adoção de estratégias de manejo mais rigorosas.
Principais pragas da soja no Brasil
A cultura da soja é atacada por diversos tipos de pragas, que variam significativamente de acordo com as regiões de cultivo e as condições climáticas, o que torna o manejo um desafio constante.
Em diferentes áreas do Brasil, desde o Cerrado até as regiões Sul e Sudeste, as variações climáticas, como temperatura, umidade e regime de chuvas, influenciam diretamente na prevalência e intensidade dos ataques, exigindo que os produtores adaptem suas estratégias de controle.
Entre as pragas que afetam a soja, algumas atacam as raízes e o colo das plantas, enquanto outras concentram seus danos na parte aérea, como folhas, caules, flores e vagens.
O impacto dessas pragas pode variar de pequenas perdas até a total inviabilização da colheita, dependendo da espécie, do estágio de desenvolvimento da planta e da infestação. Dessa forma, é crucial conhecer as principais pragas e suas características, bem como adotar práticas de manejo adequadas a cada cenário, garantindo a proteção da lavoura e a maximização da produtividade.
Abaixo, vamos explanar sobre as principais pragas da soja no Brasil, dividindo-as em dois grupos principais: pragas subterrâneas e pragas da parte aérea, explorando suas características, os danos causados e os prejuízos para a produtividade da soja.
Pragas subterrâneas
As pragas subterrâneas atacam as raízes e o colo da planta, prejudicando o desenvolvimento inicial da soja e, em casos graves, levando-as à morte. Por ocorrerem abaixo do solo, seus danos muitas vezes passam despercebidos até que o impacto na lavoura já seja significativo.
Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
A lagarta-elasmo, ou broca-do-colo, ataca a base do caule das plântulas, perfurando-o e causando murcha e morte das plantas jovens. Esse tipo de ataque é mais comum em áreas de plantio convencional. O controle preventivo inclui o tratamento de sementes e a rotação de culturas.
Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
A lagarta-rosca é uma praga noturna que corta as plântulas ao nível do solo, causando a morte das plantas recém-emergidas. Durante o dia, as lagartas se escondem no solo, dificultando o controle. O tratamento de sementes é imprescindível no controle dessa praga.
Cascudinho (Myochrous armatus)
Os danos causados pelo cascudinho-da-soja ocorrem principalmente na fase adulta do inseto e têm início logo após a emergência das plantas, concentrando-se no caule. Os adultos podem atacar plântulas, caule, hastes e pecíolos, podendo inviabilizar o desenvolvimento da cultura, levando ao tombamento, à murcha e até à morte das plantas, resultando em falhas no estande.
Corós (Phyllophaga cuyabana e Diloboderus abderus)
Os corós são larvas de besouros da família Scarabaeidae que atacam as raízes da soja. Entre as principais espécies, estão Phyllophaga cuyabana e Diloboderus abderus.
Esses insetos são particularmente destrutivos no início do ciclo da cultura, comprometendo principalmente o desenvolvimento das raízes. O manejo preventivo inclui o tratamento de sementes e a rotação de culturas.
Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)
O percevejo-castanho é uma praga subterrânea que suga a seiva das raízes, resultando no enfraquecimento e na morte das plantas.
Em função do seu hábito subterrâneo, há uma grande preocupação com a eficiência dos métodos de controle, que devem ser realizados em conjunto com um monitoramento rigoroso da praga.
Pragas da parte aérea
As pragas da parte aérea afetam as folhas, caules, flores e vagens da soja, causando danos visíveis e diretos que podem comprometer significativamente a produtividade da lavoura.
Complexo de percevejos
O complexo de percevejos é um dos grupos de pragas mais prejudiciais à cultura da soja, especialmente durante as fases reprodutivas da planta, quando o ataque pode comprometer significativamente a produtividade e a qualidade dos grãos.
Esses insetos se alimentam da seiva dos grãos em formação, causando desde deformações até abortamento de vagens, além de problemas como retenção foliar. Os danos causados podem variar de perda de peso dos grãos a comprometimento total da colheita em casos de alta infestação.
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
O percevejo-marrom é a espécie mais comum na cultura da soja. Ele causa grandes prejuízos ao sugar a seiva dos grãos em formação, o que pode resultar em grãos chochos e perda de peso.
Além disso, o ataque desse percevejo provoca retenção foliar, uma condição em que as folhas verdes permanecem presas à planta após a maturação dos grãos, podendo dificultar o processo de colheita e reduzir a eficiência da operação.
Percevejo-verde (Nezara viridula)
O percevejo-verde é outra espécie significativa que, embora menos comum que o percevejo-marrom, também causa danos consideráveis. Ele ataca os grãos em formação, provocando deformações e manchas, o que compromete a qualidade e o valor comercial da soja.
Além disso, o percevejo-verde pode induzir ao abortamento das vagens e, em infestações severas, resultar em perda significativa de produtividade. Esse percevejo também contribui para a retenção foliar, exigindo um manejo criterioso.
Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)
Conhecido por seu menor tamanho em comparação com as outras espécies, o percevejo-verde-pequeno é mais difícil de detectar, mas igualmente prejudicial. Ele causa manchas nos grãos, redução de peso e qualidade, além de também contribuir para a retenção foliar. Esse percevejo tem sido cada vez mais relatado em lavouras de soja.
Percevejo-barriga-verde (Diceraeus melacanthus)
O percevejo-barriga-verde tem se tornado uma praga de destaque em áreas de soja, especialmente em sistemas de plantio direto e áreas com presença de milho safrinha. Esse percevejo se alimenta sugando a seiva do caule e das vagens, causando o enfraquecimento das plantas, além de induzir ao abortamento das vagens.
Complexo de lagartas
O complexo de lagartas é formado por diversas espécies que atacam folhas, flores e vagens, resultando em desfolha severa e redução da capacidade produtiva da planta.
Falsa-medideira (Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu)
A falsa-medideira inclui espécies como Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu, ambas conhecidas por seu modo peculiar de locomoção, arqueando o corpo em forma de “meia-lua” enquanto se movem, o que lhes confere o nome popular.
Essas lagartas causam danos significativos à soja, alimentando-se das folhas de maneira a deixar um padrão característico de folhas rendilhadas, ou seja, apenas as nervuras principais permanecem intactas. Esse tipo de desfolha compromete a fotossíntese e, consequentemente, o desenvolvimento das plantas.
Nos últimos anos, a Rachiplusia nu tem se tornado uma preocupação crescente, sendo frequentemente encontrada em lavouras com cultivares de soja Bt.
Helicoverpa (Helicoverpa armigera)
Helicoverpa armigera é uma das pragas mais destrutivas para a cultura da soja, caracterizada por sua alta capacidade de adaptação e seu hábito alimentar polífago, ou seja, ataca diversas partes da planta e outras culturas além da soja.
Essa lagarta pode se alimentar de folhas, flores, vagens e até mesmo dos grãos em formação, causando severos prejuízos à lavoura. Os danos começam com a desfolha das plantas, mas o maior impacto ocorre quando a lagarta perfura as vagens para consumir os grãos em desenvolvimento, o que pode resultar em perdas significativas na produtividade.
Complexo de Spodopteras (Spodoptera frugiperda, Spodoptera eridania, Spodoptera cosmioides)
O complexo de Spodopteras na cultura da soja é composto por várias espécies, com destaque para Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), Spodoptera eridania (lagarta-da-soja) e Spodoptera cosmioides.
Essas lagartas são amplamente distribuídas em regiões produtoras de soja no Brasil e têm se tornado uma preocupação crescente devido ao seu elevado potencial de destruição e à sua capacidade de atacar diferentes partes da planta, desde as folhas até as vagens.
Spodoptera frugiperda
Conhecida popularmente como lagarta-do-cartucho, é uma das pragas mais versáteis e vorazes, normalmente associada ao milho, mas que também pode causar sérios danos à soja. Sua característica mais marcante é o ataque às folhas, onde consome grandes áreas do limbo foliar, reduzindo a capacidade fotossintética da planta e, em casos mais severos, comprometendo o enchimento de grãos.
Spodoptera eridania
Também chamada de lagarta-da-soja, tem um ciclo de vida relativamente rápido e é conhecida por atacar as folhas de soja em qualquer estágio de desenvolvimento. Essa espécie pode causar desfolha severa, especialmente em altas infestações, o que resulta em estresse na planta e potencial redução da produtividade.
Spodoptera cosmioides
Essa espécie ataca tanto as folhas quanto as vagens da soja, o que torna seu impacto especialmente prejudicial durante a fase reprodutiva da planta. O ataque às vagens pode resultar na redução da qualidade e da quantidade dos grãos, gerando perdas significativas.
Mosca-branca (Bemisia tabaci)
A mosca-branca (Bemisia tabaci) é uma praga de importância crescente na cultura da soja, principalmente em regiões de clima quente e seco. Esse inseto se alimenta da seiva das folhas, levando-as ao amarelecimento e ao enfraquecimento da planta.
A mosca-branca é também uma importante transmissora de viroses, como o vírus do mosaico dourado, que pode causar reduções drásticas na produtividade da soja.
Além dos danos diretos, a mosca-branca excreta uma substância açucarada chamada honeydew (ou “mela”), que serve de substrato para o crescimento de fungos causadores de fumagina, uma fuligem preta que se deposita sobre as folhas, caules e vagens. A fumagina reduz a capacidade fotossintética da planta ao bloquear a entrada de luz e, consequentemente, prejudica o desenvolvimento das plantas.
Tripes (Caliothrips phaseoli)
Os tripes, especialmente a espécie Caliothrips phaseoli, são pequenos insetos que podem causar danos significativos à cultura da soja, principalmente em condições de clima seco. Medindo entre 1 e 2 mm de comprimento, sua presença é evidenciada, principalmente, pelos danos que causam às folhas.
Os tripes se alimentam raspando a superfície das folhas, de onde extraem a seiva das células epidérmicas, resultando em lesões prateadas ou esbranquiçadas que, com o tempo, podem evoluir para um bronzeamento generalizado.
Os danos causados pelos tripes podem prejudicar a fotossíntese da planta, levando à redução do crescimento e, em casos mais severos, à queda prematura das folhas.
Ácaros (Tetranychus urticae e Mononychellus planki)
Os ácaros são pragas significativas na cultura da soja, principalmente em condições de clima quente e seco. As espécies mais preocupantes incluem o ácaro-rajado (Tetranychus urticae), o ácaro-verde (Mononychellus planki), o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) e o ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni).
Esses pequenos aracnídeos sugam a seiva das folhas, causando manchas, deformações e bronzeamento, o que compromete a fotossíntese e o desenvolvimento das plantas. Cada espécie tem características distintas: o ácaro-rajado e o ácaro-vermelho causam bronzeamento das folhas, o ácaro-verde deforma e enruga as folhas, e o ácaro-branco ataca as brotações jovens, causando atrofiamento.
Vaquinha (Diabrotica speciosa)
A vaquinha é um coleóptero cuja larva ataca as raízes de diversas culturas, mas, na soja, o problema maior é causado pelos adultos que se alimentam das folhas, causando desfolha significativa. O controle é realizado por meio de monitoramento constante e, quando necessário, aplicação de inseticidas.
Implementar um manejo integrado de pragas que combine monitoramento, práticas culturais adequadas e uso estratégico de defensivos agrícolas é essencial para garantir a sanidade e a produtividade da soja. Dessa forma, é possível mitigar os impactos das pragas e assegurar o sucesso da lavoura.
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) como uma prática sustentável
O MIP é a estratégia mais recomendada para o controle das pragas da soja. Esse manejo busca combinar diferentes métodos de controle, uma vez que nenhuma medida isoladamente proporciona proteção completa da cultura.
Assim, é possível promover a sustentabilidade da produção protegendo o potencial produtivo das plantas. Dentre as principais medidas do manejo integrado, podemos citar:
Práticas culturais
A rotação de culturas, o manejo do solo, o plantio em época adequada e o controle de plantas daninhas são práticas que auxiliam na prevenção de infestações das pragas, por quebrar seus ciclos de vida, e contribuem para a manutenção da sanidade das lavouras.
Essas ações visam a prevenção e a redução das condições favoráveis ao desenvolvimento das pragas.
Escolhas das cultivares
O uso de cultivares resistentes às pragas é uma estratégia que complementa o MIP. É de fácil adoção, além de possibilitar a integração com outros métodos de controle, contribuindo para a redução populacional de diferentes espécies de pragas.
Optar por cultivares adaptadas às condições climáticas e aos tipos de pragas presentes na região de cultivo pode reduzir significativamente a incidência de ataques, minimizando os danos. Além disso, o uso de cultivares transgênicas, como aquelas com tecnologia Bt, oferece proteção adicional, principalmente contra lagartas, contribuindo para um controle mais eficaz.
Monitoramento contínuo
A inspeção frequente das lavouras permite identificar precocemente as infestações. Esse processo envolve o uso de armadilhas, amostragens sistemáticas e a observação direta das plantas para avaliar a presença e o comportamento das pragas.
É de extrema importância sempre considerar o nível de dano econômico e o nível de controle de cada espécie, para nortear a correta tomada de decisão, com as ferramentas e nos momentos corretos.
Controle biológico
O controle biológico é uma peça fundamental no manejo integrado de pragas, pois utiliza inimigos naturais, como parasitoides, predadores e patógenos, para reduzir a população de pragas agrícolas de forma sustentável e equilibrada.
Além disso, essa prática ajuda a preservar a biodiversidade nas áreas de cultivo, promovendo um agroecossistema mais estável e resiliente. Quando combinado com outras estratégias, como o monitoramento constante, o manejo cultural e o controle químico, o controle biológico se torna uma ferramenta eficaz para garantir a produtividade e a sustentabilidade na agricultura.
Tratamento químico
O controle químico é a principal medida do manejo integrado de pragas, especialmente em situações de alta infestação ou quando outras estratégias de controle não são suficientes para evitar danos econômicos significativos. O uso de inseticidas permite uma resposta rápida e eficaz, protegendo a lavoura de diferentes espécies de pragas.
No entanto, é sempre importante ressaltar a necessidade de considerar o uso criterioso e responsável dos produtos. A adoção de boas práticas, como a rotação de princípios ativos, a aplicação no momento adequado e a dosagem correta, são fundamentais para maximizar a eficácia do controle químico e integrá-lo de forma harmoniosa com outras táticas de manejo, garantindo a sustentabilidade da produção agrícola. Assim, o produtor deve considerar:
- Seleção de moléculas
A escolha de inseticidas deve levar em conta a eficiência da molécula contra a praga-alvo. Além disso, é fundamental alternar entre diferentes grupos químicos para garantir a eficácia das diferentes moléculas por mais tempo.
- Tecnologias de aplicação
A tecnologia de aplicação de inseticidas é determinante para a eficácia do controle químico. O uso de equipamentos calibrados, bicos de pulverização adequados e técnicas de aplicação que maximizem a cobertura e o alcance do produto são essenciais. A adoção de práticas, como a pulverização em horários do dia com temperaturas amenas e com ventos moderados, ajuda a reduzir a deriva e aumentar a eficiência do tratamento.
- Intervalo de aplicações
O intervalo entre as aplicações de inseticidas deve ser determinado com base no ciclo de vida da praga e no nível de infestação. O monitoramento constante é vital para ajustar o intervalo de aplicações e garantir que os tratamentos sejam realizados apenas quando o nível de infestação atingir o limiar de dano econômico.
O controle de pragas da soja no Brasil requer um manejo integrado e estratégico, que combine tecnologias modernas, práticas culturais e o uso adequado dos defensivos.
O cenário atual, marcado por desafios climáticos e pressões econômicas, exige que os produtores adotem medidas adequadas e estejam sempre atualizados sobre as melhores práticas de manejo. A adoção do MIP é crucial para garantir a sustentabilidade e a lucratividade da produção de soja, preservando a produtividade das lavouras e a qualidade dos grãos.
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