Alterações nos hábitos de consumo geram oportunidades para os cafés do Brasil no mercado interno.
Presente em 98% dos lares brasileiros, o café sem dúvida conquistou novos espaços no mercado. No Brasil, o hábito de consumir café já era uma rotina, mas, após a pandemia, esse cenário passou por transformações.
O desejo de compartilhar momentos e torná-los ainda mais prazerosos levou o hábito de beber café a superar a rotina do dia a dia. Com as mudanças recentes, surgiram diversas inovações que também transformaram os hábitos e costumes, desde a produção no campo até o consumo na xícara.
Desenvolvendo o consumo de café especial no Brasil
No entanto, o Brasil ainda pode evoluir muito no conhecimento sobre café, entendendo mais as diferenças entre cada grão, as categorias de qualidade e o processo envolvido na produção, além da importância do preparo correto.
A especialista em café, Carolina Pardo Barreto, aposta que o Brasil, apesar de ser um dos maiores consumidores de café do mundo, ainda tende a crescer muito em conhecimento sobre a bebida.
Segundo ela, essa busca por novas técnicas e métodos tanto em campo, como na mesa, devem alavancar ainda mais o consumo de grãos de alta qualidade, além de valorizar o café brasileiro.
“Não vejo isso como um desafio, mas como uma grande oportunidade. Estamos em um processo de evolução, com o consumo de cafés especiais crescendo a cada ano, o que desenvolve o consumidor nesse processo”, explica.
Tendências no consumo de café no Brasil e no mundo
Nos últimos anos, temos observado mudanças significativas nos hábitos de consumo de café.
“Em termos globais, há uma grande tendência para novos métodos de preparo, novos instrumentos para elevar o sensorial durante a preparação e também uma busca por novas variedades, principalmente exóticas, além de novos processos de pós-colheita“, explica Carolina.
No Brasil, essa tendência também é notável. “O consumidor brasileiro tem redescoberto o café, buscando receitas, principalmente receitas geladas, drinks com café e outros preparos onde a bebida é usada como ingrediente”, destaca a especialista.
No entanto, o Brasil é o único que ainda detém o café, como principal fonte de cafeína. Já em outros países o uso de bebidas geladas à base de cafeína, se mostra maior, como no México, onde segundo um estudo da Universidade Northwestern, dos EUA, o país ingere mais de 80% desse tipo de bebida, em ao invés de café em sua forma tradicional.
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Café para mais qualidade de vida
Outro fator que tem contribuído para a popularidade do café é seu vínculo com a melhora na qualidade de vida do consumidor. Existe um movimento crescente nos últimos anos, que tem incluído o café, em bebidas proteicas, como bebidas com café ou cappuccino na base, que aliam o sabor à energia gerada pela cafeína.
“O café tem cada vez mais assumido uma posição de protagonismo nesse aspecto, tanto pela própria bebida, com calorias quase nulas e função energética, quanto como ingrediente em bebidas funcionais, como os ‘super cafés’, que aumentam o foco e a energia”, afirma Carolina.
Qual o perfil do consumidor brasileiro?
Recentemente a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), realizou uma pesquisa, que apontou o consumidor brasileiro dividido em três grupos diferentes.
- Consumidor tradicional (83%):Focado no consumo de café comum, sem muita preocupação ou conhecimento sobre a bebida.
- Consumidor entusiasta (12%):Em processo de descoberta, esse perfil busca cafés diferenciados e se interessa mais pelo tema.
- Consumidor especialista (5%): Com um conhecimento técnico mais avançado, esses consumidores já fizeram cursos e podem ou não trabalhar na área.
Apesar de o consumidor tradicional representar a maioria, os perfis entusiasta e especialista têm crescido a um ritmo mais acelerado. E esse cenário tem impulsionado o consumo de cafés especiais no Brasil.
E obviamente essas mudanças no consumo de café, estão relacionadas às transformações da cafeicultura brasileira. O produtor a cada dia busca mais por qualidade e eficiência em campo.
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Uma das grandes certezas do mercado brasileiro, é que independente dos rumos que o consumo de café possa tomar, o produtor está cada dia mais disposto a novidades.
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