Entenda como o clima seco pode ter impactado no manejo das doenças

O volume de chuva nas regiões produtoras de café em setembro foi pouco. No entanto, as chuvas recentes trouxeram mais uma oportunidade importante para relembrar o cafeicultor sobre manejos essenciais, principalmente no período pós-florada.

Quando o manejo não é executado de forma correta, a chegada da umidade pode representar riscos, pois este é o momento em que as doenças têm mais chances de atacar a planta de café.

A necessidade do controle da ferrugem no café

A ferrugem é uma doença biotrófica, ou seja, necessita da planta viva para se reproduzir. Durante sua ação, causa depauperamento do trabalho e desfolha, comprometendo a produtividade e o desenvolvimento dos frutos.

Muitos produtores permitem a realização do controle da doença apenas quando visualizam o sintoma, que é um sinal tardio de sua presença e pode indicar atraso no manejo. O Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta, Felipe Borges, reforça que o manejo preventivo é sempre a melhor opção para quem deseja evitar problemas com a ferrugem. Ele destaca ainda que a aplicação via Drench é essencial para garantir resiliência no controle.

“As aplicações foliares complementam o manejo, controlando não apenas a ferrugem, mas também outras doenças. Isso é muito importante, porque, se o produtor não tiver um controle eficaz, a lavoura pode sofrer grandes perdas de produtividade”, explica Felipe.

A possibilidade de doenças e pragas com a seca aumentam e colocam os produtores em alerta constante

Entre os principais sintomas para identificar a ferrugem está a desfolha, que pode avançar entre novembro e abril. A preocupação reside no fato de que cada folha é capaz de nutrir de três a quatro frutos; portanto, a perda de folhas reduz o potencial produtivo da planta. Além disso, o impacto pode prejudicar o próximo ciclo produtivo.

Qual o manejo ideal para o controle da ferrugem no café?

O momento atual exige cuidados essenciais com foco na próxima safra. A aplicação via porção com inseticida e fungicida deve ser realizada para controlar a ferrugem residual da safra anterior, em conjunto com a sepsia da área, utilizando triazol durante o período de florada.

“Dessa forma, garantimos um manejo preventivo que mantém a ferrugem controlada no campo”, afirma Felipe.

Realizar o manejo no tempo certo é fundamental para o controle eficaz da ferrugem. Tanto a sepsia quanto a aplicação via drench precisam ser realizadas no momento adequado.

As aplicações via drench revolucionaram o manejo ´para controle de pragas e doenças 

“Utilizar a tecnologia de aplicação, com equipamentos bem regulados para uma boa cobertura foliar, e ter cuidado com as misturas no tanque são pontos cruciais que podem fazer toda a diferença no manejo”, complementa Felipe.

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Alerta no manejo preventivo

Produtos contendo sais e cobre podem comprometer a eficiência dos fungicidas, especialmente os triazóis. Nesse sentido, Felipe reforça a necessidade de atenção ao manejo de plantas com carga pendente.

“Quanto mais frutos no pé, maior a tendência de uma doença evoluir rapidamente e de forma mais agressiva. Assim, em plantas com maior carga, o produtor deverá ter um cuidado maior para o controle da ferrugem.”

O clima seco e quente impacta o controle da doença?

A preocupação com o clima seco e quente não se limita apenas ao surgimento de diversas pragas no cafeeiro, mas também ao manejo de doenças. Embora a ferrugem não evolua tanto durante o período de seca e entressafra, o manejo preventivo é prejudicado por essas condições climáticas.

Nos últimos meses as lavouras brasileiras sentiram fortemente o impacto desse longo período de estiagem, nas regiões produtoras. 

“Monitoramos uma dificuldade de controle ao longo desse período. Durante a entressafra, as aplicações de fungicidas perdem eficiência, pois as plantas estão sob muito estresse. A eficácia não é a mesma como no período úmido”, pontua Felipe.

Ainda que a tendência seja de que a ferrugem permaneça em níveis baixos, o controle é necessário, pois, com o retorno das chuvas, a doença pode causar grandes prejuízos. E nas últimas semanas, apesar de ainda pequeno, o volume de chuva nas regiões produtoras já impacta positivamente. 

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