O algodão configura uma das principais cadeias produtivas do Brasil. A cultura avançou muito em produtividade nas últimas décadas, destacando o mercado nacional frente ao mercado global.
Além da fibra, que cada vez mais se destaca como uma opção mais sustentável para a produção de tecidos por ser uma alternativa biodegradável – diferentemente das fibras sintéticas –, o algodão gera importantes subprodutos, como biodiesel, óleo, farelo para alimentação animal e outros.
Toda essa versatilidade resulta na necessidade de cuidado em cada detalhe do cultivo para oferecer o melhor ao mercado consumidor. Ainda vale destacar que, tão importante quanto o manejo adequado, é a classificação do algodão, regida por normas técnicas que atestam não apenas a qualidade, como também promovem a valorização comercial da pluma.
Algodão: produção pode chegar a 6,6 mi toneladas em 2022
A cotonicultura responde por uma importante parcela do PIB (Produto Interno Bruto) e emprega milhões de brasileiros em sua cadeia de produção. Segundo projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a estimativa é de que a produção da cultura algodoeira cresça próximo a 15%, chegando a 6,6 milhões de toneladas em 2022. Apenas a pluma da fibra deve registrar uma produção de 2,71 milhões de toneladas.
Segundo o levantamento, essa projeção reflete não apenas o aumento da área cultivada, mas também das condições climáticas favoráveis à semeadura, à germinação e ao desenvolvimento vegetativo.
Esses resultados contribuem para que o Brasil se consolide como um dos cinco maiores produtores mundiais de algodão, ao lado de países como China, Índia, EUA e Paquistão.
Além disso, de acordo com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), o país também figura entre os maiores exportadores e consumidores do algodão em pluma.
Classificação do algodão: qualidade e certificação
Antes de mais nada, é preciso destacar que a qualidade do algodão está ligada a um conjunto de fatores, como cuidados no manejo adequado, investimento em alta tecnologia, implantação de boas práticas no plantio e rastreabilidade do cultivo. Para realizar a avaliação da qualidade do algodão, conta-se com um padrão de classificação que leva em conta tais critérios.
Estima-se que o primeiro padrão de classificação do algodão em pluma surgiu na Inglaterra em 1800 e foi implementado com o objetivo de proteger indústrias têxteis ingleses contra o recebimento de fibras de algodão de má qualidade.
No Brasil, o estabelecimento do primeiro padrão de algodão foi em 1925. Atualmente, a classificação está prevista na Instrução Normativa 24, que está sempre sendo atualizada para que o setor cotonicultor tenha uma melhora constante na qualidade da fibra para fins de comercialização e processamentos.
Entre as vantagens da padronização universal para a classificação estão:
elimina diferenças de preço entre os mercados;
oferece meios para solucionar disputas;
torna o produtor mais consciente sobre o valor do seu produto, permitindo que se encontre em uma melhor posição para negociar;
beneficia o comércio do algodão.
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Fatores avaliados na classificação do algodão
A avaliação dos fatores de identidade e qualidade na classificação do algodão é realizada através de instrumentos de alta capacidade analítica. O HVI (High Volume Instrument), por exemplo, é um equipamento utilizado para medir as características da fibra do algodão, capaz de fornecer diversas informações relevantes sobre sua qualidade.
Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o Regulamento Técnico do Algodão em Pluma no Brasil define o padrão oficial de classificação do algodão em pluma, com os requisitos de:
identidade e qualidade;
amostragem;
modo de apresentação;
marcação ou rotulagem.
Além disso, a qualidade da fibra de algodão e seu valor no mercado também podem ser avaliados por algumas características específicas destacadas no Manual para a Padronização da Classificação Instrumental do Algodão, entre elas:
índice de fibras curtas;
comprimento da fibra;
uniformidade do comprimento;
resistência (resiliência, elasticidade e fiabilidade) da fibra;
cor (refletância, amarelamento e grau);
micronaire (componentes de finura e maturidade);
regularidade da massa;
umidade;
maturidade;
sedosidade;
contagem, área e grau de impurezas como fragmentos de casca dos caroços e contaminantes vegetais.
Por tudo isso, pode-se afirmar que hoje o algodão brasileiro alcança grande relevância e credibilidade no mercado, uma conquista que é fruto do trabalho e do esforço dos produtores brasileiros.
Incansáveis, os cotonicultores estão cada vez mais em busca de uma classificação de algodão criteriosa, atualizada e que sirva de referência para as diversas etapas da cadeia produtiva.
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