A safra de soja 2024/25 está entrando em sua reta final, com a colheita ganhando ritmo em várias regiões do Brasil.
Mas, afinal, as expectativas de um novo recorde de produção estão se confirmando? Ou os desafios climáticos e fitossanitários que marcaram o início do ciclo acabaram impactando os resultados finais?
Aqui no Mais Agro, publicamos um artigo sobre o andamento do plantio e as projeções para a safra de soja 2024/25 (que você pode conferir aqui!). No artigo, destacamos que, apesar dos atrasos iniciais causados por chuvas irregulares, o plantio avançou rapidamente e as condições climáticas melhoraram significativamente a partir de novembro, criando um cenário favorável para o desenvolvimento das lavouras.
Agora, com a colheita em andamento, é hora de conferir se essas expectativas estão se concretizando ou se novos desafios surgiram pelo caminho.
Neste conteúdo, vamos te contar tudo sobre o andamento da colheita da soja 2024/25 e compartilhar dados atualizados da Conab, do USDA e de outras fontes, mostrando se o Brasil está mesmo caminhando para bater mais um recorde na produção de soja.
Confira!
Panorama geral da safra de soja 2024/25: projeções atualizadas
No início da safra 2024/25, destacamos os desafios enfrentados durante o plantio, marcado por chuvas irregulares que atrasaram o início das operações em várias regiões. No entanto, as condições climáticas melhoraram significativamente a partir de novembro, permitindo que o plantio avançasse em ritmo acelerado.
Até a primeira quinzena de janeiro, cerca de 98% da área prevista já havia sido semeada, um reflexo da resiliência e da capacidade de adaptação dos produtores brasileiros.
Agora, com a semeadura 99,5% finalizada, os dados da Conab começam a consolidar o desempenho desta safra
De acordo com o 5º Levantamento de Safra da Conab, divulgado em 13 fevereiro de 2025, a área dedicada ao cultivo de soja no Brasil atingiu 47.450,6 mil hectares, um aumento de 2,8% em relação à safra anterior.

Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pela expansão em áreas de pastagens degradadas e pela substituição do milho pela soja, cultura que se mostrou mais rentável neste ciclo.
A produção estimada é de 166,01 milhões de toneladas, representando um crescimento expressivo, de 12,4% em comparação com a safra 2023/24.

Já a produtividade média projetada é de 3.499 kg/ha, um incremento de 9,3% frente ao ciclo anterior.

Outras projeções também reforçam o otimismo em relação à safra brasileira.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu relatório de fevereiro, manteve a estimativa para a produção brasileira de soja em 169 milhões de toneladas para a safra 2024/25, confirmando a expectativa de um novo recorde.
Já a consultoria Safras & Mercado projeta uma produção ainda maior, de 174,8 milhões de toneladas, indicando um cenário ainda mais favorável.
Esses números confirmam que, apesar dos desafios iniciais, a safra 2024/25 caminha para ser mais uma de superação, consolidando o Brasil como um dos maiores produtores de soja do mundo.
No entanto, como veremos a seguir, nem todas as regiões estão livres de obstáculos. Condições climáticas adversas e desafios fitossanitários ainda podem impactar os resultados finais em algumas áreas.
Andamento da colheita de soja 2024/25: o que está acontecendo em cada região?
Até o início de fevereiro, a colheita atingia 8% da área semeada, um avanço abaixo do registrado no mesmo período da safra anterior, quando 14% das lavouras já haviam sido colhidas.
Esse ritmo mais lento pode ser atribuído, em grande parte, ao excesso de chuvas em algumas regiões, como Mato Grosso e Goiás, que atrasaram as operações de campo e, em alguns casos, houve comprometimento na qualidade dos grãos.


Agora, vamos mergulhar no panorama por região para entender como cada uma está lidando com os desafios climáticos e fitossanitários, e como isso está impactando os resultados da colheita.
Andamento da colheita de soja 2024/25 por região
- Mato Grosso:
O maior produtor de soja do Brasil enfrentou um início de colheita desafiador.
O excesso de chuvas em janeiro atrasou o avanço das operações e, em algumas áreas, comprometeu a qualidade dos grãos, que apresentaram alta umidade. No entanto, as lavouras que já foram colhidas mostram produtividades satisfatórias, refletindo o bom manejo e as condições climáticas favoráveis durante o desenvolvimento da cultura.
A preocupação agora é com o calendário de plantio da segunda safra, que pode ser impactado pelos atrasos na colheita.
- Rio Grande do Sul:
Enquanto o Centro-Oeste sofre com o excesso de chuvas, algumas áreas do Sul do país enfrentam o oposto: uma seca persistente que tem causado perdas irreversíveis em diversas lavouras, especialmente nas semeadas em outubro.
A estimativa de produtividade média foi reduzida para 2.698 kg/ha, uma queda de 9% em relação à projeção inicial. Lavouras em fase reprodutiva foram as mais afetadas, com perdas que podem chegar a 65% do potencial produtivo em algumas áreas.
- Paraná:
No Paraná, as lavouras estão majoritariamente na fase de enchimento de grãos, mas o clima seco e as altas temperaturas têm afetado o potencial produtivo.
A colheita já alcançou 23% da área cultivada e os produtores estão atentos às condições climáticas, que podem impactar o peso final dos grãos. A região de Capanema, por exemplo, já registra menor disponibilidade de água no solo, o que pode comprometer o rendimento.
- Goiás:
A colheita avança em áreas irrigadas, mas o excesso de chuvas tem dificultado o processo nas lavouras de sequeiro.
A produtividade média esperada é de 3.797 kg/ha, com algumas áreas atingindo 4.800 kg/ha, especialmente em regiões onde o manejo e as condições climáticas foram mais favoráveis. O desafio agora é a logística, com a concentração das operações de colheita em fevereiro, o que pode gerar gargalos no transporte e no armazenamento dos grãos.
- Bahia:
No Extremo Oeste da Bahia, as lavouras estão em fase de floração, enchimento de grãos e maturação, com a colheita iniciada em 3,5% da área.
A expectativa é de produtividades acima da média dos últimos cinco anos, especialmente nas áreas irrigadas, que já apresentam resultados promissores. No entanto, o excesso de umidade em algumas regiões tem causado perdas pontuais.
- Mato Grosso do Sul:
A variabilidade climática tem sido o grande desafio no Estado.
Enquanto algumas lavouras apresentam produtividades de 4.200 kg/ha, outras registram apenas 900 kg/ha, refletindo a má distribuição das chuvas e o déficit hídrico em algumas áreas. Os custos elevados e a baixa qualidade dos grãos colhidos são preocupações adicionais para os produtores.
Expectativas para o restante da safra e desafios climáticos e fitossanitários
O clima continua sendo o grande protagonista da safra de soja 2024/25, com impactos distintos em cada região.
Como vimos, no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso e Goiás, o excesso de chuvas tem sido o principal desafio. O clima úmido favoreceu o surgimento de doenças fúngicas, exigindo aplicações preventivas de fungicidas e um manejo mais intensivo por parte dos produtores.
Já no Sul do país, o cenário é completamente oposto. A falta de chuvas reduziu a incidência de doenças fúngicas, mas aumentou a ocorrência de pragas como tripes.
Em Goiás, algumas regiões relataram infestação de lagartas e mosca-branca, mas as estratégias de manejo têm alcançado bons resultados.
A regularidade das aplicações de defensivos e a adoção de práticas integradas de manejo foram diferenciais para a sanidade das lavouras e para preservar o potencial produtivo!
Apesar desses obstáculos, a safra de soja 2024/25 caminha para ser mais uma de superação, com projeções que apontam para um novo recorde de produção – mas é fundamental acompanhar de perto as condições climáticas e o cenário de pragas e doenças nesse fim de ciclo. A logística de colheita e o armazenamento dos grãos também serão desafios importantes, especialmente em regiões onde as operações estão concentradas em fevereiro.
Expectativas serão atingidas? Projeções para a demanda de soja na safra 2024/25

Com a safra avançando, o mercado segue atento ao volume final de produção e à dinâmica da oferta e demanda. As projeções para as exportações de soja em grão na safra 2024/25 são bastante promissoras.
A Conab estima que o Brasil exporte 105,45 milhões de toneladas de soja no ano comercial de 2025, um aumento significativo em relação aos 98,81 milhões de toneladas exportadas na safra 2023/24. Esse crescimento é impulsionado pela maior produção e pela demanda internacional, especialmente da China, maior importador mundial de soja.
Além das exportações, a demanda interna por soja também deve se manter aquecida, impulsionada principalmente pelo setor de esmagamento, que transforma o grão em farelo e óleo de soja.
O farelo de soja, principal produto derivado do esmagamento, é amplamente utilizado na produção de ração animal, especialmente para aves e suínos. A produção de farelo na safra 2024/25 está estimada em 43,31 milhões de toneladas, com exportações projetadas em 22 milhões de toneladas.
Já o óleo de soja, utilizado tanto na indústria alimentícia quanto na produção de biodiesel, deve atingir uma produção de 11,42 milhões de toneladas, com exportações estimadas em 1,4 milhão de toneladas.
O impacto final das condições climáticas e da logística da colheita ainda será determinante para o fechamento dos números da safra.
Ou seja, as próximas semanas serão cruciais para entender se os desafios enfrentados nas lavouras resultarão em ajustes adicionais nas projeções de produção.
A Syngenta segue acompanhando de perto o avanço da colheita e reforça a importância de um manejo eficiente para garantir a máxima rentabilidade. Fique ligado no portal Mais Agro para mais atualizações!
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