Atualizado em 15/05/2025.
A safra de soja 2024/25 está entrando em sua reta final, com a colheita ultrapassando os 97%. E, afinal, as expectativas de um novo recorde de produção estão se confirmando? Ou os desafios climáticos e fitossanitários que marcaram o início do ciclo acabaram impactando os resultados?
Aqui no Mais Agro, publicamos um artigo sobre o andamento do plantio e as projeções para a safra de soja 2024/25 (que você pode conferir aqui!). No artigo, destacamos que, apesar dos atrasos iniciais causados por chuvas irregulares, o plantio avançou rapidamente e as condições climáticas melhoraram significativamente a partir de novembro, criando um cenário favorável para o desenvolvimento das lavouras.
Agora, com a colheita em finalização, é hora de conferir se essas expectativas estão se concretizando ou se novos desafios surgiram pelo caminho.
Confira!
Panorama geral da safra de soja 2024/25: projeções atualizadas
No início da safra 2024/25, destacamos os desafios enfrentados durante o plantio, marcado por chuvas irregulares que atrasaram o início das operações em várias regiões. No entanto, as condições climáticas melhoraram significativamente a partir de novembro, permitindo que o plantio avançasse em ritmo acelerado.
Com a colheita 97,7% finalizada até o dia 15 de maio, os dados da Conab começam a consolidar o desempenho desta safra.
De acordo com o 8º Levantamento de Safra da Conab, divulgado em maio de 2025, a área dedicada ao cultivo de soja no Brasil atingiu 47.612,7 mil hectares, um aumento de 3,2% em relação à safra anterior.
Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pela expansão em áreas de pastagens degradadas e pela substituição do milho pela soja, cultura que se mostrou mais rentável neste ciclo.
No 5º levantamento, a produção estimada era de 166,01 milhões de toneladas, o que já representava um crescimento expressivo de 12,4% em comparação com a safra 2023/24.
No 6º levantamento, a produção estimada foi ajustada para 167,37 milhões de toneladas, representando um crescimento de 13,3% frente ao ciclo 2023/24.
No 7º levantamento, a produção foi novamente ajustada levemente para cima, com 167.869,8 milhões de toneladas, 13,6% a mais em relação à safra anterior.
Agora, no 8º levantamento de Safra da Conab, confirmamos mais um acréscimo: 168.341,8 milhões de toneladas, 14% a mais do que o ciclo 2023/24.
Já a produtividade média – que estava em 3.527 kg/ha no 6º levantamento e 3.533 kg/ha – no 8º, também teve um incremento, alcançando 3.536 kg/ha, 10,5% frente ao ciclo anterior, indicando boas condições gerais para a safra, apesar dos desafios climáticos registrados em algumas regiões.
Andamento da colheita de soja 2024/25: o que está acontecendo em cada região?
Até o início de fevereiro, a colheita atingia 8% da área semeada, um avanço abaixo do registrado no mesmo período da safra anterior, quando 14% das lavouras já tinham sido colhidas.
No início de março, 60,9% da soja já havia sido colhida, um avanço significativo em relação ao levantamento anterior – e acima do registrado para o mesmo período no ciclo anterior.
Agora, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Conab, a colheita da safra de soja 2024/25 no início de maio já atingiu mais de 97% da área total.
Agora, vamos mergulhar no panorama por região para entender como cada uma está lidando com os desafios climáticos e fitossanitários, e como isso está impactando os resultados da colheita.
Andamento da colheita de soja 2024/25 por Estados
- Mato Grosso
A colheita foi finalizada no final de abril, com os melhores resultados da série histórica do Estado, refletindo as condições climáticas favoráveis e o profissionalismo dos produtores. A produtividade média estimada é de 3.903 kg/ha, com uma produção recorde de 49.719,1 mil toneladas, consolidando o Mato Grosso como o maior produtor nacional.
- Rio Grande do Sul
A colheita avançou para 92% da área cultivada, mas o cenário permanece crítico. A produtividade média foi revisada para 2.084 kg/ha, uma redução de 30% em relação às estimativas iniciais. As condições climáticas adversas, incluindo veranicos e altas temperaturas, resultaram em plantas com baixa estatura, vagens falhadas e grãos pequenos. Muitos produtores enfrentaram dificuldades para cobrir os custos de produção, marcando a quarta safra consecutiva com desempenho abaixo do esperado.
- Paraná
A colheita foi concluída em todo o Estado, com uma produtividade média de 3.663 kg/ha, 16,1% superior à safra anterior. Apesar de veranicos pontuais, o desempenho geral foi positivo, especialmente nas lavouras de ciclo curto e médio, que se beneficiaram do clima favorável no início do ciclo.
- Goiás
A colheita foi finalizada na primeira quinzena de abril, com produtividade recorde de 4.122 kg/ha. As condições climáticas foram favoráveis para as lavouras de ciclo médio e tardio, embora algumas localidades tenham registrado quedas pontuais devido à redução das chuvas no final do ciclo. O Estado ultrapassou o Rio Grande do Sul em volume de produção.
- Bahia
A colheita está na fase final, com apenas alguns talhões tardios restantes. A produtividade consolidada foi excelente, com quedas pontuais em áreas afetadas por estresse hídrico, mas sem impacto significativo no resultado geral.
- Mato Grosso do Sul
A colheita foi concluída, com destaque para os recordes de produtividade em Chapadão do Sul e Costa Rica. No entanto, o estresse hídrico e as temperaturas extremas afetaram outras regiões, especialmente durante o enchimento de grãos, resultando em uma produtividade média de 3.900 kg/ha na região norte.
- Santa Catarina
A colheita está concluída em 90% das lavouras no meio-oeste, com produtividade média de 3.600 kg/ha. No extremo-oeste, a colheita alcançou 84%, mas as lavouras de safrinha sofreram com déficit hídrico. A produtividade estimada para o Estado foi revisada para 3.800 kg/ha, 1,3% acima da safra passada.
- São Paulo
A colheita foi finalizada com produtividades superiores às estimativas iniciais, consolidando o Estado entre os que bateram recordes nesta safra.
- Minas Gerais
A colheita foi concluída em meados de abril, com lavouras de ciclo curto e médio apresentando excelente desempenho devido ao clima favorável no início do ciclo. As áreas de ciclo mais longo foram impactadas pelo clima seco de fevereiro e março, mas as lavouras irrigadas, especialmente no noroeste, registraram rendimentos excepcionais.
- Distrito Federal
A colheita foi concluída, com produtividade média de 3.725 kg/ha, 7% superior à safra anterior. As chuvas regulares e bem distribuídas garantiram grãos de alta qualidade.
- Tocantins
A colheita foi finalizada, com produtividade recorde de 3.728 kg/ha, reflexo das condições climáticas favoráveis durante o ciclo.
- Maranhão
A colheita avança no leste do Estado, com boa sanidade nas lavouras. No entanto, a microrregião do Códio, Coelho Neto e Caxias enfrentou déficit hídrico, prejudicando o potencial produtivo.
- Piauí
A colheita está próxima da finalização, mas os veranicos após fevereiro reduziram a produtividade em municípios, como Sebastião Leal e Uruçuí.
- Pará
A colheita foi afetada por excesso de chuvas em Redenção e no polo Paragominas, onde problemas com soja ardida reduziram a produtividade em algumas áreas.
- Rondônia
A colheita foi impactada pelas chuvas intensas, mas as produtividades superaram as estimativas iniciais. A conclusão ocorreu no início de maio.
Balanço Nacional
A safra 2024/25 confirma-se como a maior da história do Brasil, com produção estimada em 168.341,8 mil toneladas (14% acima da safra 2023/24) e produtividade média de 3.536 kg/ha. O Centro-Oeste, Sudeste, Paraná e Tocantins lideram os resultados, enquanto o Rio Grande do Sul enfrentou perdas significativas.
Expectativas serão atingidas? Projeções para a demanda de soja na safra 2024/25

Com a colheita praticamente encerrada e os dados consolidados, a Conab revisou novamente para cima suas estimativas para a safra atual. A produção de soja em grãos na safra 2024/25 foi ajustada para 168,34 milhões de toneladas, um incremento de 472 mil toneladas em relação ao levantamento anterior. Esse novo patamar reforça ainda mais a posição do Brasil como maior produtor e exportador mundial da oleaginosa.
Como reflexo direto desse aumento na produção, as exportações de soja em grãos para o ano comercial de 2025 também foram revisadas para cima, passando para 105,96 milhões de toneladas – um acréscimo de 104 mil toneladas em relação à projeção anterior. A demanda externa segue sustentada principalmente pela China, que continua sendo o principal destino da soja brasileira.
No que diz respeito aos subprodutos, as projeções se mantiveram estáveis. As exportações de farelo de soja seguem estimadas em 23,6 milhões de toneladas, enquanto para o óleo de soja a previsão permanece em 1,4 milhão de toneladas.
No mercado interno, o farelo de soja continua com demanda aquecida, impulsionado principalmente pelo crescimento da produção de carnes, especialmente suínos e aves. O consumo interno permanece projetado em 19,5 milhões de toneladas, mantendo o cenário favorável para o setor. Já o óleo de soja segue com demanda firme por parte da indústria alimentícia e, principalmente, do segmento de biodiesel. A manutenção da mistura obrigatória de 15% de biodiesel no diesel (B15) deve sustentar a produção interna de óleo de soja em 11,36 milhões de toneladas.
Com o aumento da oferta, os estoques finais foram revisados para 2,95 milhões de toneladas – um incremento de 359 mil toneladas em relação à estimativa anterior. Esse volume, significativamente superior às 758 mil toneladas registradas no ciclo passado, indica um cenário confortável de abastecimento. No entanto, caso o ritmo das exportações não se mantenha nos níveis projetados ao longo do ano, os preços internos podem sofrer pressão negativa, exigindo atenção redobrada dos produtores e agentes de mercado.

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