Atualizado em 07/03/2025.
A citricultura brasileira desempenha um papel de importância estratégica, com um histórico de liderança na produção e na exportação, no abastecimento mundial de frutas cítricas e seus derivados.
Segundo estimativas da USDA (United States Department of Agriculture), de janeiro de 2025, é esperado que o Brasil contribua com mais de 70% de todo o suco de laranja comercializado no mundo. Ou seja, a cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, três têm origem em terras brasileiras.
O Brasil tem uma longa tradição no cultivo de citrus, com destaque para a região do Cinturão Citrícola, que corresponde aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, como principal polo produtor, e que foi responsável pelas 309,34 milhões de caixas produzidas na safra 2023/24.
Segundo o último relatório da Fundecitrus, de fevereiro de 2025, para a safra 2024/25, as estimativas são de uma produção esperada de mais de 228,52 milhões de caixas de 40,8 kg da fruta.
Ainda de acordo com o mesmo relatório, o país possui mais de 168,54 milhões de plantas produtivas, em uma área correspondente de mais de 336 mil hectares, dos quais mais de 50.000 hectares são considerados não produtivos em função do desenvolvimento das plantas.
Contudo, os citricultores enfrentam um grande desafio: o greening. Causado pela bactéria Candidatus liberibacter spp., é a doença mais devastadora de pomares em todo mundo, tendo em vista que não possui tratamento curativo, causando prejuízos crescentes que ameaçam a produtividade, exigindo cada vez mais aprimoramento técnico para o manejo do inseto-vetor: o psilídeo-asiático-dos-citrus.
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Quais são os impactos do greening na citricultura brasileira?

O levantamento anual da Fundecitrus, normalmente liberado em agosto de cada ano, sobre a prevalência do greening, indica um aumento da doença, passando de 38,06% em 2023 para 44,35% em 2024 no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro.
Esse crescimento de 16,5% representa cerca de 90,36 milhões de árvores doentes em um total de 203,74 milhões de laranjeiras no parque citrícola. Este é o sétimo ano consecutivo de aumento na incidência, sendo o maior registro desde 2008, em função do aumento da disseminação do principal vetor da doença: o psilídeo.
A abrangência do greening é evidente em todas as regiões e tamanhos de propriedades, demandando uma abordagem cuidadosa por parte dos citricultores para controlar efetivamente essa doença dos citrus.
As regiões mais afetadas permanecem sendo no Estado de São Paulo, os municípios de Limeira (79,38%), Brotas (77,06%), Porto Ferreira (71,77%), Duartina (63,93%) e Avaré (63,41%). Além disso, Altinópolis permaneceu dentro do grupo com alta incidência de greening, com 42,93% de árvores infectadas.
Em regiões intermediárias, como Matão (18,91%), São José do Rio Preto (17,57%) e Itapetininga (15,19%), a incidência é considerável. Votuporanga (3,14%) e a região do Triângulo Mineiro (0,11%) continuam com as menores incidências, porém Votuporanga registrou um aumento significativo da doença, de 77,4%, em comparação ao ano anterior, enquanto no Triângulo Mineiro foi constatada uma redução da incidência da doença, de 68,6%.
Mas, afinal, o que causa o greening nos citrus?
O greening, também conhecido como Huanglongbing (HBL), é uma doença dos citrus causada pela bactéria Candidatus liberibacter spp., sendo o psilídeo (Diaphorina citri) seu principal vetor, desempenhando um papel crucial na disseminação da doença pelo mundo.
Sem a presença desse inseto-vetor, a bactéria teria dificuldades significativas para se disseminar a curtas distâncias. Assim, o psilídeo é essencial para a ocorrência do greening, visto que é ele quem infecta as plantas de citrus com a bactéria.

E quais são os sintomas do greening, a principal doença dos citrus?
Os sintomas característicos do greening manifestam-se por meio de folhas com padrões mosqueados de forma assimétrica, bem como frutos de tamanho reduzido e frequente abortamento de sementes. Os principais sintomas diagnósticos dessa doença dos citrus estão ilustrados na imagem abaixo:

Conforme a bactéria responsável pelo greening coloniza os vasos do floema, ocorre uma séria interferência na circulação da seiva elaborada nesse sistema, até a obstrução dos vasos. Esse processo compromete consideravelmente a produtividade dos pomares, levando a uma redução significativa na quantidade e na qualidade dos frutos produzidos.
Em situações extremas, os pomares podem tornar-se economicamente inviáveis devido à redução na qualidade e na quantidade da produção. Portanto, o greening representa não apenas uma ameaça à saúde das plantas, mas também um desafio significativo para a viabilidade econômica da citricultura brasileira e mundial.
Quais são os desafios do manejo integrado do greening na cultura dos citrus?
O manejo integrado do greening é uma tarefa desafiadora, que requer a implementação de um conjunto diversificado de estratégias para combater a doença de forma eficaz. Esse tripé de abordagens envolve:
- Aquisição de mudas certificadas e sadias: o primeiro passo crítico é garantir a utilização de mudas provenientes de viveiros certificados. Ao optar por mudas certificadas, os produtores asseguram a sanidade das plantas desde o estágio inicial de desenvolvimento. Isso ajuda a prevenir a introdução do greening no pomar.
- Controle do inseto-vetor: um aspecto fundamental do manejo do greening é o controle eficaz do inseto-vetor, o psilídeo (D. citri). Para isso, é necessário empregar medidas de manejo integrado de pragas, que incluem o uso criterioso de inseticidas. No entanto, é importante adotar uma abordagem equilibrada, que minimize os impactos ambientais e preserve os inimigos naturais dos psilídeos.
- Erradicação de plantas doentes no pomar: uma prática essencial para conter a propagação do greening é a erradicação de plantas doentes no pomar. Remover os focos de infecção é fundamental para reduzir a disseminação da doença e evitar a contaminação de outras árvores saudáveis. No entanto, é importante realizar essa erradicação de forma adequada e completa, evitando deixar resquícios de plantas infectadas que possam servir como fonte de inóculo para novas infecções.
Essas estratégias compõem uma abordagem integrada e completa para o manejo do greening, visando não apenas controlar a doença, mas também prevenir sua propagação e minimizar seus impactos sobre a citricultura.
Como controlar o psilídeo, inseto-vetor do greening nos citrus, com eficiência?

O controle químico do psilídeo, principal vetor do greening, com inseticidas é uma ferramenta importante no manejo integrado da doença. No entanto, os desafios para o emprego dessa prática de manejo ainda são significativos.
O uso recorrente dos mesmos produtos ao longo do tempo, sem a devida atenção à necessidade de rotação de princípios ativos, gerou uma perda de sensibilidade de populações desse inseto às moléculas inseticidas disponíveis no mercado.
Tal perda de sensibilidade tem se tornado uma preocupação crescente, uma vez que pode evoluir para casos concretos de resistência. Nesse sentido, para auxiliar os citricultores brasileiros no enfrentamento desse problema e na preservar a produção mundial de citrus, a Syngenta surge com uma inovação.
CitriManejo Consciente do Greening: o movimento pela sustentabilidade da citricultura

O Citrimanejo Consciente é uma abordagem técnica da Syngenta que visa não apenas combater e controlar o greening, mas também preservar a eficácia dos princípios ativos e minimizar o desenvolvimento de resistência.
Para alcançar tal meta, esse movimento promove a conscientização sobre a importância das boas práticas e do manejo correto nos pomares, em prol da sustentabilidade da citricultura, se baseando em três grandes pilares:
- Ciência básica: para entender o problema e conhecer a dinâmica da praga, a Syngenta investe no monitoramento da praga no Estado de São Paulo, por meio de seu laboratório de resistência de pragas, situado na estação de pesquisa em Holambra (SP), além de empregar soluções digitais para o levantamento da incidência da praga no campo nas principais regiões produtoras de citrus do Brasil.
- Ciência aplicada: por meio da extensão e da presença de seu time no campo, a Syngenta instala ensaios e experimentos de Pesquisa e Desenvolvimento para o manejo e o posicionamento de seu portfólio de inseticidas, salvaguardando as premissas de rotação de diferentes modos de ação. Além disso, trabalha desenvolvendo novas moléculas para servir ao manejo integrado.
- Transferência de tecnologia: a Syngenta tem o compromisso de colaborar com a conscientização da importância econômica do greening e, para isso, possui um plano de comunicação robusto para mídias e redes sociais. No campo, nosso time está preparado para treinar e instruir o produtor rural por meio de palestras com consultores e treinamentos nas principais regiões produtoras.
A Fundecitrus tem desempenhado um papel crucial nesse contexto, oferecendo assistência técnica aos produtores e promovendo a adoção de estratégias sustentáveis de manejo, além de disponibilizar materiais de cunho técnico-informativo para download, dentre os quais se destaca a última atualização do Guia de rotação de inseticidas para controle do psilídeo, lançada em 2023.
Finalmente, vale reforçar que o manejo eficiente do psilídeo preconiza a rotação de quatro modos de ação diferentes. Entre esses, a Syngenta oferece três. São eles: antranilamida, neonicotinoides e piretroides, protegendo a citricultura contra sua maior ameaça.
Portanto, para o controle do greening, a Syngenta, líder no segmento, dispõe de um portfólio robusto e completo, que pode ser observado no posicionamento ilustrado pelo infográfico abaixo. Acesse e confira agora mesmo:

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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