Cafeicultura 4.0 e novos modelos de negócios nas fazendas brasileiras
O protagonismo do Brasil na cafeicultura mundial vai além de sua liderança na produção e exportação de grãos. Com uma posição de vanguarda em tecnologias que fomentam a eficiência produtiva, a cafeicultura brasileira realinhou suas práticas ao longo das últimas décadas, promovendo uma evolução do setor sem precedentes.
Sobretudo, o Brasil passou por processos marcados pela diversificação e modernização do parque cafeeiro, incluindo a renovação dos cafezais, e esses avanços foram fundamentais para a expansão e a tecnificação dos trabalhos.
Jovens e mulheres agregam novos modelos de gestão nas fazendas brasileiras
Hoje é comum observar fazendas brasileiras sendo geridas ou transformadas por jovens e mulheres. Esse movimento, impulsionado pelas mudanças na agricultura nos últimos anos, reacendeu uma discussão recorrente no setor: a gestão.
A cafeicultura, que por muitos anos foi conduzida de forma amadora, evoluiu para um modelo profissional. Carmen Lúcia Ucha, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), destaca que o retorno dos jovens ao campo trouxe resultados positivos nos modelos de negócios.
“Quando eles retornam, vêm com o desejo de transformar e com um olhar diferenciado, especialmente no que diz respeito à gestão, o que tem contribuído muito para o avanço da cafeicultura brasileira nas últimas décadas. E vejo, paralelamente, a chegada das mulheres no setor, como um fator primordial. Elas assumiram posições muito importantes dentro da cafeicultura, e isso foi uma das grandes viradas de chave. A mulher chegou focada em trabalhar a gestão com excelência e com um olhar dedicado à qualidade, que muitas vezes a cafeicultura convencional não tinha”, explica.
Estudo e capacitação do produtor
A busca por capacitação também foi um fator crucial para as transformações no setor. Sobretudo, Carmen Lúcia Ucha enfatiza a importância da participação feminina nesse movimento.
“As mulheres chegaram se capacitando e fazendo muita diferença na gestão das propriedades. Elas trouxeram administrações cautelosas, além das melhores práticas administrativas e agrícolas, bem como uma melhor receptividade às novas tecnologias”, destaca Ucha.
Colheita e pós-colheita tecnificada no Brasil
O avanço tecnológico teve um papel vital na modernização da cafeicultura brasileira, focando na produtividade, qualidade e maior geração de valor. A mecanização das máquinas trouxe melhorias significativas, como o uso de silos aerados para secagem, diminuindo o tempo no terreiro.
“Esses silos reduziram o tempo necessário no terreiro. É uma técnica superior à secagem estática, que, apesar de receber o café diretamente da lavoura, apresenta problemas de uniformidade e tempo de secagem”, explica Reymar de Andrade, CEO da Pinhalense.
Outro marco foi a introdução de despolpadores de baixo consumo de água, como o Ecosuper, eleito “Máquina do Ano” pela Specialty Coffee Association (SCA), nos Estados Unidos. Além disso, o setor se beneficiou de avanços como a máquina Robusta, essencial para o crescimento do café Conilon no Brasil.
Nas áreas montanhosas de produção de arábica, a mecanização enfrenta ainda desafios, mas a introdução de tecnologias segue em ritmo acelerado. Segundo Reymar, o cafeicultor brasileiro é o mais aberto à adoção de novas tecnologias. “Hoje, a cafeicultura no Brasil é a mais moderna e profissional do mundo”, finaliza.
Manejo tecnológicos na cafeicultura brasileira
Alguns manejos também passaram a receber atenção tecnológica, como algumas aplicações, dentre elas, a via Drench.
A pulverização do defensivo, direto nas raízes das plantas, por meio de jato dirigido ao longo da linha do café, sob a saia das plantas, foi uma grande inovação nas últimas décadas liderada pela Syngenta.
Proporcionando flexibilidade operacional, o método dá ao cafeicultor a possibilidade de realizar a operação independente das condições climáticas e de ser mais assertivo na aplicação. Isso porque, a aplicação via Drench, se mostra mais resistente, com poucos índices de perdas por evaporação, além de resguardar o trabalhador evitando riscos de contaminação.
A aplicação também se mostrou ao longo dos anos, como o controle mais preventivo de pragas e doenças, bem como muito importante para o controle de doenças fúngicas na lavoura.
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Syngenta Digital: a cafeicultura 4.0 no Brasil
O Brasil já vive a era da cafeicultura 4.0, que utiliza tecnologias digitais para aumentar a eficiência produtiva, a qualidade e a sustentabilidade. Entre os destaques está as plataformas da Syngenta Digital, como:
- CropWise Protector: ferramenta que centraliza informações do campo, mapeando pragas e doenças, bem como entregando avaliações e estimativas necessárias para ações de manejo.
- CropWise Balance: auxilia na gestão financeira, como, contabilizar custos por talhão, e ainda contabilizar as aplicações até a venda, bem como possibilitar o acesso rápido a todas as informações financeiras da propriedade.
- CropWise Imagery : realiza análises pontuais de qualquer evento na lavoura, como questões climáticas, por exemplo, contextualizando todo cenário em campo.
Matheus Lapenta Sgarbi, RTV de especialidades da Syngenta Digital, afirma que o Protector, muito utilizado pelos cafeicultores, funciona como um caderno digital. “Ele organiza os dados inseridos pela equipe, facilitando o monitoramento e a tomada de decisões”.
As ferramentas digitais também ajudam a superar desafios, como os processos de certificação. “Eles permitem registrar aplicações e monitorar o campo, bem como agilizar a entrega das informações solicitadas para se ter uma certificação. Um processo que geralmente é moroso, ganha agilidade e assertividade com a plataforma”, ressalta Matheus.
Cafeicultura brasileira avança em sustentabilidade
Além da tecnologia, o Brasil lidera a produção de café de forma sustentável, com uso racional de insumos e práticas voltadas à conservação do solo e à vida microbiana.
“O Protector ajuda muito nesse ponto. Nessa linha, você faz uma avaliação e ainda consegue definir qual área que precisa entrar e em qual parte as aplicações precisam ser feitas. Então são opções assertivas do que pode ser feito em campo”, ressalta Matheus.
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Genética e inovação reposicionam o Brasil mundialmente
O desenvolvimento genético também foi decisivo para a competitividade brasileira, especialmente na produção de canéforas, isso porque as novas variedades ampliaram a presença do país no mercado global.
“Tudo indica que dentro de muito pouco tempo, o Brasil deverá ser também o maior produtor de Canephoras no mundo. Eu acho que essa é uma tecnologia que tem sido fundamental para o Brasil se posicionar na cafeicultura mundial”, Ucha destaca.
Avanços genéticos, tecnologias de colheita e pós-colheita, pesquisas científicas para novos insumos, manejos diferenciados, agricultura regenerativa e toda vanguarda da sustentabilidade no café, esses são os pilares que ajudaram o Brasil a construir até aqui, a cafeicultura que temos hoje.
Ainda há um longo caminho, com novos avanços para o setor, no entanto, em todos eles, a premissa de uma cafeicultura responsável e sustentável em todos os patamares, continua sendo prioridade.
“Estamos falando de uma cafeicultura com muitos pontos relevantes e importantes em nosso processo de transformação”, finaliza Ucha.
A Syngenta apoia o produtor rural em todos os momentos, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis.
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