O uso de defensivos ou outros produtos nas lavouras é parte importante do programa de manejo integrado, que visa atingir o máximo potencial produtivo das plantas. A tecnologia de aplicação avança a cada safra, permitindo que o agricultor otimize as operações que protegem a lavoura contra ameaças e oferecem melhorias fisiológicas à cultura. Além disso, a precisão da dosagem a ser aplicada e da distribuição do produto na área é fator importante para a sustentabilidade do processo de produção na agricultura.
Uma estratégia integrada de utilização de soluções na lavoura tem sua eficiência em função da tecnologia de aplicação, cujas variáveis são:
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tipo de cultivo e variedade da cultivar;
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estágio de desenvolvimento da cultura;
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alvo da aplicação: folhas, caule, frutos, solo, inseto, entre outros;
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objetivo do uso do produto ou da combinação de mais de uma solução;
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equipamentos de aplicação disponíveis e pontas de pulverização;
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condições climáticas e ambientais ideais para realizar a operação.
Tomar decisão sobre cada uma dessas variáveis é o que define a tecnologia de aplicação, que proporcionará o efeito desejado contra as ameaças ou em favor das plantas. Ao mesmo tempo, o produtor promove: o máximo aproveitamento da quantidade de produto aplicado; economia no custo de produção, ao evitar o fenômeno da deriva; e sustentabilidade do processo, pelo cuidado em não contaminar as pessoas e o ambiente nem gerar desperdícios.
Boas práticas de manejo e inovações na tecnologia de aplicação
O manejo das lavouras tem sua eficiência em função de tecnologia de aplicação estratégica, assim como cada solução objetiva alcançar determinado alvo, seja para controlar doenças, daninhas e pragas ou para beneficiar o desenvolvimento da cultura com efeitos fisiológicos nas plantas ou no solo.
A depender do objetivo e das condições do ambiente, adotam-se determinadas práticas ou inovações para conferir qualidade à tecnologia de aplicação. O fator principal que se deve levar em consideração é o tamanho das gotas pulverizadas, afinal, o diâmetro determina a distribuição do produto, a capacidade de alcance do alvo, a resistência aos raios UV e o tipo de bico adequado para o equipamento.
Tamanho das gotas
São seis as classificações do tamanho das gotas que determinam as classes de pulverização, segundo as normas ASAE S-572 e BCPC. As três categorias de gotas grossas são as mais resistentes à deriva, ou seja, têm menos suscetibilidade de perda de volume de calda por fatores climáticos, como vento ou radiação solar. Por serem maiores e mais pesadas, a chance de dispersão para áreas indesejadas ou evaporação é menor, no entanto, também têm menos capacidade de cobertura e penetração.
As gotas finas e muito finas, por sua vez, possibilitam maior cobertura do alvo, especialmente em culturas que estão em estádio bastante desenvolvido. No entanto, esse tipo de pulverização está mais suscetível à deriva e tem alta taxa de evaporação da calda, se utilizado um produto que não apresenta tecnologia de proteção das moléculas contra raios UV.
Já as gotas de diâmetro médio têm médio potencial de risco de deriva (taxa de 5,7% a 20%) e de evaporação, enquanto apresentam cobertura muito boa, sendo recomendável para aplicação agrícola quando do uso de inseticidas e herbicidas de contato ou sistêmicos e fungicidas sistêmicos.
Tipos de bico de pulverização
Na tecnologia de aplicação, os tipos de bico ou ponta dos equipamentos são determinantes para a homogeneidade do tamanho das gotas, fator decisivo para a qualidade da distribuição do produto. A escolha errada do bico de pulverização pode aumentar os custos de produção ao gerar desperdício, necessidade de reaplicações e consequente redução da produtividade pela falha operacional e atrasos no processo.
Os principais tipos de bicos para aplicação de produtos nas lavouras são denominados:
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leque plano
Fonte: Futura Agrícola
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cone vazio
Fonte: Futura Agrícola
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cone cheio
Fonte: Futura Agrícola
São eles que definem, ao lado da pressão do pulverizador, o tamanho da gota, a uniformidade da distribuição da calda e a qualidade da cobertura sobre o alvo.
Volume de calda
Cada produto tem seu volume de calda especificado na bula, mas saber adaptar a taxa de aplicação para cada contexto específico faz parte da tecnologia de aplicação. É importante seguir os parâmetros, para não ultrapassar o limite de uma aplicação segura às pessoas e ao ambiente e eficiente para o cultivo, embora a diminuição do volume de calda seja uma estratégia que pode aumentar a capacidade operacional.
Condições de ambiente
Para decidir o momento ideal para aplicação a fim de conseguir o máximo aproveitamento do procedimento, é preciso considerar a velocidade do vento, o nível de temperatura e a taxa de umidade do ar. Ventos acima de 10 km/h aumentam muito o risco de deriva, assim como temperaturas superiores a 30 ºC levam a maiores chances de evaporação do produto.
Além disso, a baixa umidade relativa do ar, com taxa inferior a 50%, diminui o tempo de duração da gota, ou seja, a evaporação é mais rápida, diminuindo seu potencial em alcançar o alvo.
Portanto, a tecnologia de aplicação leva em conta o melhor momento do dia para realizar a operação e evitar desperdícios do produto: pela manhã ou pelo fim da tarde, em dias não antecedidos por um longo intervalo sem chuvas e com pouco vento.
Para um manejo mais eficiente, inovações tecnológicas estão sempre sendo aplicadas aos produtos, de maneira a conferir qualidade às soluções e autonomia ao produtor, que tem mais liberdade para aplicação. Um exemplo é a tecnologia VISIQ desenvolvida pela Syngenta, que tem capacidade fotoprotetora, de maneira que a molécula fica protegida contra raios UV e menos suscetível à fotodegradação.
Com isso, a variável de fatores abióticos perde um pouco da sua importância diante da tecnologia de aplicação, conferindo mais flexibilidade para o produtor escolher quando aplicar e qual o tamanho das gotas ideal para atingir o alvo sem sofrer perdas de produto por evaporação.
Formas de aplicação
Há três diferentes formas de aplicação de produtos agrícolas, que fazem toda a diferença na tecnologia de aplicação quando relacionados às variáveis descritas anteriormente:
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aplicação costal;
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aplicação terrestre;
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aplicação aérea.
Cada uma das formas de aplicação é estratégica a depender do momento da cultura, da necessidade em se utilizar o produto e das condições climáticas, e também impacta diretamente nos custos de produção, por conta dos equipamentos utilizados.
A aplicação costal tem menor custo para o produtor no que diz respeito aos equipamentos e é um método que gera pouco risco de deriva, além de poder ser usado em qualquer tipo de relevo. Por outro lado, aumenta as chances de contaminação do operador, há menor controle de distribuição e exige alto volume de calda. Essa operação é eficiente somente em pequenas áreas.
A aplicação terrestre tem ótimo potencial de penetração e cobertura, além de possibilitar controle de deriva se realizada nas condições de ambiente recomendadas. Todavia, terrenos em declive podem tornar a operação inviável, e o produtor deve considerar que esse tipo de aplicação demanda alto volume de calda e não é recomendável para lavouras irrigadas nem para culturas em estádio de desenvolvimento avançado, por conta da altura das plantas. Para que a aplicação terrestre seja eficiente, o cuidado com a manutenção e a calibração do equipamento precisa ser redobrado.
Por último, a aplicação aérea confere agilidade para realizar a operação em áreas extensas e com declividade, exige baixo volume de calda e não há impedimentos operacionais por conta da altura das plantas. Ainda assim, o custo operacional é alto e o risco de deriva é grande.
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Como ser um especialista em boas práticas de tecnologia de aplicação
A tecnologia de aplicação é a chave para uma lavoura produtiva, pelo manejo adequado da lavoura, otimização das operações com foco em agilidade e sustentabilidade e controle dos custos de produção, por meio de uma estratégia que não gere desperdícios e atinja o alvo com precisão.
São muitas as variáveis que precisam ser devidamente combinadas para que as operações sejam bem-sucedidas em cada tipo de lavoura, por isso, conhecimento técnico e profissionais qualificados são dois dos atributos essenciais na criação de estratégias de tecnologia de aplicação.
Há cinco regras de ouro que devem ser seguidas para o uso seguro e correto de produtos:
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Ter o máximo de cuidado em todas as operações.
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Analisar atentamente o rótulo e a bula dos produtos.
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Realizar higiene pessoal criteriosa.
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Utilizar EPIs adequadamente.
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Manter equipamentos e maquinários com manutenção em dia.
O produtor que desejar ter economia, agilidade e sustentabilidade no manejo de sua produção agrícola precisa conhecer a fundo as boas práticas de manejo, de maneira a saber exatamente o que fazer em cada situação, podendo seguir com seu programa de manejo mesmo em condições adversas.
Foi pensando nisso que a Syngenta criou Aplica Certo, uma plataforma de cursos gratuitos que ensinam o uso correto e seguro de defensivos. Com esses treinamentos, o agricultor adquire os conhecimentos necessários para tomar as melhores decisões a respeito da tecnologia de aplicação.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
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