As altas infestações da planta daninha conhecida como vassourinha-de-botão em lavouras do Cerrado, especialmente nos Estados de MT, GO, PI, MA e BA, têm despertado preocupação nos produtores. Por ser perene, uma vez presente na área, a daninha pode causar prejuízos em cultivos de soja e também nas espécies cultivadas em sucessão, seja milho, algodão ou sorgo. 

No entanto, a competição direta entre a vassourinha-de-botão e a soja é particularmente alarmante, visto que, mesmo diante de baixa densidade de infestação, têm sido observadas diminuições consideráveis na massa de mil grãos e na produtividade. Dados mostram perdas de até 28% no rendimento.

Perenidade, alta dispersão, estrutura robusta e grande rusticidade da vassourinha-de-botão tornam seu controle desafiador, sobretudo em estádios fenológicos avançados, em que essa dificuldade é amplificada por sua tolerância ao glifosato, amplamente empregado em operações de dessecação pré-semeadura.

Na soja, a situação é ainda mais difícil, uma vez que a planta daninha também é uma dicotiledônea e, nesse caso, o controle não-seletivo pode prejudicar a cultura principal. Nesse caso, o manejo pré-emergente tem se mostrado como uma estratégia eficiente para o controle dessa espécie, diminuindo o banco de sementes no solo.

Com esse cenário em vista, conhecer todos os aspectos dessa planta daninha, bem como as melhores práticas de manejo para um controle efetivo, é essencial para a manutenção da produtividade dos cultivos agrícolas.

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Tudo sobre a vassourinha-de-botão

A vassourinha-de-botão, pertencente à família Rubiaceae, é nativa das Américas, estendendo sua presença desde o Sul dos Estados Unidos até a América do Sul, com ampla distribuição no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Essa planta daninha apresenta diferentes espécies, o que dificulta ainda mais o manejo. As espécies Borreria spinosa (sinonímia de Borreria densiflora) e Borreria verticillata (sinonímia de Spermacoce verticillata) são as de maior ocorrência no Cerrado e as que causam maiores prejuízos.

Essa planta invasora é frequentemente encontrada infestando pastagens, beira de estradas e terrenos baldios e, mais recentemente, têm sido registradas altas infestações em lavouras de soja. Apresenta grande adaptabilidade a diferentes condições climáticas e ambientais, podendo tolerar solos ácidos e pobres em nutrientes, bem como condições adversas, como a seca.

Classificada como uma planta perene simples, a vassourinha-de-botão se reproduz exclusivamente por sementes, que são fotoblásticas positivas preferenciais, necessitando de luz para a germinação. As sementes germinam em uma ampla faixa de temperatura, variando de 20 a 35°C, e são facilmente dispersas. Essa alta capacidade de dispersão e adaptação a diferentes condições ambientais contribui para sua prevalência em diversas regiões.

Além disso, a vassourinha-de-botão pode ser hospedeira de doenças, insetos-praga, ácaros e nematoides, complicando ainda mais o manejo agrícola e a colheita, aumentando a quantidade de impurezas e a umidade do produto colhido.

Como identificar a vassourinha-de-botão?

Uma possível explicação para o aumento da incidência da vassourinha-de-botão é a complexidade na identificação dessa espécie. Isso ocorre porque, frequentemente, ao se deparar com a vassourinha-de-botão em estágios iniciais de crescimento ou durante seu desenvolvimento vegetativo, é comum confundi-la com a erva-quente (Spermacoce latifolia).

Esse equívoco pode resultar em aplicações inadequadas de herbicidas, uma vez que a vassourinha-de-botão é uma planta perene com caule lenhoso, enquanto a erva-quente é uma planta daninha de ciclo anual.

Portanto, a capacidade de identificar a vassourinha-de-botão e distingui-la de outras espécies de plantas daninhas torna-se crucial para a escolha de métodos eficazes de controle:

  • Porte e hábito de crescimento: a planta possui um hábito de crescimento semi-prostrado ou ereto, com uma altura que varia entre 30 e 80 cm. Ela é caracteristicamente muito ramificada, apresentando uma aparência cespitosa.
  • Caule: o caule é cilíndrico na parte basal e se torna tetrágono (quadrangular) nos ramos, diferindo significativamente da erva-quente, que apresenta um caule com expansões aladas e aspecto cantonoso. A vassourinha-de-botão exibe uma pilosidade curta e abundante.
  • Folhas: as folhas são lisas, glabras, de coloração verde intensa, dispostas de forma verticilata nos diversos nós. Elas são simples, com formato linear-lanceolado e, geralmente, sem pecíolos ou com pecíolos muito curtos.
  • Inflorescência e flores: a inflorescência é do tipo cimeira, com as flores dispostas próximas umas das outras, formando um aglomerado com aparência de globo. As flores são brancas, localizadas nas axilas e na porção terminal dos ramos.
  • Frutos: a planta produz frutos do tipo cápsula.
  • Sistema radicular: a vassourinha-de-botão possui um sistema radicular pivotante, capaz de alcançar grandes profundidades no solo.

No infográfico abaixo, é possível visualizar as características morfológicas da vassourinha-de-botão:

Controle da vassourinha-de-botão

O controle da planta daninha vassourinha-de-botão em lavouras de soja requer um manejo eficaz, dada sua alta infestação e tolerância ao glifosato. Uma abordagem integrada de manejo de plantas daninhas (MIPD) é essencial, combinando diversas estratégias alinhadas com o planejamento do cultivo.

A identificação das áreas infestadas e a combinação de métodos, como a utilização de palhada para cobertura do solo e o controle químico, são fundamentais para assegurar uma vantagem competitiva, especialmente na fase inicial do cultivo.

Nesse sentido, um aspecto crítico no controle da vassourinha-de-botão é o posicionamento dos herbicidas. Em fases de desenvolvimento avançado, a planta adquire maior tolerância a determinados herbicidas, tornando o controle mais desafiador. Portanto, o manejo deve ser considerado já na fase de planejamento do cultivo para otimizar os recursos empregados e definir o método mais eficaz.

Assim, é fundamental a adoção de medidas de manejo pré-emergente. Esse método consiste na aplicação de herbicidas antes da emergência das plantas daninhas, visando prevenir sua germinação, crescimento e proliferação. Além disso, é uma estratégia vital para enfrentar o problema da resistência de plantas daninhas a certos princípios ativos usados no controle em pós-emergência.

A escolha dos herbicidas pré-emergentes deve levar em conta a seletividade para a soja, garantindo que o desenvolvimento da cultura não seja prejudicado. O produto também deve ter um longo período residual, mantendo sua eficácia por um tempo após a aplicação e controlando o banco de sementes no solo. Uma alta performance no combate às principais ervas daninhas tolerantes ao glifosato também é um atributo desejável.

Além disso, é fundamental que o herbicida apresente amplo espectro de atuação, controlando gramíneas e folhas largas, e ingredientes ativos com modos de ação diferentes, contribuindo para um manejo antirresistência eficaz.

Herbicida pré-emergente para controle da vassourinha-de-botão

Visando oferecer mais qualidade para o manejo pré-emergente de plantas daninhas na soja, a Syngenta disponibiliza em seu portfólio EDDUS®, um herbicida pré-emergente que se destaca pela eficiência no combate às daninhas de difícil controle.

EDDUS® conta com a combinação eficiente de dois ingredientes ativos com modos de ação distintos: s-metolacloro e fomesafem O s-metolacloro atua como inibidor da divisão celular, enquadrando-se no grupo químico das cloroacetanilidas, enquanto o fomesafem é um inibidor da protox, pertencendo ao grupo dos éteres difenílicos.

Essa formulação inovadora de EDDUS® garante um amplo espectro de controle, sendo eficaz tanto contra gramíneas quanto contra plantas de folhas largas. Esse herbicida é altamente seletivo para a cultura da soja, controlando eficientemente as plantas daninhas sem causar fitotoxicidade à cultura de interesse. 

Um dos principais benefícios de EDDUS® é sua alta performance no combate às principais ervas daninhas resistentes ao glifosato, como vassourinha-de-botão, capim-amargoso, pé-de-galinha, caruru, entre outras, além de desempenhar um papel crucial no manejo antirresistência, graças aos seus dois ingredientes ativos com diferentes mecanismos de ação, reduzindo a pressão de seleção e retardando o desenvolvimento de resistência.

Além disso, EDDUS® acelera a dessecação, tendo efeito pós-emergente inicial sobre as plantas daninhas, diminuindo a sementeira e o fluxo de emergência das invasoras dentro da cultura. Ademais, sua formulação de alta tecnologia confere estabilidade em condições adversas.

Recomenda-se a aplicação de EDDUS® logo após a semeadura, na pré-emergência total da cultura da soja e das plantas infestantes. Essa aplicação única é suficiente para proporcionar um controle eficaz, permitindo que a soja se desenvolva em um ambiente livre de matocompetição.

No vídeo abaixo, três especialistas explicam sobre o manejo pré-emergente com EDDUS®, indispensável para o controle eficaz das daninhas da soja:

Manejo completo com herbicida pós-emergente

Visando um manejo eficiente de daninhas durante todo o ciclo, a Syngenta desenvolveu FLEXSTAR® GT, um herbicida seletivo condicional, de ação sistêmica para aplicação na pós-emergência tanto das plantas daninhas quanto da cultura da soja.

Composto por glifosato e fomasefem, FLEXSTAR® GT proporciona controle superior de daninhas de folhas largas na soja, com conveniência e seletividade, além de contribuir para o manejo da resistência.

FLEXSTAR® GT pode ser posicionado em:

  • Aplicação única (1): soja em V2-V3 ou plantas daninhas no estádio de 2 a 3 folhas. 
  • Aplicação sequencial (2): na primeira aplicação, soja em V2- V3 e plantas daninhas no estádio de 2 a 3 folhas e a 2ª aplicação, 14 dias após a primeira.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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