O tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus), também conhecido como bicudo-da-soja, foi inicialmente observado na década de 70, quando suas populações eram consideradas baixas e não representavam uma grande preocupação para os sojicultores.
Entretanto, mudanças nos sistemas de cultivo, a expansão da soja para novas áreas e a prática da monocultura contribuíram significativamente para o aumento da sua importância como praga.
A partir da safra 1983/84, o inseto começou a ocorrer com maior intensidade, causando danos consideráveis em lavouras do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, e mais recentemente em lavouras do oeste da Bahia, além de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Isso fez com que diversos produtores passassem a procurar soluções para o controle do tamanduá-da-soja, tendo em vista os prejuízos que essa praga vem causando nas lavouras.
Neste conteúdo, entenda mais sobre essa praga da soja, os danos que ela causa na cultura e as principais medidas do manejo integrado de pragas que podem ser utilizadas para controlá-la!
Conhecendo o tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
Você já viu um besouro de coloração preta e listras amarelas estreitas dorso e nos lados do corpo? Pois bem, possivelmente trata-se do tamanduá-da-soja, um inseto da família Curculionidae de aproximadamente 8 mm de comprimento que é reconhecido como uma importante praga agrícola de leguminosas, como a soja.
O ciclo de vida do tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
O ciclo de vida do tamanduá-da-soja se inicia com a oviposição pela fêmea, que realiza um anelamento da haste principal, cortando o córtex e criando orifícios para a oviposição. Os ovos amarelados são depositados isoladamente em orifícios na região do anelamento, podendo também ser localizados nos ramos laterais e pecíolos.
Nesse local, as larvas do tamanduá-da-soja – de coloração branca-amarelada, sem pernas e cabeça de coloração castanho-escura – começam a se desenvolver, atravessando cinco ínstares durante cerca de 25 dias. Durante esse período, ela se alimenta do lenho da planta e induz à formação de galhas na haste, pela interrupção da passagem de seiva, que compromete a integridade estrutural da planta, tornando-a suscetível a danos físicos externos.

Após o desenvolvimento completo na galha, durante os meses mais frios, a larva desce ao solo para hibernar em câmaras, geralmente, entre 5 cm e 10 cm de profundidade, podendo, entretanto, ser encontrada até a 25 cm da superfície. Em regiões mais frias, as larvas podem hibernar por até 10 meses.
Com o aumento das temperaturas na primavera, a larva transforma-se em uma pupa de coloração branca-amarelada, do tipo livre, com primórdios das asas visíveis dorsalmente. Aproximadamente em novembro, coincidindo com o cultivo da soja, o inseto adulto emerge do solo, iniciando seu ciclo de alimentação e reprodução.

O ciclo anual do tamanduá-da-soja, profundamente entrelaçado com o cultivo da soja, apresenta desafios significativos para o manejo agrícola, a fim de evitar os danos que essa praga causa na cultura da soja.
O tamanduá-da-soja e os seus prejuízos para a cultura da soja
O tamanduá-da-soja causa danos consideráveis às lavouras de soja. Devido ao seu hábito alimentar, ele consome os tecidos vasculares – especialmente do xilema – das plantas durante a sua fase larval, além de ramos e caule quando adulto, enfraquecendo a estrutura das plantas e tornando-as mais suscetíveis a sofrer quebras e tombamentos.
Além disso, as larvas, ao se alimentarem dos tecidos das plantas, bloqueiam as hastes, formando galhas. Essas galhas não apenas enfraquecem a estrutura das plantas, mas também podem interromper a circulação de seiva, levando à morte da planta em casos de ataques severos.
Os danos mais significativos ocorrem quando altas populações do inseto atacam nas fases iniciais do desenvolvimento da soja. Nesse período, a planta é particularmente vulnerável e um ataque intenso pode resultar na morte do broto apical, ocasionando perdas totais em partes da lavoura.
Esses sintomas são visualizados principalmente durante a primavera, momento em que surgem os primeiros adultos no campo. Isso acontece porque o ciclo de vida do tamanduá-da-soja é estrategicamente sincronizado com o ciclo de cultivo da soja, abrangendo todas as suas fases – desde a postura dos ovos até a maturidade do inseto adulto – ao longo de um ano.

A incidência de apenas um ou dois adultos por metro linear de fileira de soja, especialmente nos estágios V2-V5 do desenvolvimento da planta, pode reduzir a produtividade entre 7 e 14 sacas por hectare. Em condições de infestações mais severas, de até mais de seis larvas por planta, pode ocorrer a perda total da soja.
Isso destaca a severidade do impacto que o tamanduá-da-soja pode ter sobre a produção de soja, enfatizando a necessidade de monitoramento e de medidas eficazes de controle para mitigar os danos causados por essa praga.
Principais medidas para o monitoramento e o controle do tamanduá-da-soja
O tamanduá-da-soja é considerado uma praga inicial de difícil controle, pois tanto os ovos quanto as larvas ficam protegidos no interior do caule ou das hastes das plantas. Além disso, como os adultos eclodem no decorrer do ciclo da soja, medidas de controle pontuais e isoladas são, em sua maioria, ineficazes.
Por isso, é importante que o produtor sempre considere incluir em seu programa de manejo do tamanduá-da-soja diferentes táticas do MIP (manejo integrado de pragas) para obter um resultado satisfatório.
Uma das primeiras estratégias utilizadas para o manejo do tamanduá-da-soja consiste na rotação da soja com espécies não-hospedeiras. Já se é conhecido que o S. subsignatus se alimenta apenas de leguminosas. Então, visando quebrar o ciclo biológico da praga, é recomendado intercalar a safra de soja com outras culturas das quais esse inseto não se alimenta, como o milho e o sorgo, ou que não são de sua preferência alimentar, como a mucuna.
Para acompanhar a efetividade dessa medida, o produtor pode fazer o monitoramento das populações do tamanduá-da-soja no período da entressafra. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) recomenda que o produtor retire quatro amostras de solo a cada 10 ha, em áreas centradas nas antigas fileiras de soja. Cada amostra deve representar uma área de 1 metro de comprimento, sendo a largura e a profundidade iguais àquelas da pá de corte.
Essa amostragem tem como objetivo o monitoramento das larvas do tamanduá-da-soja no solo, que estão em um estado de hibernação. Caso sejam observadas de três a seis larvas hibernantes/m2, há a chance de que pelo menos um ou dois indivíduos cheguem à fase adulta. Nesses casos a prática de rotação de culturas é tida como imprescindível.

Outra prática vista como essencial para o controle do tamanduá-da-soja é o tratamento de sementes com soluções eficazes e efetivas para o controle dessa praga inicial da soja.
Com o tratamento de sementes, o produtor consegue proteger a sua lavoura em um dos momentos mais críticos do ciclo do tamanduá-da-soja, quando as plantas estão no início do seu desenvolvimento e são muito vulneráveis aos danos causados pelo ataque das larvas.
Para isso, ele pode contar com as soluções AVICTA® Completo e FORTENZA® Elite, duas ofertas comerciais da Syngenta para o Tratamento de Sementes Industrial (TSI) que chegam para o produtor na forma de sementes já tratadas na dose correta, com uma cobertura completa e homogênea e com aditivos que melhoram a aderência dos produtos à semente.
AVICTA® Completo e FORTENZA® Elite como aliados do produtor para o controle do tamanduá-da-soja e outras pragas iniciais da soja
Sementes tratadas com AVICTA® Completo e FORTENZA® Elite proporcionam uma proteção superior desde o início do ciclo da soja, resultando em um estande inicial uniforme e saudável. Com essa proteção desde a germinação, as plantas apresentam crescimento mais vigoroso, contribuindo para o potencial produtivo e para uma maior rentabilidade do produtor.
A combinação de tecnologias exclusivas presentes em AVICTA® Completo e FORTENZA® Elite oferece uma solução completa e conveniente, com alta eficácia no controle das principais ameaças da soja, como o tamanduá-da-soja, além de nematoides e doenças. Dessa forma, o produtor conta com uma ferramenta essencial para estabelecer lavouras mais produtivas e resilientes, impulsionando os resultados da safra com mais segurança e eficiência.
AVICTA® Completo conta com:
- o nematicida AVICTA® 500 FS;
- o inseticida sistêmico CRUISER® 350 FS;
- o fungicida sistêmico MAXIM® Advanced.
Três produtos que, quando combinados, formam uma barreira protetora na soja, mantendo uma zona de proteção que oferece uma tripla proteção para a semente e seus estádios iniciais de desenvolvimento.

Já FORTENZA® Elite é outra oferta da Syngenta que traz em sua formulação quatro produtos exclusivos em uma única oferta, eliminando problemas de incompatibilidade:
- inseticida sistêmico FORTENZA®
- outro inseticida também sistêmico CRUISER® 600 FS;
- nematicida de contato e ingestão AVICTA®;
- fungicida sistêmico MAXIM® Quattro.
Essa combinação única promove um amplo espectro de atuação de FORTENZA® Elite para o controle das principais pragas, doenças e nematoides da soja logo nas primeiras semanas após a semeadura.

Além disso, tanto AVICTA® Completo quanto FORTENZA® Elite, possuem um efeito bioativador, que promove crescimento mais vigoroso das plantas, contribuindo para a formação de estandes mais fortes e saudáveis.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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