O capim-colonião (Panicum maximum ou Urochloa maxima) é uma das plantas daninhas de maior impacto na agricultura brasileira, causando perdas significativas de produtividade em diversas culturas. Sua robustez, alta capacidade de disseminação e adaptabilidade a diferentes condições ambientais o tornam um desafio constante para produtores e agrônomos em quase todas as regiões do Brasil.  

Dominar o manejo de capim-colonião é crucial para proteger a sanidade da lavoura e a rentabilidade do negócio.  

Neste guia, vamos explorar em profundidade as características do capim-colonião, seu ciclo de vida, os danos que causa e as melhores estratégias e técnicas de controle, baseadas em conhecimento técnico e práticas de campo. 

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Características do capim-colonião

 O capim-colonião é uma planta invasora perene, pertencente à família Poaceae (Gramineae), com um sistema radicular fibroso e vigoroso que confere grande capacidade de absorção de nutrientes e água.  

Sua morfologia típica é de uma planta entouceirada, ou seja, que cresce em tufos densos, formando uma grande massa vegetal. Os colmos, que podem ser simples ou ramificados, apresentam uma característica cerosidade branca nos entrenós, sendo cilíndricos na parte superior e tendendo a ser achatados na base.  

As folhas são um de seus traços mais distintivos: longas, lanceoladas (em forma de lança) e de coloração verde-clara, muitas vezes com pelos. Essa estrutura foliar contribui para sua alta capacidade fotossintética e rápido desenvolvimento.

Capim-colonião

O capim-colonião se desenvolve em solos bem drenados, úmidos a moderadamente úmidos e férteis, embora tolere períodos de seca, indicando uma preferência por ambientes com boa disponibilidade de nutrientes, especialmente aqueles que já foram pastagens e possuem um histórico de fertilidade. Essa adaptabilidade o torna um competidor formidável em áreas cultivadas.  

Ciclo de vida do capim-colonião

 O ciclo de vida do capim-colonião é caracterizado pela sua perenidade, o que significa que ele pode viver por mais de duas safras, rebrotando de suas raízes e colmos basais.  

A germinação das sementes é favorecida em temperaturas amenas, entre 20ºC e 30ºC, o que explica sua ampla distribuição em climas tropicais e subtropicais do Brasil. No entanto, a planta possui uma notável plasticidade ecológica, conseguindo se adaptar a variações térmicas e de umidade. 

Após a germinação, o capim-colonião desenvolve-se rapidamente, formando as touceiras que podem atingir até 3 metros de altura em condições ideais.

Capim-colonião

A reprodução ocorre principalmente por sementes, que são produzidas em grande quantidade por planta e dispersas eficientemente pelo vento, animais e máquinas agrícolas durante todo o ano. Essa capacidade de produzir e disseminar sementes de forma contínua é um dos pilares da estratégia de invasão do capim-colonião e dificulta seu controle. 

Além disso, a planta rebrota vigorosamente por perfilhamento (touceiras), há relatos de rizomas curtos/basais, porém a expansão ocorre majoritariamente pelas touceiras, o que a torna ainda mais resistente a métodos de controle que não visem a eliminação completa da touceira.  

Principais culturas afetadas pelo Panicum Maximum

 O capim-colonião na agricultura representa um problema generalizado, impactando diversas culturas de grande importância econômica para o Brasil. Embora possa ser encontrado em praticamente todas as regiões do país, exceto as de clima mais frio e altitudes elevadas, sua incidência é particularmente severa em lavouras de: 

  • cana-de-açúcar;
  • citros (laranja, limão, etc.);
  • grãos (milho, soja, arroz).  

Na cana-de-açúcar, por exemplo, o desafio é acentuado, pois nos estágios iniciais de desenvolvimento, as plântulas de capim-colonião apresentam semelhanças morfológicas com a cultura, dificultando a identificação e o controle de capim-colonião precoce.  

A competição por recursos se torna intensa, afetando diretamente a brotação da cana e o perfilhamento.  

Em pomares de citrus, o capim-colonião compete por água e nutrientes essenciais, prejudicando o desenvolvimento das plantas jovens e a produção dos frutos.  

Em áreas de grãos, especialmente o milho, a invasão do capim-colonião pode causar perdas drásticas de produtividade, como veremos adiante. 

Danos causados pelo Panicum Maximum  

Os impactos do capim-colonião no solo e na cultura vão muito além da simples “cobertura” da lavoura. A daninha possui uma alta capacidade competitiva, formando uma grande quantidade de biomassa em um curto espaço de tempo. Essa característica, aliada ao seu rápido crescimento e desenvolvimento, o torna extremamente prejudicial. 

Os principais danos incluem:  

  • Competição por recursos: o capim-colonião disputa fortemente água, luz e nutrientes, causando sombreamento e redução da fotossíntese das plantas cultivadas, o que reduz seu crescimento.
  • Redução da produtividade: a competição provoca plantas mais fracas, com menor desenvolvimento, flores e frutos/grãos, diminuindo quantidade e qualidade da colheita.
  • Hospedeiro de pragas, doenças e nematoides: a planta daninha abriga pragas e patógenos, e pode atenuar a pressão de nematoides do gênero Pratylenchus, prejudicando culturas subsequentes. 
  • Dificuldade de colheita: a alta biomassa e altura do capim-colonião dificultam a colheita, elevam o desgaste das máquinas e os custos operacionais.
  • Comprometimento da qualidade da forragem: em pastagens, o capim-colonião reduz a diversidade e qualidade da forragem, especialmente se infestação for com genótipos menos palatáveis. 

Técnicas de manejo para controle do capim-colonião 

O manejo de capim-colonião eficaz exige uma abordagem integrada, combinando diferentes estratégias para mitigar sua persistência e evitar o desenvolvimento de resistência de plantas daninhas. O objetivo é um manejo integrado de plantas daninhas (MIPD), buscando a sustentabilidade e a economicidade.  

O MIPD pode incluir técnicas de manejo culturais, mecânicas e químicas, como: 

  • Rotação de culturas: alternar culturas com diferentes ciclos e sistemas de manejo para interromper o ciclo do capim-colonião e reduzir o risco de resistência.
  • Plantio direto: utilizar cobertura do solo com palhada para suprimir a germinação das sementes da planta daninha, funcionando como barreira física.
  • Espaçamento e densidade de plantio: ajustar para rápido fechamento da entrelinha, sombreando o solo e competindo com o capim-colonião por luz.
  • Capina manual: remover touceiras em pequenas áreas. A técnica é eficaz, mas com alto custo e demanda de mão de obra.
  • Herbicidas pré-emergentes e pós-emergentes: os pré-emergentes devem ser aplicados antes da emergência da planta daninha para impedir germinação; enquanto os pós-emergentes ajudam a controlar o capim-colonião estabelecido. 

 Por fim, o monitoramento de plantas infestantes é a base de qualquer manejo de capim-colonião bem-sucedido. A identificação precoce das daninhas e o acompanhamento de sua densidade e estádio de desenvolvimento permitem decisões assertivas sobre o melhor momento e método de controle.  

A elaboração de um plano de manejo antecipado, considerando o histórico da área, a cultura a ser implantada e as condições climáticas, é fundamental para o sucesso.

Produtos indicados para manejo do capim-colonião

A Syngenta oferece qualidade e tecnologia no combate às ervas daninhas e conta com um portfólio completo de soluções para controlar as pragas que atingem a lavoura. Os produtos recomendados para manejo do capim-colonião são:

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