A ramulária, doença causada pelo fungo Ramularia areola, é um dos maiores desafios fitossanitários da cotonicultura moderna. Com registros históricos que remontam ao século XIX, essa doença ganhou notoriedade nas últimas décadas por sua capacidade de reduzir a produtividade em até 75%. Aliada à facilidade de disseminação do agente causal, a doença coloca em risco a rentabilidade e a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Diante desse cenário, os produtores têm buscado estratégias de manejo e controle eficientes que vão além dos métodos convencionais.
Neste texto, descubra mais sobre a ramulária, seu ciclo de vida, seus sintomas no algodão e quais as estratégias mais eficientes do Manejo Integrado Doenças podem ser utilizadas para o seu controle. Acompanhe!
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O que é a ramulária do algodoeiro e como ela afeta a cultura?
A ramulária é considerada a principal doença do algodão no Brasil. O Cerrado, responsável por mais de 90% da produção nacional de algodão, é a região mais afetada, onde condições climáticas favorecem a proliferação do fungo.
Estudos apontam que a doença pode reduzir a produtividade em até 75%, especialmente quando ocorre durante a fase crítica de formação das maçãs, comprometendo o desenvolvimento dos capulhos e a qualidade da fibra.
A sobrevivência do fungo em restos culturais e plantas voluntárias (tigueras) permite sua persistência entressafras, tornando-o um desafio constante para os cotonicultores. Essa característica, somada à fácil dispersão do fungo através de vento, água e até mesmo de máquinas agrícolas contaminadas, bem como sua resistência mesmo em condições adversas, explica sua presença em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil.
Sintomas e identificação da mancha-de-ramulária
Os primeiros sintomas da ramulária manifestam-se nas folhas inferiores do algodoeiro, com pequenas lesões angulares de 1 a 3 mm, inicialmente branco-azuladas e posteriormente amareladas. Na face abaxial (inferior) das folhas, observa-se uma esporulação pulverulenta, característica marcante do fungo, que confere às lesões um aspecto farináceo.
À medida que a doença avança, as lesões coalescem, formando áreas necróticas extensas que comprometem até 90% do limbo foliar. Em estágios avançados, a desfolha expõe as maçãs à ação de agentes externos, como chuvas intensas, aumentando o risco de apodrecimento e perda de qualidade da fibra.

Plantas de algodão exibindo sintomas avançados de ramulária (Ramularia areola), também conhecida como mancha-de-ramulária. Fonte: Embrapa
A doença é frequentemente confundida com outras manchas foliares, como a bacteriose, mas a presença de esporulação branca na face inferior das folhas e o padrão angular das lesões são diagnósticos diferenciais. Em condições de alta umidade e densidade de plantio, o progresso da doença é acelerado, criando microclimas favoráveis no dossel da lavoura.
A identificação precoce é crítica, pois os danos são cumulativos: folhas infectadas não regeneram sua função fotossintética, impactando diretamente o desenvolvimento das estruturas reprodutivas do algodoeiro.
Ciclo de vida da Ramularia areola: entenda o inimigo
O ciclo de vida da mancha-de-ramularia é dividido em três fases:
- assexuada (conidial);
- espermogonial (transição);
- sexuada (ascógena).
Na fase assexuada, estruturas reprodutivas chamadas conidióforos – estruturas “portadoras de esporos” que sustentam os conídios, facilitando sua liberação no ambiente – produzem conídios. Esses conídios – esporos assexuados do fungo que atuam como “unidades de dispersão rápida” – são liberados e dispersos por vento, respingos de chuva ou até mesmo máquinas agrícolas contaminadas, germinando em condições ideais (25 °C a 30 °C) para penetrar nos estômatos das folhas.
Na fase sexuada, o fungo forma estruturas denominadas ascósporos – “esporos sexuados” que funcionam como “sementes de sobrevivência”. Esses ascósporos desenvolvem-se em restos culturais, como folhas caídas, garantindo a sobrevivência do patógeno durante a entressafra. Essa fase é desencadeada quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis, permitindo que o fungo permaneça latente até a próxima safra.
A capacidade de alternar entre fases assexuadas (rápida disseminação) e sexuadas (sobrevivência em restos culturais) confere ao patógeno vantagem adaptativa. Além disso, a produção de ascósporos gera variabilidade genética, aumentando o potencial do fungo de resistir a mudanças ambientais ou pressões de manejo.
Manejo e controle de ramulária no algodão
Apesar de afetar outras culturas, as perdas expressivas que a ramulária provoca no algodão exigem estratégias que combinem diferentes ferramentas do Manejo Integrado de Doenças (MID) para o seu controle.
Cultivares desenvolvidas com resistência horizontal, por exemplo, retardam o avanço do fungo Ramularia areola, reduzindo a dependência de outros métodos de controle. Essa abordagem, associada ao espaçamento adequado entre plantas e à nutrição balanceada, melhoram a aeração do dossel e a saúde das plantas, reduzindo microclimas úmidos que aceleram a disseminação da doença.
A manutenção da palhada no solo também é outra prática incentivada. A cobertura vegetal, além de proteger contra erosão e favorecer a microbiota benéfica do solo, cria um ambiente menos propício à esporulação do fungo. Essa prática é reforçada pela rotação de culturas, que interrompe o ciclo do patógeno ao substituir o algodoeiro por espécies não hospedeiras, minimizando a sobrevivência do inóculo em restos vegetais.
O monitoramento integrado é crucial para identificar precocemente os sintomas – manchas branco-azuladas na face inferior das folhas. Aqui, os biofungicidas para ramulária surgem como aliados estratégicos, atuando de forma preventiva em sinergia com outros métodos de controle para suprimir o patógeno sem comprometer a saúde do solo ou logo no início dos primeiros sintomas da doença.
Como funciona o controle da ramulária com biofungicidas?
O controle biológico da ramulária baseia-se em mecanismos complexos e complementares, que vão além da simples supressão do fungo Ramularia areola. Biofungicidas para ramulária utilizam agentes biológicos, como bactérias do gênero Bacillus, que atuam em sinergia com as plantas e o ambiente. Esses agentes biológicos colonizam a superfície foliar e a rizosfera, estabelecendo uma relação simbiótica que bloqueia a entrada do patógeno e fortalece a lavoura.
Um dos pilares dessa ação é a produção de metabólitos antifúngicos que rompem a membrana celular dos conídios do fungo, impedindo sua germinação e penetração nos estômatos.
Outro mecanismo crucial é a indução de resistência sistêmica (RSI). Plantas tratadas com biofungicidas podem ativar enzimas de defesa que fortalecem as paredes celulares e degradam a estrutura do fungo. Essa resposta imune não apenas combate a ramulária, mas também prepara a planta para enfrentar outros estresses bióticos e abióticos, oferecendo proteção prolongada.
Diante da complexidade do ciclo da ramulária, a escolha de um biofungicida requer uma solução que una alta eficiência, estabilidade em campo e integração sustentável ao manejo. É nesse contexto que REVERB®, da Syngenta, se destaca.
Proteção máxima com REVERB: o biofungicida para controle de ramulária e outras doenças
REVERB® é um biofungicida da Syngenta de amplo espectro que atua como solução biológica para ramulária e outras doenças do algodão, tendo uma importante participação no Manejo Integrado de Doenças (MID).
Com compatibilidade em mistura de tanque, REVERB® integra-se a programas de aplicação sem perder eficácia. Essa flexibilidade permite ao produtor adotar um manejo preciso e sustentável, que preserva a saúde do solo.
Outro ponto de destaque é a ação preventiva de REVERB®, que protege o algodoeiro desde o início do ciclo. Sua formulação exclusiva, com 100% de endósporos viáveis de alta resistência – cepas de Bacillus subtilis, Bacillus pumilus e Bacillus velezensis –, faz com que REVERB® controle de forma eficiente a ramulária e outras doenças, como mancha-alvo e cercosporiose, promovendo uma melhor sanidade das plantas, preservando a qualidade da fibra e a rentabilidade do algodão, como também de todas as culturas com ocorrência do alvo biológico.
Mas, como REVERB® faz isso?
A tecnologia por trás da alta eficiência de REVERB
A alta eficiência de REVERB® é sustentada por tecnologias patenteadas, que possibilitam uma ação rápida e duradoura. Conheça os pilares que diferenciam esse biofungicida:
- efeito bioativador, promovendo crescimento e vigor das plantas;
- efeito priming, com ativação da defesa natural das plantas;
- efeito de competição e colonização das folhas, protegendo as plantas e prevenindo novas infecções.
Todos esses efeitos, combinados, viabilizam um controle eficiente das doenças na lavoura, protegendo a rentabilidade do produtor. REVERB® é o parceiro forte do produtor, que traz o resultado certo!
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