O uso de biofungicida no controle de cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) tem se mostrado uma estratégia cada vez mais relevante dentro dos programas de manejo do milho. Em um cenário de pressão crescente por produtividade, sustentabilidade e proteção das tecnologias químicas, o uso de soluções biológicas à base de microrganismos como os Bacillus spp. vem ganhando protagonismo, especialmente quando integrado ao manejo convencional de doenças foliares.
A cercosporiose é uma das principais doenças foliares do milho no Brasil. Causada por um fungo que se dissemina facilmente via esporos transportados pelo vento e respingos de chuva, ela compromete o aparato fotossintético das plantas, acelera a senescência foliar e pode reduzir significativamente o rendimento da lavoura – com perdas que variam de 20% a mais de 60%, dependendo da severidade e da suscetibilidade do híbrido. O impacto se torna ainda maior em áreas de plantio sucessivo e em regiões com alta umidade e temperatura, o que favorece o ciclo do patógeno.
Diante desse desafio, soluções inovadoras e complementares ao controle químico têm ganhado espaço no campo. É nesse contexto que os biofungicidas – especialmente aqueles formulados com microrganismos antifúngicos comprovados, como Bacillus subtilis, B. velezensis e B. pumilus – vêm se consolidando como aliados estratégicos na proteção do milho. Seu uso permite ao produtor ampliar o espectro de defesa da lavoura, preservar a eficácia das moléculas químicas e contribuir para um sistema produtivo mais equilibrado e sustentável.
O que é a cercosporiose e como ela afeta o milho?
A cercosporiose do milho é provocada por um fungo do gênero Cercospora que sobrevive em restos culturais e se propaga principalmente por esporos disseminados pelo vento e pela água.
Seu ciclo epidemiológico é favorecido por áreas cultivadas com milho em sucessão (milho safrinha), ausência de rotação de culturas e plantio direto – práticas que mantêm resíduos vegetais na superfície do solo, facilitando a sobrevivência do patógeno.
As lesões típicas da doença têm forma retangular e coloração acinzentada, com halo amarelado em volta. Elas se desenvolvem lentamente, mas, em condições favoráveis, coalescem e cobrem a maior parte da superfície foliar, resultando em redução drástica da fotossíntese e do vigor da planta.
Com ciclos de infecção curtos e alta capacidade de reprodução do fungo, a cercosporiose no milho pode se alastrar rapidamente pelo talhão. Além da redução de produtividade, em casos severos pode ocorrer o acamamento das plantas, dificultando a colheita e agravando ainda mais as perdas.
Qual a importância do manejo integrado no controle da cercosporiose?
A cercosporiose é uma doença foliar complexa, de alta adaptabilidade e difícil controle quando manejada de forma isolada. Nesse cenário, o manejo integrado de doenças (MID) se consolida como a principal abordagem recomendada pelos especialistas em fitopatologia, pois permite enfrentar a doença sob múltiplas frentes, promovendo não só o controle imediato, mas também a sustentabilidade e a longevidade das tecnologias utilizadas na lavoura.
O conceito de manejo integrado vai além da combinação de produtos: trata-se de uma estratégia baseada na tomada de decisão técnica, preventiva e sustentável, que considera o conhecimento da biologia do patógeno, as condições ambientais, a dinâmica populacional da doença e as interações do agroecossistema.
No caso da cercosporiose do milho, essa abordagem é ainda mais crítica, pois o patógeno sobrevive em restos culturais, possui elevada capacidade de esporulação e se dissemina rapidamente, exigindo respostas estratégicas por parte do produtor.
Entre os principais pilares do MID para cercosporiose, destacam-se:
- uso de híbridos com tolerância genética à doença, como primeira barreira contra a infecção;
- rotação de culturas e espaçamento adequado entre plantas, que reduzem o inóculo inicial e favorecem a circulação de ar na lavoura;
- eliminação ou manejo de resíduos culturais infectados, visando interromper o ciclo do patógeno;
- monitoramento constante da lavoura, com base em níveis de dano econômico, para decisões mais assertivas sobre aplicações;
- aplicações químicas estrategicamente posicionadas, preferencialmente com alternância de ingredientes ativos para evitar resistência;
- inclusão de soluções biológicas preventivas, que fortalecem a planta, reduzem a pressão do inóculo e contribuem para o equilíbrio do microbioma foliar.
A integração desses métodos fortalece o sistema de defesa da lavoura e evita a dependência de uma única ferramenta. Em outras palavras, o MID atua como um sistema inteligente, em que, se uma medida falhar, outras seguem funcionando para conter a doença.
Outro ponto fundamental é a preservação da eficiência dos fungicidas químicos, um recurso essencial, porém, cada vez mais desafiado pela evolução de isolados de Cercospora com menor sensibilidade a determinados modos de ação.
A inserção de biofungicidas à base de Bacillus spp., por exemplo, contribui para a diversificação dos mecanismos de controle e reduz a pressão de seleção sobre os produtos químicos, colaborando com o manejo antirresistencia.
Além disso, o manejo integrado alinha-se às boas práticas agrícolas e às exigências dos mercados internacionais, que valorizam alimentos produzidos com menor impacto ambiental e maior rastreabilidade. Nesse sentido, o produtor que adota o MID ganha em produtividade, mas também em reputação, acesso a mercados e resiliência frente aos desafios climáticos e fitossanitários.
Portanto, o manejo integrado é um investimento estratégico na estabilidade da lavoura, na longevidade das tecnologias e na sustentabilidade do sistema produtivo como um todo. É por meio dessa abordagem que a proteção da lavoura contra a cercosporiose se torna mais eficaz, econômica e compatível com o futuro da agricultura brasileira.
Benefícios de integrar biofungicidas ao manejo do milho
A integração de biofungicidas ao manejo fitossanitário do milho representa um avanço importante na busca por uma agricultura mais eficiente, sustentável e resiliente. Quando bem posicionados no programa de manejo integrado de doenças (MID), os produtos biológicos baseados em microrganismos benéficos – como os Bacillus spp. – entregam benefícios que vão muito além do controle pontual de patógenos.
Um dos principais diferenciais dos biofungicidas é a ação multimecanística. Os biofungicidas agem por diversos caminhos simultâneos: inibem o crescimento de fungos, competem por espaço e nutrientes, produzem compostos antifúngicos e, ainda, estimulam as defesas naturais da planta. Essa complexidade reduz a probabilidade de surgimento de resistência e amplia a eficácia do manejo ao longo do tempo.
O uso contínuo de fungicidas com o mesmo modo de ação favorece a seleção de isolados resistentes de patógenos, como Cercospora zeae-maydis. Os biofungicidas, ao atuarem por mecanismos diferentes – como a produção de lipopeptídeos, antibióticos naturais e ativação de resistência sistêmica –, ajudam a reduzir essa pressão, contribuindo para preservar a eficácia dos produtos químicos disponíveis no mercado.
Diversas cepas de Bacillus spp., além de atuarem no controle de doenças, também promovem melhora no desenvolvimento radicular, na absorção de nutrientes e no metabolismo das plantas. Com isso, o milho expressa melhor seu potencial genético, mesmo em condições adversas.
Além disso, produtos modernos, como REVERB®, por exemplo, foram desenvolvidos para serem totalmente compatíveis com fungicidas químicos, permitindo aplicações combinadas ou intercaladas sem prejuízo à eficiência. Essa flexibilidade operacional simplifica o uso no campo e favorece a adoção por parte do produtor.
Ao reduzir perdas por doenças, melhorar o desenvolvimento da planta e ampliar o tempo de ação protetiva, os biofungicidas ajudam a manter a lavoura mais uniforme, com maior sanidade e, consequentemente, com melhor potencial de rendimento.
Reverb®: biofungicida no controle da cercosporiose do milho
Em um cenário de alta pressão de doenças foliares, como a cercosporiose, produtores de milho têm buscado soluções que combinem eficiência e sustentabilidade. Nesse contexto, o biofungicida para controle de cercosporiose do milho, REVERB®, surge como uma inovação estratégica no controle biológico da doença, integrando-se de forma sinérgica aos programas de manejo integrado de doenças (MID).
Formulado pela Syngenta Biologicals, REVERB® é um biofungicida composto por um consórcio de três espécies do gênero Bacillus — Bacillus subtilis, Bacillus velezensis e Bacillus pumilus. Cada uma dessas bactérias foi cuidadosamente selecionada por sua alta capacidade de colonização foliar, antagonismo a fitopatógenos e ativação de respostas fisiológicas de defesa na planta. Quando combinadas, essas cepas atuam de forma complementar, protegendo a lavoura em diferentes fases do ciclo da doença.
REVERB® foi desenvolvido com foco em três pilares fundamentais:
- atuação multialvo, controlando patógenos como Cercospora zeae-maydis, mas também outras doenças foliares;
- compatibilidade e sinergia, podendo ser usado em conjunto com fungicidas químicos, potencializando a performance do manejo;
- alta concentração de endósporos viáveis, promovendo proteção eficiente e duradoura ao longo do ciclo da cultura.
Seu modo de ação múltiplo protege as plantas desde os primeiros estágios, colonizando a superfície foliar, inibindo a germinação dos esporos do fungo e induzindo a defesa da planta.
REVERB® alia inovação biológica à praticidade operacional. Apresenta alta concentração de endósporos viáveis, formulação em suspensão concentrada (SC) de fácil aplicação e grande estabilidade, permitindo seu uso tanto em pulverizações isoladas quanto em misturas em tanque com fungicidas químicos.
Com REVERB®, o produtor de milho incorpora ao seu manejo uma tecnologia de ponta, baseada em ciência e performance de campo, capaz de fortalecer a sanidade da lavoura, preservar o potencial produtivo e aumentar a resiliência do sistema produtivo frente aos desafios da agricultura moderna.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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