Não há dúvidas de que os produtores rurais brasileiros estão fazendo a lição de casa quando o assunto é o cultivo de milho. A evolução da produção do grão é inegável e impressionante. Ainda assim, há diversos pontos de melhoria, e o manejo da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é um deles, visto que a praga continua reduzindo a produtividade das lavouras.
A S. frugiperda pode causar danos em todos os estádios de desenvolvimento do milho, podendo diminuir a produtividade em mais de 60%, com prejuízos anuais no Brasil de cerca de R$ 1,2 bilhão, de acordo com a revisão de literatura realizada em uma pesquisa na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).
A eficiência no controle de Spodoptera é uma questão tanto para a soja quanto para o milho, especialmente por se tratar de espécies polífagas, ou seja, que se alimentam de diversas plantas e conseguem permanecer na área até mesmo na entressafra, beneficiando-se também de plantas daninhas.
A safrinha de milho costuma ser a que apresenta as maiores infestações, uma vez que as populações da praga já se desenvolveram na cultura anterior, que serve de ponte verde para os insetos. A eficiência do controle de lagarta-do-cartucho e outras pragas do milho depende dos seguintes fatores:
- manutenção em nível de controle para evitar danos econômicos;
- monitoramento da pressão populacional da praga-alvo;
- identificação e comportamento da espécie de lagarta incidente;
- MIP (Manejo Integrado de Pragas) e prevenção antes da semeadura;
- escolha de um produto que seja imbatível no controle.
Fonte: Mais Agro, 2022.
O alto investimento necessário para controlar a lagarta-do-cartucho no milho e os prejuízos elevados caso o controle não seja realizado de maneira adequada determinam a importância de criar estratégias assertivas, que protejam a rentabilidade do produtor rural, a produtividade e a qualidade desse grão tão importante para a economia e para o setor de alimentos.
Como controlar a lagarta-do-cartucho do milho? 5 práticas para um manejo imbatível
Pelas recomendações do MIP, o manejo de lagarta-do-cartucho no milho deve combinar, de maneira estratégica, práticas de controle cultural, mecânico, biológico e químico, abrangendo não apenas uma safra, mas todas as que são cultivadas na área, a fim de conseguir resultados duradouros, reduzindo as populações da praga a longo prazo.
A biotecnologia (milho Bt) vem sendo muito utilizada para reduzir os danos causados pelas lagartas, mas será que essa prática isolada está sendo eficiente?
Outra questão imprescindível é a definição do nível de controle, visto que a já citada pesquisa realizada na UTFPR identificou produtores que realizam o controle químico depois que o nível de dano econômico já foi atingido, de maneira que as perdas se tornam inevitáveis, considerando o comportamento da praga.
Além disso, Tratamento de Sementes (TS), dessecação pré-plantio – para eliminar as daninhas que também favorecem a lagarta-do-cartucho – e aplicação de inseticidas para milho com alta tecnologia são práticas notadamente eficazes para melhorar a performance de controle. Cada um desses pontos serão discutidos a seguir, a fim de divulgar as recomendações dos especialistas para o manejo de lagarta-do-cartucho no milho.
1. Definindo o nível de controle
O nível de controle da S. frugiperda no milho é definido a partir da avaliação do percentual de dano, que deve estar sempre abaixo do nível de dano econômico (NDE), que é quando a infestação e a atividade da lagarta já estão causando prejuízos de valor igual ou superior ao custo do seu controle.
A lagarta-do-cartucho pode se manifestar na área em diferentes fases da cultura, sendo que, para cada estádio, a porcentagem de dano que define o nível de controle (NC) é diferente, tendo em vista as características da própria planta.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Milho e Sorgo orienta que a aplicação antes de atingida tal porcentagem não é uma boa opção, pois a ausência completa de danos significa que não há nenhuma praga no campo. No entanto, é importante que áreas com histórico de infestação apresentem uma baixa pressão populacional para oportunizar a sobrevivência de inimigos naturais da lagarta-do-cartucho, diminuindo a severidade dos danos em caso de reinfestação.
Relação entre praga, hospedeiro e inimigo natural dentro do agrossistema milho. Fonte: Embrapa, 2001.
Por outro lado, realizar o controle químico tardiamente pode significar custos elevados e pouco resultado, uma vez que o potencial produtivo da cultura do milho pode já ter sido reduzido – por conta da diminuição da área foliar e da destruição do colmo e das espigas. Além disso, a alta pressão da lagarta-do-cartucho torna o manejo mais desafiador.
Assim, a recomendação da Embrapa é que a tomada de decisão sobre o controle seja feita somente após a verificação de pelo menos 20% de danos em plantas com até 30 dias, enquanto para plantas entre 40 e 60 dias a indicação de aplicações de inseticidas para lagarta-do-cartucho em lavouras de milho é quando os danos atingiram 10%.
O NC é determinado a partir do seguinte cálculo: NC (%) = 100 (custo do tratamento / valor da produção X potencial de dano). Portanto, essa porcentagem pode variar de acordo com o preço dos insumos, a fase de desenvolvimento da cultura (quanto mais antecipada a infestação, maior a queda nos rendimentos) e a pressão da lagarta, sendo necessário um monitoramento assertivo.
2. Realizando o monitoramento
O monitoramento da lagarta S. frugiperda no milho pode ser realizado por meio de diversas estratégias, tais como:
- armadilhas com feromônio sexual, para contagem regular de mariposas;
- pano de batida, para contagem da densidade de lagartas;
- avaliação da porcentagem de dano.
A escolha do método vai depender de qual fase do ciclo de vida a praga se encontra e do estádio de desenvolvimento da cultura. Um estudo da Embrapa de 2010 demonstra que o monitoramento de adultos de Spodoptera frugiperda por meio de armadilhas tende a ser o mais assertivo.
Isso porque a avaliação periódica permite verificar não só a presença da praga, mas também se a população está crescendo ou diminuindo semanalmente. Se o número de adultos capturados estiver diminuindo, significa que as medidas de controle voltadas para os ovos e para as lagartas estão sendo efetivas e o ciclo de desenvolvimento do inseto está sendo afetado.
Esses dados são fundamentais para a implementação do MIP, não só no que tange ao nível de controle, mas também pensando em compreender o comportamento da praga em função das condições ambientais da área, o que permite tornar o programa de manejo de lagarta-do-cartucho mais eficiente.
3. Compreendendo o comportamento da lagarta-do-cartucho
A lagarta S. frugiperda consegue se adaptar e sobreviver sob diferentes condições climáticas, de maneira que pode ocorrer tanto no milho verão quanto na safrinha. Segundo o estudo da UTFPR, em períodos secos, a população da lagarta tende a ser maior.
Fonte: Mais Agro, 2022.
As mariposas depositam até mil ovos ao longo de sua vida, na face superior da folha, que eclodem após três dias. Logo após a eclosão, as lagartas raspam o tecido foliar, com o intuito de alimentar-se, o que já causa danos.
Em condições de temperatura média de 28 ºC e umidade relativa de 80%, o desenvolvimento larval dura em torno de 30 dias. Depois disso, as lagartas se alocam no solo para entrar em fase de pupa e, enfim, atingir a fase adulta, dando continuidade ao ciclo reprodutivo.
Portanto, os danos da lagarta-do-cartucho no milho ocorrem durante a fase larval. O maior prejuízo ocorre no início do cultivo, quando elas raspam e perfuram as folhas, além de atacar o cartucho do milho, com potencial de atingir também o colmo e interferir no crescimento da planta – dano conhecido como coração morto –, caso não sejam controladas no momento certo.
Na fase reprodutiva da cultura, a lagarta-do-cartucho também se alimenta das espigas. Em qualquer desses contextos, há chances ainda de ocorrer danos indiretos, visto que as lesões facilitam a contaminação da planta por patógenos.
Avanço da severidade dos danos causados por lagarta-do-cartucho no milho, de acordo com a metodologia de Davis, et al., 1992. Fonte: Embrapa, 2009.
4. Prevenindo a ocorrência de lagarta-do-cartucho antes da safra
A presença da lagarta-do-cartucho logo após a emergência do milho pode causar a morte das plântulas ou coração morto, algo que não é incomum na safrinha, considerando que pupas, mariposas e lagartas já podem estar presentes na área no momento da semeadura. Assim, é necessário ainda aplicar práticas preventivas em áreas infestadas, a fim de melhorar a eficiência do manejo, tais como:
- Tratamento de Sementes inseticida;
- manejo pré-plantio de plantas daninhas (dessecação);
- uso de cultivar resistente e/ou tecnologia Bt;
- preservação dos inimigos naturais da praga;
- aplicação de inseticida em pré-semeadura.
Um dos grandes motivos que justificam o aumento populacional da lagarta-do-cartucho no milho nas últimas safras é a falta de controle químico após a emergência da cultura. Muitos produtores confiaram somente na eficiência do milho Bt, e isso resultou na seleção de populações da lagarta resistentes à biotecnologia, cenário semelhante ao que se percebe também em lavouras de soja.
Como princípio fundamental do MIP, a integração de medidas de controle é o grande segredo para manter a lagarta-do-cartucho abaixo do nível de dano econômico, o que nos leva ao próximo e último tópico deste guia.
5. Escolhendo o produto imbatível contra a Spodoptera frugiperda do milho
O controle superior no manejo da lagarta-do-cartucho depende da escolha certa do fungicida, posicionado no momento correto e com a tecnologia de aplicação adequada. Se realizadas todas as medidas descritas ao longo deste artigo combinadas com um produto decisivo contra lagartas Spodoptera, o manejo pode se tornar imbatível.
Pensando nisso, a Syngenta conta com INSTIVO® em seu portfólio de inseticidas para milho. INSTIVO® é especialista no controle de lagartas do gênero Spodoptera, em diversos cultivos, sendo estratégico para a cultura do milho no Brasil, considerando todo o contexto aqui descrito.
Sua composição conta com clorantraniliprole – um ingrediente ativo do grupo das diamidas, altamente recomendável para o controle de lagartas pequenas – e abamectina – do grupo químico das avermectinas. Essa combinação permite que o produto aja por contato e ingestão, potencializando a performance de controle.
Com ação translaminar, INSTIVO® é translocado para a face inferior das folhas, o que aumenta a área de exposição do alvo ao produto. Para completar, a tecnologia OPT protege as moléculas, criando uma solução que entrega os benefícios necessários para um controle decisivo:
- duplo modo de ação: confere maior eficácia, amplo espectro e efeito translaminar;
- eficiência: imbatível no controle de lagarta-do-cartucho;
- amplo espectro: possibilita sinergismo entre as moléculas, controlando também outras pragas do milho;
- tecnologia OPT: formulação à base de água e sem solventes, reduzindo as chances de fitotoxicidade.
INSTIVO® é seletivo aos inimigos naturais das pragas, contribuindo com os princípios do MIP, além de proporcionar cobertura completa de folhas, uma vez que a formulação consiste em partículas de tamanho reduzido, melhorando a distribuição dos ativos nas plantas.
O produto deve ser posicionado assim que definido o nível de controle, o que permite manter a qualidade dos resultados alcançados no manejo preventivo.
Assim, um manejo imbatível contra a lagarta-do-cartucho depende de cinco passos indispensáveis: definição do NC; monitoramento assertivo; compreensão do comportamento da praga; manejo pré-semeadura; e aplicação de INSTIVO® no momento oportuno.
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