Se você gosta de acompanhar notícias sobre o futuro do agro, já deve ter visto por aí que a degradação do solo tem sido um tema de grande preocupação para a comunidade científica.
De acordo com o maior e mais preciso diagnóstico sobre o estado dos solos no planeta, lançado pelo secretariado da Convenção de Combate à Desertificação da ONU, o Global Land Outlook, cerca de 40% do solo do planeta está degradado, o que afeta diretamente a indústria, os produtores rurais e a sociedade.
Promover a saúde do solo é um dos pilares principais da agricultura regenerativa. Essa é a única maneira de continuarmos alimentando o mundo sem esgotar os recursos para as próximas gerações.
Conservar o solo é uma tarefa urgente e permanente
No Brasil, temos tipos diversos de solos que, em geral, são facilmente corrigidos para viabilizar altas produtividades em várias regiões. No entanto, com o avanço das mudanças climáticas, vemos que a degradação e a desertificação dos solos têm ganhado um ritmo ainda mais acelerado.
De acordo com um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o Brasil possui uma das áreas do planeta onde as mudanças climáticas têm provocado efeitos mais drásticos: o Semiárido, que engloba boa parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais.
Segundo os pesquisadores, esse cenário ainda pode se agravar nos próximos anos: estimativas apontam que até a década de 2030, o planeta deve atingir um aumento de 1,5°C em sua temperatura média. Em grande parte do Brasil, os dias mais quentes do ano poderão apresentar temperaturas até duas vezes mais altas.
As temperaturas extremas, como temos visto nos noticiários do mundo todo nos últimos anos, colocam em risco a vida do solo. Afinal, para que um solo seja considerado saudável, ele deve apresentar características físicas, químicas e biológicas específicas, preservando os microrganismos que são cruciais para o desenvolvimento das plantas.
De acordo com o IPCC, 94% da região semiárida brasileira está sujeita à desertificação. Outros estudos também mostram que as mudanças climáticas tornarão muito mais difícil o cultivo do café arábica nos próximos anos.
Diante de todas as projeções e alertas da comunidade científica, nós precisamos entender que conservar o solo é uma responsabilidade emergencial e permanente. E, pensando nisso, acreditamos que técnicas que compõem a agricultura regenerativa são essenciais para combater essa problemática.
O solo é um recurso natural finito. Priorizar a saúde do solo hoje é assegurar o futuro da sociedade e da agricultura.
3 passos para avaliar como está a saúde do seu solo
Agora que já ressaltamos a importância de dar ao solo o valor que ele realmente tem, chegou o momento de entendermos como avaliá-lo na prática e o que devemos considerar para definir um solo como saudável.
Para isso, temos 3 passos fundamentais:
1. Analisar os indicadores físicos
Os indicadores físicos são determinantes para definir a qualidade do solo e a sua capacidade de sustentar a vida vegetal. Isso porque estes atributos precisam assegurar o acesso à água, aos nutrientes e ao oxigênio pelas plantas.
Na hora de avaliar o solo da sua lavoura, observe os principais aspectos físicos, como:
- textura
- estrutura
- porosidade
- densidade
- permeabilidade
- capacidade de armazenamento de água
No cenário agrícola, os indicadores físicos têm total influência na produtividade da lavoura, já que, para se desenvolverem plenamente, as plantas precisam de um solo que apresente baixa resistência, ou seja, que não esteja compactado, para que as raízes possam crescer e ter água e nutrientes disponíveis.
2. Analisar os indicadores biológicos
Os indicadores biológicos determinam a capacidade que o solo tem de suportar a vida e os processos biológicos que ocorrem nele. Para avaliar a saúde do solo da sua lavoura em relação aos aspectos biológicos, é preciso observar:
- a presença e a diversidade dos microrganismos;
- a quantidade de dióxido de carbono (CO2) produzida pelos microrganismos no solo;
- o teor de carbono orgânico no solo;
- a atividade enzimática;
- o teor de nitrogênio mineralizado.
A presença de microrganismos, como bactérias, fungos e protozoários, é essencial para a fertilidade e a saúde do solo. A quantidade de dióxido de carbono e o teor de carbono orgânico indicam o nível de atividade biológica e a quantidade de matéria orgânica no solo.
É importante ressaltar que a matéria orgânica é fundamental para aumentar a fertilidade do solo e a capacidade de retenção de água. Além disso, as enzimas produzidas pelos microrganismos são responsáveis por catalisar reações químicas importantes para a ciclagem de nutrientes no solo.
Em relação ao nitrogênio mineralizado, o teor indica como está o processo de conversão do nitrogênio orgânico em nitrogênio disponível para as plantas. Considerando que esse é um dos macronutrientes que as plantas demandam em maior quantidade, é um indicador muito importante para planejar um manejo estratégico.
3. Analisar os indicadores químicos
Os indicadores químicos do solo revelam a sua capacidade de fornecer nutrientes às plantas, manter o equilíbrio químico e viabilizar a atividade microbiana no solo. Os atributos químicos que devemos avaliar para determinar a saúde do solo, são:
- pH
- matéria orgânica
- teor de nutrientes
- capacidade de troca catiônica (CTC)
- saturação por bases (SB)
- condutividade elétrica
- teor de metais pesados
Os indicadores químicos influenciam de forma direta a disponibilidade de nutrientes para as plantas, determinando a fertilidade do solo e a capacidade que ele possui para manter a atividade microbiana viva e ativa, beneficiando também os aspectos físicos e biológicos.
Em relação aos metais pesados, como chumbo, mercúrio e cádmio, o monitoramento é essencial para evitar a contaminação do solo e dos alimentos produzidos. A avaliação desses indicadores químicos é importante para a adoção de práticas agrícolas adequadas, como a aplicação de fertilizantes, a correção da acidez, o manejo da matéria orgânica e a escolha de culturas adequadas, de acordo com as condições químicas do solo.
Como manter um solo saudável ao longo das safras?
Considerando tudo o que vimos sobre os indicadores de saúde do solo, separamos algumas dicas essenciais sobre conservação para manter um solo saudável ao longo das safras e assegurar a produtividade a curto, médio e longo prazo – com uma dica bônus no final!
Preserve a cobertura do solo na sua lavoura
Manter o solo coberto ajuda a melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas da área. Isso porque a cobertura vegetal ajuda a evitar processos de degradação, como erosão, lixiviação de nutrientes, compactação e danos à atividade dos microrganismos pela alta incidência solar.
A cobertura vegetal também colabora com o aumento do sequestro de carbono e a redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, pois evita os processos de revolvimento do solo que liberam esses gases. Além disso, essa técnica também reduz a incidência de plantas daninhas, pois as plantas da cobertura competem por nutrientes e espaço com as plantas invasoras.
Por reduzir a evaporação da água e manter a umidade do solo por mais tempo, o plantio de culturas de cobertura também pode reduzir a necessidade de irrigação, além de aumentar o teor de matéria orgânica e a biodiversidade do solo, colaborando com um ambiente fértil e ideal para o desenvolvimento das plantas, viabilizando altas produtividades.
Adote sistemas integrados de produção
Os sistemas integrados de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), têm como objetivo aumentar a eficiência produtiva e reduzir os impactos ambientais. Por envolver diferentes atividades agropecuárias, observamos benefícios para a conservação do solo, por meio de práticas como:
- rotação de culturas, ajudando a evitar a exaustão do solo e a reduzir a incidência de doenças e pragas;
- inclusão de animais na cadeia produtiva, viabilizando o aproveitamento de resíduos de culturas como alimento para os animais, assim como o uso de dejetos animais como fertilizantes para as culturas;
- plantio direto, que ajuda a proteger o solo e a aumentar a fertilidade;
- aumento da matéria orgânica, melhorando a estrutura e a capacidade de retenção de água e nutrientes do solo;
- adoção de práticas agroecológicas, como o controle biológico de pragas e a utilização de adubos orgânicos, que auxiliam na preservação do solo.
Dica bônus: resgate cursos gratuitos na plataforma Aplica Certo
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