O algodão é uma das culturas mais tradicionais no Brasil e, assim como qualquer outra, está suscetível às ameaças que podem prejudicar o seu ciclo produtivo, como o aparecimento de doenças fúngicas. Um trabalho de amostragem realizado nas principais regiões produtoras do país confirmou a ocorrência simultânea de diversas doenças nos algodoeiros nas últimas safras, com ênfase às manchas foliares.

Considerando os cenários de algodão safra e segunda safra, a ramulária (Ramularia areola) continua sendo a principal doença do cultivo, impedindo a elevação do teto produtivo, dificultando o manejo e demandando o uso de fungicidas de alta performance, inclusive em variedades tolerantes.

Ao mesmo tempo, é necessário observar que doenças foliares antes consideradas secundárias na cultura, principalmente as manchas, têm crescido em importância e vêm chamando a atenção nas últimas safras.

Devido à intensificação do sistema de cultivo soja-algodão, que prevalece em boa parte da área plantada de algodão no Brasil, a mancha-alvo (Corynespora cassiicola) tem-se destacado como uma ameaça à produtividade, assim como a ramulose (Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides), a mancha-de-alternaria (Alternaria spp.) e o mirotécio (Myrothecium roridum). Essas doenças têm sido identificadas em nível de campo, merecendo atenção na hora da escolha do fungicida.

Infográfico

Essas doenças geralmente ocorrem ao mesmo tempo na lavoura, dificultando a identificação – já que apresentam sintomas semelhantes – e a escolha do programa de manejo adequado para um controle mais efetivo.

Saiba mais sobre as principais manchas foliares e como manejá-las de forma consciente e efetiva.

Ramulária: a principal doença do algodão

Ramulária

A mancha de ramulária (Ramularia areola) é uma doença que ganhou força e gravidade nos últimos anos devido ao aumento de áreas cultivadas, ao monocultivo, aos baixos níveis de matéria orgânica, aos solos desestruturados e às falhas no processo de destruição da soqueira.

No Cerrado, onde se concentra a maior parte da produção nacional de algodão, o patógeno encontra ambiente favorável para se desenvolver, causando danos que podem resultar em perdas expressivas da produção, alcançando 75% em cultivares suscetíveis.

Os sintomas da doença manifestam-se em ambas as faces da folha, consistindo inicialmente em manchas angulosas delimitadas pelas nervuras. Evoluem para manchas de coloração branca ou amarelada e aspecto pulverulento, podendo tornar-se necróticas.

Ataques mais severos podem resultar na queda prematura das folhas e afetar as maçãs do baixeiro da planta, causando apodrecimento, o que prejudica significativamente a produção. A desfolha intensa também pode ocasionar a abertura precoce dos capulhos, danificando a qualidade da fibra.

A disseminação do patógeno ocorre rapidamente, por meio de vento, chuvas ou irrigação. Portanto, se o controle não for realizado em tempo hábil, podem ocorrer perdas acentuadas na lavoura.

Conheça os sintomas da ramulose

Ramulose

A ramulose (Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides) é uma doença transmitida principalmente via sementes contaminadas e o patógeno é capaz de sobreviver em restos culturais que ficam no solo. Por isso, a utilização de sementes contaminadas é um sério risco, especialmente se introduzidas em áreas ainda não plantadas.

O principal sintoma da ramulose é o aparecimento de lesões necróticas que causam o enrugamento das folhas novas. As lesões mais antigas secam e se desprendem, formando perfurações no centro das folhas.

Além disso, o fungo afeta o meristema apical, provocando sua morte, estimulando o desenvolvimento dos brotos laterais, conferindo à planta um aglomerado de ramos com entrenós curtos e entumecidos. A planta passa a gastar energia para o crescimento vegetativo em resposta à sucessiva destruição das gemas apicais, o que compromete o processo de frutificação.

Por esse motivo, as plantas infectadas são facilmente distinguidas das sadias, visto que, quando estão doentes, apresentam densa massa de folhagem escura e poucos capulhos.

Mancha-de-alternaria: características e danos

Mancha-de-alternaria

Causada por fungos do gênero Alternaria, a mancha-de-alternaria pode atacar desde o estádio de plântula e provocar desfolha e redução dos rendimentos. Os sintomas começam a ser visualizados no campo a partir de 30 dias após a infecção e permanecem ao longo do ciclo, uma vez que o inóculo para infecções posteriores já está presente na própria planta.

A doença se caracteriza por causar manchas e necrose foliares de formato circular, coloração marrom-clara e rodeadas por um halo marrom-escuro. Depois, evoluem para manchas irregulares coalescentes, com o centro cinza. As manchas mais antigas secam e podem deixar um buraco na folha.

Em casos severos, toda a folha fica comprometida e acaba caindo. Quando o patógeno ataca os frutos, grãos e sementes, essas estruturas sofrem deterioração e apodrecimento.

Mancha-alvo: um problema para o pleno desenvolvimento da cultura

Mancha-alvo

Os sintomas da mancha-alvo (Corynespora cassiicola) caracterizam-se por lesões pontuais de cor parda, com halo amarelado, geralmente observadas no terço inferior das plantas.

Essas lesões evoluem para grandes manchas de formato circular, cor castanha e com anéis concêntricos mais escuros, com um ponto no centro.

A doença também provoca a queda prematura das folhas, diminuindo a capacidade fotossintética da planta e, consequentemente, afetando o seu desenvolvimento.

O patógeno causador da mancha-alvo é comum em todas as áreas produtoras de algodão. Por isso, ter atenção para os sinais da doença é bastante recomendável, já que o patógeno é capaz de sobreviver em restos culturais e em plantas hospedeiras durante a entressafra.

Mirotécio e seus sintomas

Mirotécio

Causada pelo fungo Myrothecium roridum, a mancha-de-mirotécio é bastante comum na Índia. No entanto, a doença preocupa também os produtores brasileiros por já ter provocado reduções significativas de produtividade. Na safra 2003/2004, foi estimada uma perda de 50% do algodão cultivado na cidade de Balsas (MA).

Os primeiros sintomas do mirotécio são a formação de manchas circulares, de cor escura e com margens violeta-amarronzadas. Essas lesões podem ter até 3 cm de diâmetro e apresentam áreas translúcidas em seu contorno, onde ficam os esporodóquios do M. roridum, pontos negros que se assemelham a cabeças de alfinete e que se localizam junto às lesões nas partes superior e inferior das folhas e também nas maçãs.

Ao evoluírem, as manchas aumentam em número e tamanho, coalescem e afetam uma grande área do limbo das folhas, provocando a desfolha. O mirotécio também pode afetar tecidos lenhosos, provocando lesões na haste principal da planta.

Nas últimas safras, foi observada a ocorrência da mancha-de-mirotécio concomitantemente a outras doenças, fator que prejudica a identificação no campo e a adoção de técnicas de manejo adequadas e em tempo hábil. No entanto, a presença dos esporodóquios diferencia essa infecção daquelas causadas por outros patógenos.

Cercospora spp.: um novo desafio para a cotonicultura

Além do ressurgimento das doenças acima mencionadas, que nas últimas safras vêm crescendo em importância e mudando o cenário agronômico para a cultura, um outro problema começou a chamar a atenção nessa última safra: a ocorrência de manchas causadas por Cercospora spp.

Tal fato liga o alerta aos cotonicultores, principalmente quando pensamos no sistema de sucessão soja-algodão, já que espécies desse fungo estão entre os de maior importância na cultura da oleaginosa, causando grandes prejuízos na ausência de medidas de manejo.

Manejo consciente das doenças do algodão

Para conter essas e outras doenças do algodão, é importante investir nas melhores técnicas e tecnologias disponíveis, a fim de obter elevados patamares de produtividade. Além disso, é fundamental aprofundar-se na identificação correta dos patógenos, para que seja implementado um programa de manejo consciente do espectro de doenças como um todo.

Em entrevista à Revista Cultivar, Daniel Rosa, Gerente de Manejo de Resistência da Syngenta, afirmou que

“ …doenças secundárias estão ressurgindo, dentre elas, espécies de alternaria vêm se destacando no cenário de manchas.”

Daniel Rosa também cita que “diversos estudos estão sendo efetuados sobre essas espécies, mas já podemos adiantar que o manejo de manchas na cultura do algodão será mais desafiador nos próximos anos.”

Essas doenças têm ocorrido simultaneamente nas lavouras e, por conta da dificuldade de identificação, o produtor precisa se atentar ao posicionamento correto dos produtos indicados para o controle de cada uma delas, principalmente porque os patógenos têm-se tornado menos sensíveis a todos os grupos químicos existentes.

Se esse processo continuar, o produtor corre o risco de, em pouco tempo, não possuir mais ferramentas eficientes para controlar doenças, o que prejudicaria gravemente a produtividade do algodão no país.

Nesse novo cenário, com manchas ganhando cada vez mais importância no manejo da cultura, as dificuldades na identificação não são o único problema. Estudos realizados pelo time de pesquisa e desenvolvimento da Syngenta apontam uma redução em produtividade de aproximadamente 38 @/ha em áreas que não foram submetidas ao manejo de manchas, em comparação às que receberam o tratamento com produtos Syngenta.

Tais dados reforçam ainda mais a percepção de que a cotonicultura brasileira vive uma nova realidade no que diz respeito a doenças. Por isso, os produtores devem estar preparados e conscientes de que a obtenção de altas produtividades requer um manejo completo da lavoura, do início ao fim.

A utilização correta dos defensivos químicos, a assistência técnica no campo e o planejamento detalhado das safras são as principais ferramentas para o controle de doenças do algodão. A fim de evitar a resistência a essas ferramentas e a todos os riscos que isso implica, é necessário executar ações de mitigação, como o manejo consciente.

Conheça os 10 princípios do Manejo Consciente

Informar, conscientizar e agir são os pilares do Programa Manejo Consciente da Syngenta, que tem disseminado as melhores práticas agrícolas de forma efetiva, com o apoio de técnicos, pesquisadores e demais entidades do agronegócio. O objetivo é transferir conhecimentos que colaborem para o controle das doenças e para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, por meio de 10 princípios fundamentais:

  1. Iniciar as aplicações de fungicidas preventivamente

A menor incidência de ataques dos patógenos depende de uma lavoura protegida contra doenças com base na aplicação de fungicidas.

  1. Usar todos os modos de ação de fungicidas nos programas

A rotação de soluções entre os diferentes grupos químicos é necessária para a completa proteção da lavoura.

  1. Respeitar as características dos grupos químicos e os modos de ação

A combinação correta dos fungicidas intensifica a ação de controle dos produtos e contribui para o manejo antirresistência.

  1. Realizar uma destruição de soqueira e de algodão voluntário bem-feita

Os restos culturais da planta abrigam fungos como a Ramularia areola, que aumentam o potencial de ataque na lavoura seguinte.

  1. Respeitar o máximo de 3 aplicações de carboxamidas

De acordo com comunicado de fevereiro de 2019 da FRAC-BR (Comitê Brasileiro de Ação a Resistência a Fungicidas).

  1. Proteger a eficiência dos programas com Clorotalonil

O multissítio associado a outros fungicidas traz mais eficiência e proteção contra as doenças.

  1. Utilizar doses, número e intervalo de aplicações recomendados

Seguir as recomendações da bula é fundamental para proporcionar a sanidade da lavoura durante todo o ciclo da cultura.

  1. Utilizar outras boas práticas de manejo e assistência técnica especializada

A orientação de um técnico é essencial para determinar o melhor programa de manejo para a sua lavoura, associando o controle químico a outras boas práticas agrícolas.

  1. Uso de variedades resistentes

Explore a tolerância genética ao escolher cultivares menos suscetíveis às doenças e variedades mais adaptadas à região em que serão plantadas.

  1. Usar uma tecnologia eficiente de aplicação

A tecnologia oferece precisão às aplicações e aos resultados, o que resulta em economia de insumos e em ganhos operacionais.

É fundamental considerar esses pilares do Manejo Consciente para controlar o complexo de doenças do algodão, utilizando os produtos de forma adequada e, sobretudo, preservando a eficácia das moléculas. Por isso, manejar corretamente os defensivos é uma maneira de reverter o problema e contribuir para a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.

Fungicidas para o algodão: portfólio Syngenta ao encontro das necessidades do cenário agronômico

Como as doenças do algodão sobrevivem em restos culturais, ano após ano, é fundamental manter um programa de fungicidas robusto e sustentável a cada safra. Aliado às práticas de manejo consciente, o controle químico com fungicidas de máxima eficiência e com amplo espectro de ação é essencial para alcançar altas produtividades.

Confira a seguir o posicionamento das soluções da Syngenta no controle de doenças do algodoeiro.

30 a 45 dias: Priori® Top

O primeiro intervalo de 30 a 45 dias da lavoura deve estar focado na proteção contra a ramulose. Nesse momento, Priori® Top é a solução ideal para o cotonicultor, usado em pulverização para controle das doenças da parte aérea da cultura. O fungicida sistêmico traz a combinação de dois ingredientes ativos e conta com atividade predominantemente preventiva, mas também apresenta ação curativa e antiesporulante.

Composto pela combinação de difenoconazol e azoxistrobina, o produto ainda proporciona controle eficiente de doenças como mela (Rhizoctonia solani), que pode causar danos significativos no desenvolvimento inicial da cultura. Priori® Top é a melhor ferramenta para iniciar o manejo com sucesso.

60 a 100 dias: Mertin® 400

Esse é o período mais crítico e que define o nível de sucesso do manejo de doenças. Logo, é o momento de proteger com eficiência a manutenção da área foliar do algodoeiro, desde o baixeiro da planta. Usando as ferramentas adequadas, é possível reter o progresso das doenças e, consequentemente, alcançar o máximo potencial produtivo da lavoura.

Nesse cenário, a aplicação de Mertin® 400 é indispensável. O fungicida deve ser sempre utilizado em rotação com fungicidas de sítio específico. É a melhor ferramenta para o manejo das principais doenças do algodão nessa fase, pois combina alto efeito curativo e performance com amplo espectro de controle.

Após 100 dias: Bravonil® Top

Após os primeiros 100 dias da lavoura, o objetivo é manter a efetividade alcançada até então, garantindo que as folhas, principalmente do terço médio e do ponteiro, convertam ao máximo todo o potencial fotossintético em produtividade e qualidade de fibra. Para isso, é preciso assegurar eficiência nas últimas aplicações com uma combinação inteligente de ingredientes ativos que se complementam quanto ao modo de ação e ao amplo espectro de controle.

Considerando esses pontos, e a fim de proporcionar mais praticidade para o cotonicultor, a Syngenta desenvolveu Bravonil® Top, novo fungicida implacável contra as doenças do algodão.

A solução é a combinação de dois ingredientes ativos altamente eficazes e reconhecidos em uma formulação inovadora, seletiva e pronta para o manejo de todo o complexo de doenças do algodão – dispensando totalmente a necessidade de complementação com qualquer outro ingrediente ativo. São eles:

  1. Difenoconazol: triazol altamente eficaz, sistêmico e com efeito preventivo e curativo;

  2. Clorotalonil: o melhor multissítio contra as doenças da cultura.

Dessa forma, Bravonil® Top é uma tecnologia inovadora que oferece:

  • Performance superior, pela excelência no controle de ramulária;

  • Amplo espectro, pois é eficaz contra as demais doenças do algodão, como as alternarias;

  • Formulação inovadora, com dois modos de ação sinérgicos que maximizam o controle do complexo de doenças;

  • Conveniência, pronto para aplicação, além de prático para o manejo de resistência.

Syngenta sempre em busca das melhores soluções

Líder mundial no desenvolvimento de tecnologias para o mercado agrícola, a Syngenta se preocupa em oferecer soluções que permitam ao agricultor realizar o manejo estratégico de alvos. Por isso, para superar os desafios das doenças do algodão e obter o máximo potencial de produtividade na sua lavoura, conte com o portfólio completo da Syngenta, composto pelas melhores ferramentas para o algodão, do início ao fim do ciclo.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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Redação Mais Agro