a chamada escassez global de suprimentos. Por um lado, ela representa a falta de produtos no mercado, por outro, existe elevação considerável nos preços devido a uma oferta menor que a demanda. A isso somam-se o efeito da inflação das commodities e a desvalorização da moeda.
Com o avanço da pandemia no mundo todo, a crise energética nos países exportadores, o aumento no custo de produção e a alta nos preços de fretes marítimos, justifica-se a volatilidade no mercado das commodities.
Diante disso, o algodão, que é matéria-prima para as indústrias têxtil e de fiação, além de ser usado em indústrias química e farmacêutica, também sofreu os impactos. De acordo com Márcio Guimarães, da Unique Commodities, a logística e o timing para a entrega abalaram de forma direta o preço do algodão no mercado.
“O produto existe mas não está no lugar certo e na hora certa. Isso faz com que o preço do algodão inflacione. Essa volatilidade faz com que o preço do algodão seja cotado a um nível de preço que não é o real/verdadeiro”, afirma.
Perspectivas de preços para 2022
Para Guimarães, a previsão é de que, no início do segundo semestre deste ano, o cenário no mercado melhore e, como consequência, os preços irão também se acomodar.
O preço inflacionado foi influenciado por dois pontos: primeiro devido à insegurança que a pandemia provocou no mundo todo, segundo por conta de fundos especulativos em compra de papéis na Bolsa de Nova York. Portanto, para o ano de 2022, existe previsão de nova organização e reversão dessa posição de fundos, assim, os preços vão recuar como um todo.
Outro detalhe interessante que provocará regulação nos preços é que “hoje o produtor rural, especialmente aqui no Brasil e nos Estados Unidos, está percebendo toda essa movimentação e alta nos preços de insumos, fertilizantes, mão de obra e energia. Porém, por outro lado, em um contexto geral, ele tem todas as variáveis favorecendo um aumento na produção de algodão e maior rentabilidade”, concluiu o especialista.
O momento é bastante favorável para o produtor de algodão. Para aqueles que plantam soja e depois a pluma, espera-se sucesso. A soja foi semeada dentro da janela ideal em 2021, o que oferecerá ao produtor de algodão a janela ideal que é no início de janeiro até, no máximo, dia 10 de fevereiro. Segundo Guimarães, ao somar esses dois fatores, janela ideal + preço atrativo, haverá muito algodão em 2022.
Projeções para 2023
Já para o ano de 2023, o cenário é completamente diferente. Pode ocorrer uma queda nos preços, pois a oferta de algodão será ampliada no mundo todo. Entretanto, o que pode perdurar e impactar diretamente as safras de 2022/2023 é a alta nos preços dos insumos.
Existe uma grande probabilidade de redução global de área plantada de algodão no próximo ano. Alguns produtores até pensam em retardar a compra de fertilizantes e insumos até o preço recuar.
A relação entre custo de produção e preço de venda para 2023 estima que, se no final deste ano houver redução nos preços de fertilizantes, a rentabilidade do produtor pode melhorar.
Guimarães ainda compartilha outra notícia boa com os produtores: “O agro não vai parar no Brasil, o que está acontecendo é como um jogo de xadrez, mover cada ponto com cautela. O país é o segundo maior exportador de algodão para a China e continuará atendendo o mercado chinês independente do preço”.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
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