Transformação do setor evidencia mudança do café brasileiro
Há mais de 300 anos, o cafezinho diário faz parte da rotina do brasileiro. O grão, que tem raízes fortes no país, é um dos poucos produtos que ainda encontra espaço para crescer comercialmente, tanto em consumo quanto em exportação.
Segundo os últimos dados do IBGE, referentes à pesquisa de 2020, o café é o alimento mais consumido por cerca de 78% dos brasileiros. Os dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) vão ainda mais a fundo, mostrando que, nos últimos 20 anos, o crescimento do consumo da bebida foi de 37%. E no mercado consumidor, o Brasil ocupa a segunda posição ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Neste ano, esse crescimento já foi de 0,16% em comparação com o mesmo período do ano passado. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil consumiu mais de quatro milhões de sacas de café, volume também maior em comparação com 2023.
Café no dia a dia dos brasileiros
O café sempre fez parte da rotina do brasileiro e, mesmo com tantas mudanças no mercado, ainda continua sendo um item indispensável para a maioria. Foi o que mostrou a mais recente pesquisa realizada pelo Instituto Axxus, em parceria com o Instituto Agronômico e a UNICAMP.
Os dados apontam que há uma estabilização no consumo de café pelo brasileiro, pelo menos nos últimos três anos, período em que a pesquisa foi realizada.
O engenheiro agrônomo e pesquisador científico Sérgio Parreiras Pereira participou dos estudos, e para ele é inegável que o café segue fazendo parte do cotidiano dos brasileiros. “O consumo de café é associado ao bem-estar, interação com pessoas, melhoria de humor, ritual de descanso. É uma bebida associada sempre a bons momentos para o brasileiro”, afirmou.
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Busca por mais qualidade e selos ajudam aumento do consumo
O movimento entre os cafeicultores e toda a mobilização da cadeia para oferecer mais qualidade e um produto premium ao consumidor ajudou, nos últimos anos, a impulsionar esse aumento do consumo.
Os amantes da bebida buscam por experiências diferentes, com sabores e aromas que entregam os diferenciais da produção brasileira de café. E os muitos selos de qualidade têm ajudado a nortear o consumidor até esses cafés.
“Os selos da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), por exemplo, dão credibilidade às marcas que os possuem. Primeiramente, o selo de pureza que atesta que se trata 100% de café. O selo de qualidade, que se divide em três categorias, sendo tradicional, superior e gourmet. E, por fim, um que trata de sustentabilidade, ou seja, boas práticas na produção cafeeira”, explica Sérgio Parreiras.
Paralelo a isso os avanços tecnológicos, a chamada cafeicultura 4.0 traz uma abordagem digital e que tem colaborado para melhorar a eficiência, qualidade e sustentabilidade dos cafeeiros no Brasil.
Cafeterias e bebidas especiais revelam a nova cafeicultura brasileira
O Brasil tem 35 regiões produtoras de café, e cada uma delas consegue entregar aroma e sabor únicos, de acordo com o contexto que possuem. Um cenário importante que o Brasil tem vivenciado nos últimos anos são as produções de cafés especiais, que reforçam a qualidade da bebida brasileira. Além da ampliação de cafeterias pelo país, dados recentes da ABIC estimam que o país possua cerca de 3,5 mil cafeterias.
Esse movimento tem ajudado a propagar a melhor qualidade da bebida, além de inserir no cotidiano do consumidor novos hábitos. Esses estabelecimentos têm feito o consumidor adquirir gosto por bebidas de qualidade, os chamados cafés gourmet. A transformação ficou apenas a cargo dos produtores com os trabalhos de pós-colheita, mas também chegou até a ponta comercial. E o consumidor brasileiro tem respondido positivamente a todas essas mudanças.
“Desde o fim da pandemia, estamos vendo essa tendência, que é o consumo fora do lar. O brasileiro gosta de frequentar cafeterias, padarias e locais com o objetivo de consumir café. Existem inúmeras tendências que vêm sendo observadas com consumo de diferentes métodos, de café descafeinado, orgânicos, drinks e cafés gelados. Estamos falando de um universo em ebulição”, ressalta Sérgio.
Alto consumo de café no Brasil
Segundo dados da pesquisa, a maioria dos brasileiros consome entre três a cinco xícaras de café por dia, sendo o maior consumo no trabalho e em casa, e tendo o coador de pano como o método preferido.
E, apesar de tantas transformações no setor, para Sérgio, o Brasil tem grandes oportunidades. “Temos aumentado o consumo per capita ao longo dos anos. Atualmente, um dos desafios seria manter os preços do café na gôndola do supermercado, mesmo com o aumento do café no mercado internacional e nacional”, destaca.
A pesquisa foi realizada com 4.200 pessoas de todos os estados, faixas etárias e classes sociais do país.
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