O clima se tornou um grande desafio para o cafeicultor brasileiro que almeja um bom desempenho das lavouras para manter a atividade economicamente saudável. Por isso, a busca por tecnologias para um melhor potencial produtivo do cafeeiro tem sido o foco da maioria dos produtores. Quando se pensa em formas de aumentar a produtividade do pé de café, o manejo correto está no topo de uma lista que pode ajudar na restauração das plantas que são acometidas por pragas e doenças que provocam perdas significativas para as fazendas.
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Para a temporada de primavera e verão que se aproxima, o engenheiro agrônomo Gustavo Rennó e presidente do GTEC, Grupo Técnico de Café, lembra que esse é o período em que a planta mais responde aos estímulos como nutrição e controle de pragas e doenças.
Gustavo lembra que os manejos precisam ser preventivos, feitos no tempo certo e antecedendo as dificuldades climáticas, como as temperaturas mais quentes proporcionadas pelo El Niño este ano.
Segundo ele, o cálculo da necessidade de adubo que cada planta vai precisar e a antecipação dessa adubação são um dos manejos preventivos essenciais. “É preciso fazer essa antecipação, fazer o produto de solo. Lembrar dos foliares nutricionais e os foliares de controle de doenças e pragas também com antecipação para justamente não deixar a praga ou a doença chegar. Porque quando ela chega, já está tarde e muitas vezes não se controla, o que deixa tudo mais caro, inviável e difícil”, destaca.
Com isso, a planta passa a ter um crescimento mais estruturado e passa a ter cada vez mais resistência para poder suportar as diferentes intempéries climáticas. “É importante entendermos que as variações climáticas acontecem, isso é natural até pelas estações do ano: verão, primavera, outono e inverno, que é um período de grande estresse, então é o momento de fazermos o manejo adequado”, explica Gustavo.
As chuvas registradas no início de outubro não foram suficientes para mudar o cenário de preocupação entre os produtores
Manejo eficiente faz a diferença na qualidade da lavoura
O manejo preventivo auxilia os produtores a enfrentarem justamente as dificuldades com as pragas
O professor, engenheiro agrônomo e pesquisador do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Braz Matiello, lembra que no contexto de desafios climáticos vivenciado pelo cafeicultor na busca por altas produtividades, a variedade de cada planta também apresenta resultados diferentes a esses estímulos, sendo necessário estudar bem o manejo correto. José também ressalta que o sistema safra zero, por exemplo, pode ajudar muitos cafeicultores neste momento de tantas incertezas climáticas.
“Adotar também o sistema safra zero tem dado bastante resultado para muitos produtores. Porque você poda a lavoura e a planta fica menor, com ramo novo, e sente bem menos a seca. Estamos falando de uma poda que renova a planta. Você equilibra mais a raiz, reduz o custo de produção e também o estresse da planta para o período seco”, afirma.
Altas temperaturas, geada, granizo e estresse hídrico foram problemas recorrentes nos últimos anos na cafeicultura. As variações climáticas que tanto têm prejudicado os cafeicultores são esperadas todos os anos, conforme destaca Rennó, porém não com a intensidade que têm ocorrido.
“Quando acontece de forma muito drástica, como tem acontecido, aí realmente não tem nada a ser feito. Por exemplo, uma geada não tem recurso, não tem tecnologia para poder amenizá-la. Então é importante trabalharmos o conceito de manejo preventivo, porque não sabemos se estaremos dentro de uma situação climática suportável ou trágica, como temos visto”, finaliza.
Nos últimos dois anos, chuva de granizo, geada e estiagem foram situações que derrubaram muitas lavouras
Preocupação com o parque cafeeiro do Brasil
Conforme a última Pesquisa Cafeeira 2022/2023, realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com 474 produtores de café arábica e canéfora de dez estados brasileiros, queda no potencial produtivo das lavouras brasileiras.
Na safra passada, apenas 37% dos produtores disseram ter colhido acima da média, enquanto 46,8% responderam que foi dentro da média esperada e 16,2% indicaram ter colhido muito abaixo da média.
Além disso, a safra passada também contou um clima desfavorável, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)] . A consequência foi que o volume colhido caiu 19% em comparação com a safra do ano de 2020. Para este ano, a estimativa da Conab é que o crescimento fique em 7,5% em uma safra estimada em mais de 54 milhões de sacas.
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