A produção nacional de maçã da safra 2020/21, colhida nas regiões do Sul do Brasil até o mês passado, deve superar a anterior. De acordo com agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, o volume pode chegar a 1,28 milhão de toneladas, alta de 36% frente à temporada 2019/20, que registrou cerca de 939 mil toneladas.
Este aumento se deve, principalmente, ao clima favorável à produção durante boa parte do desenvolvimento dos pomares – houve impacto de granizos, mas de forma pontual e localizada.
Agentes lembram, ainda, a importância do clima satisfatório no inverno passado e, também, durante a florada e a polinização das macieiras. No caso da fuji, a alternância de produção, comum à variedade, também esteve entre um dos fatores positivos à atual oferta.
Tal cenário proporcionou, além de uma carga de frutos elevada, maiores calibres em comparação ao ano anterior: a gala, por exemplo, registrou maior concentração nos tamanhos 135, 150 e 165 e a fuji, nos tamanhos 110, 120 e 135.
A qualidade da maçã, no geral, também deve ser elevada, com maior concentração nas categorias 1 e 2, considerados os padrões mais remuneradores.
Apesar disso, agentes estão, agora, preocupados com a remuneração, pois o aumento da oferta nacional veio em um momento de crise econômica, pressionando as cotações da fruta mais do que o esperado.
Nem mesmo o crescimento das exportações de maçã neste ano, com o objetivo de “aliviar” o volume disponível por aqui, compensou tal quadro.
A expectativa é de que as classificadoras consigam ajustar melhor sua oferta e, consequentemente, os preços da maçã, possibilitando um cenário de remunerações mais satisfatórias para o segundo semestre. Mesmo assim, os valores devem ficar mais limitados do que no último ano, quando os preços foram impulsionados pela “quebra de safra”.
Fonte: HFBrasil (Ana Raquel Mendes, Isabela Pegolo Alves e Marcela Barbieri)
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