O Brasil possui um bem valiosíssimo em seu território: o cultivo do algodão. De acordo com a Cotton Brazil – iniciativa que representa o algodão brasileiro no mercado global – nos últimos 20 anos a fibra brasileira avançou sua produção significativamente devido à constante busca por qualificação dos cotonicultores e investimentos em tecnologia de ponta. Tudo isso aliado ao empenho pela busca incessante por inovações em técnicas de cultivo e em pesquisas que contribuem para uma produção com responsabilidade ambiental.
Entre os anos de 2016 e 2020, a produção dobrou sua área de cultivo, equilibrando o plantio de algodão com outras culturas como a soja e o milho, sendo Mato Grosso, Bahia, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul os maiores Estados produtores de algodão, mantendo o Brasil como quarto maior produtor mundial da fibra.
No mercado exterior, o Brasil figura como um dos principais exportadores de algodão. Já entre os países consumidores de algodão, os principais são China, Índia, Paquistão e Bangladesh.
Indicadores do mercado global do algodão
De acordo com o 1° levantamento da safra 2021/22 da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado recentemente, a colheita do algodão brasileiro já está finalizada, fechando o ciclo da safra 2020/21.
Houve uma redução na produção total em comparação à temporada 2019/20 e também diminuição na produtividade média em decorrência das variações climáticas nas maiores regiões produtoras, finalizando com um volume final de 2.355,7 milhões de toneladas de algodão em pluma.
Segundo o ICAC (Comitê Consultivo Internacional do Algodão), espera-se para a safra 2021/22 – que tem início nos meses de outubro e novembro – uma maior produção e forte comercialização. Estima-se que a produção mundial de algodão deve aumentar cerca de 6% em 2021/22, com 25,7 milhões de toneladas, mesmo sendo ainda menor do que antes da pandemia. Países como Brasil e EUA preveem que a produção aumente, o que deve compensar as quedas esperadas dos dois maiores produtores mundiais, China e Índia.
O consumo global é estimado em 25,9 milhões de toneladas e, com os estoques finais de 2020/21 reduzidos, acredita-se que a oferta mundial de algodão seja em torno de 45,8 milhões de toneladas para a temporada de 2021/22.
Consumo x Preços
Especialistas da área notam a influência de diversos fatores que delimitam o preço do algodão em pluma. Assim como em outras culturas, no algodão, a economia de livre mercado predomina, fazendo com que o preço seja estipulado de acordo com a lei de oferta e demanda. Para entender melhor, confira os diversos pontos que influenciam diretamente no preço da commodity no mercado global, são eles:
- produção;
- câmbio;
- renda;
- subsídios;
- juros;
- impostos;
- estoques;
- armazenagens;
- fretes e seguros;
- bolsa de Nova York;
- economia local e política;
- comparativos entre produtos paralelos (como o poliéster e viscose).
Vale ressaltar que subsídios são incentivos fiscais ou um auxílio financeiro cedido pelo governo para promover o desenvolvimento da atividade agrícola.
Segundo pesquisa divulgada pelo ICAC, que é formado por países produtores, consumidores e exportadores da commodity, os subsídios globais aumentaram 39% na safra 2019/20 e chegaram à marca de US$8 bilhões.
Uma parte da produção mundial de algodão que se beneficiou dos incentivos diretos de governos chegou a 83% em 2008/09 e pairou entre 45% a 76% nas safras de 2014/15 e 2019/20. Isso esclarece o aumento ou a redução da produção do algodão e dos preços internacionais. Se o preço está elevado, a ajuda normalmente diminui, e vice-versa.
Há diversos fatores que chegam a uma combinação para o cálculo de preços, pois não existe uma fórmula específica. Não é possível definir o preço ideal a ser trabalhado, mas é possível calcular a margem de lucro baseada no custo de produção e em quanto o algodão está valorizado em determinado período.
O cenário mundial para a temporada 2021/2022
Segundo relatório divulgado recentemente pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a produção global da pluma de algodão deve apresentar recuperação na safra que se inicia agora, entre outubro e novembro, mesmo após sofrer queda de 7% em 2020/21 em relação à safra anterior. Estima-se para 2021/22 um aumento de 3% alcançando 25 milhões de toneladas, sendo essa produção liderada pelos maiores países produtores como Índia, China, Brasil e EUA.
Nos Estados Unidos, estima-se que sejam produzidas 3,8 milhões de toneladas de algodão, com um crescimento de 22%, explicado principalmente pelo aumento na área a ser colhida, alcançando 4,2 milhões de hectares, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Assim, a produtividade deverá ser de, aproximadamente, 912 kg de pluma por hectare.
Na Índia, a produção de algodão deve permanecer alta, chegando a 29 milhões de fardos em 2021/22. Já na China, a expectativa é que sejam colhidos 26,75 milhões de fardos na temporada.
No Brasil, de acordo com os mais recentes boletins divulgados pela Conab, a perspectiva referente à safra 2021/22 é de um aumento de 10,2% de área a ser plantada, com total de 1.510 mil hectares. Em relação à produtividade, a estimativa indica um leve aumento de 3,1% , tendo 2,67 milhões de toneladas colhidas.
Diante desse cenário, o Brasil tem uma grande vantagem sobre os outros países exportadores nos próximos anos: é o único país que pode crescer não só em produtividade, como também em área plantada e assumir uma posição cada vez mais importante no mercado mundial de algodão.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
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