Entenda as mudanças significativas no clima e como elas impactaram o café brasileiro nos últimos cinco anos
Sem dúvida, o cenário do café no Brasil já não é mais o mesmo há algum tempo. Apesar de ter alcançado grande eficiência produtiva, o país encontra dificuldades para se adaptar às novas janelas climáticas.
A cafeicultura brasileira enfrentou, nos últimos cinco anos, desde geadas até intensos períodos de estiagem.
Essa inconstância vivenciada no Brasil evidencia também os efeitos das mudanças climáticas no mundo. Nos últimos anos, geadas, ondas de calor, veranicos prolongados e até mesmo granizo em áreas cafeeiras ocorreram com maior frequência e intensidade.
Alteração das fases fenológicas do café brasileiro
As fases fenológicas do café — que compreendem todas as etapas desde a germinação até a maturação dos frutos — foram bastante impactadas. O meteorologista do canal Tempo e Clima Brasil, David Moura, explica que esses fenômenos extremos estão relacionados às alterações na circulação atmosférica e na dinâmica dos oceanos, que afetam diretamente a distribuição de chuvas e temperaturas no Brasil.
Somando-se a isso, a crise climática tem contribuído para o aumento das temperaturas médias, tornando o ambiente mais propício a eventos extremos, o que altera significativamente as etapas fenológicas da planta.
“O resultado é um clima mais volátil, que impacta diretamente as fases fenológicas do cafeeiro. O setor precisa lidar com um cenário em que a previsibilidade climática é cada vez menor, exigindo maior investimento em monitoramento e manejo adaptativo.”

Fenômenos climáticos prejudicam ainda mais o café brasileiro
Nos últimos cinco anos, a La Niña foi o fenômeno que mais prejudicou a cafeicultura brasileira. Durante sua atuação, principalmente entre 2020 e 2022, ela reduziu significativamente as chuvas em regiões produtoras do Sudeste e Centro-Oeste, afetando diretamente a florada, o pegamento dos frutos e o enchimento dos grãos. Esse déficit hídrico, somado às altas temperaturas, causou estresse hídrico severo em muitas lavouras.
“Além disso, o La Niña também antecedeu a geada histórica de julho de 2021, que atingiu áreas de café arábica em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Esse episódio foi um dos mais severos das últimas décadas e comprometeu a produção por mais de um ciclo”, explica David.
Por outro lado, o El Niño de 2023, embora tenha trazido temperaturas acima da média, teve um impacto mais curto e sem o mesmo nível de danos.
Qual é a nova janela climática do café no Brasil?
A janela climática da cafeicultura no Brasil mudou significativamente. Um exemplo são as floradas, que ocorriam regularmente entre setembro e outubro, mas agora antecipam ou atrasam, conforme a distribuição das primeiras chuvas após o período seco.

“Isso gera desuniformidade na maturação dos frutos e dificulta o planejamento da colheita. Além disso, o manejo também foi impactado. A adubação, o controle de pragas e até a irrigação precisam ser ajustados em função das novas condições climáticas. O produtor deixou de seguir um calendário fixo e passou a depender do acompanhamento constante do clima, com decisões mais dinâmicas”, enfatiza David.
Essas mudanças exigem ainda mais capacitação técnica e uma resposta mais ágil da cadeia produtiva.
Expectativas climáticas no setor
O Brasil começou o ano de 2025 em uma fase de neutralidade climática, ou seja, sem a presença ativa de El Niño ou La Niña. Nesse contexto, esse cenário tende, portanto, a trazer uma maior regularidade nas condições de temperatura e chuva no curto prazo, o que, por sua vez, é positivo para o andamento da colheita.
Porém, o meteorologista alerta que de um modo geral, o setor cafeeiro no Brasil tem um grande desafio, que é se preparar para um cenário de instabilidade climática.
“A previsão climática de médio e longo prazo será essencial para orientar o manejo, reduzir perdas e aumentar a resiliência da produção”, pontuou.

No entanto, modelos climáticos já indicam a possibilidade de uma nova La Niña se formar a partir do segundo semestre de 2025.
“Vale ressaltar que a possibilidade de La Niña ainda é remota, com apenas 41% de chance a partir do quarto trimestre em outubro, novembro e dezembro, contra 40% de chance de fase neutra”, finaliza David.
Soluções Syngenta em campo
Embora o cenário seja delicado, a Syngenta tem investido, nos últimos anos, em diversos trabalhos de pesquisa voltados à mitigação de situações desafiadoras no campo.
Um dos focos tem sido criar soluções que vão desde o uso de produtos contra o estresse das plantas — especialmente bioativadores, que agem na fisiologia vegetal, melhorando o uso da água e os processos internos afetados por condições adversas.
“Outro ponto em que a Syngenta tem investido é no uso de produtos de biocontrole, que funcionam como ferramentas não apenas para o controle biológico de pragas e doenças, mas que também possuem efeitos bioativadores. Eles promovem estímulos ao crescimento e ao desenvolvimento mais rápido das plantas, além de favorecerem a melhor eficiência no uso de nutrientes”, destaca Ana Paula Neto, Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta.
Entre essas soluções, o Megafol®️ se destaca como a escolha mais recente dos produtores, que têm buscado o produto nos últimos meses para enfrentar o estresse hídrico que afeta muitas lavouras.
“O Megafol é uma ferramenta que ajuda a equilibrar a produção de antioxidantes. Ele estimula a produção dessas substâncias, que neutralizam os efeitos de situações extremas causadas pelo déficit hídrico. Ou seja, contribui para a mitigação do estresse, atuando diretamente no sistema antioxidante da planta. Além disso, ele ativa genes relacionados à superação do estresse, tornando a planta muito mais preparada para as adversidades e para enfrentar os desafios climáticos. E, mesmo após o estresse estar instalado, ele também pode auxiliar na recuperação da lavoura”, explica.
A Syngenta apoia o produtor rural em todos os momentos, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis.
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