Um dos principais problemas que afetam a produtividade das lavouras no Brasil, além de pragas e doenças, são as plantas daninhas. Elas reduzem a produtividade, porque competem por água, luz e nutrientes com as culturas e também são responsáveis pelo aumento nos custos de produção, considerando a ocorrência de diversas espécies resistentes a algumas moléculas herbicidas, o que encarece os investimentos.
Mais especificamente na cultura do milho, a interferência das plantas daninhas resulta em grandes prejuízos ao produtor, pois elas podem reduzir o rendimento de 10% a 80%, dependendo das espécies de daninhas envolvidas, do número de plantas por área, do período do estádio de desenvolvimento da cultura e das condições edafoclimáticas a que a lavoura está submetida.
Por todos esses motivos, o MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas) é uma ferramenta fundamental para manejar a resistência dessas invasoras e evitar tais prejuízos.
O que significa a resistência de plantas daninhas a herbicidas?
A resistência é a capacidade de sobrevivência desenvolvida pelas plantas daninhas mediante a aplicação de um determinado herbicida, sendo que essa mesma espécie era, antes, suscetível. Atualmente, existem mais de 50 plantas daninhas resistentes a herbicidas no Brasil (principalmente ao glifosato), como a buva (Conyza spp.), o capim-amargoso (Digitaria insularis) e o azevém (Lolium multiflorum).
Após a introdução de cultivares resistentes ao glifosato, houve uma simplificação no controle de plantas daninhas, pois a utilização desse ingrediente ativo se tornou ainda mais frequente. O uso demasiado e repetitivo desse herbicida nas lavouras, especialmente no sistema soja-milho, levou à seleção de espécies resistentes. Isso dificulta a tomada de decisão sobre o manejo mais adequado e ainda pode tornar o processo mais oneroso.
Como manejar a resistência de plantas daninhas na lavoura?
Recomenda-se a adoção do MIPD, pois essa técnica engloba a utilização conjunta de várias medidas de controle na lavoura. Entre as principais estão:
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rotação de culturas e de mecanismos de ação de herbicidas;
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utilização de plantas de cobertura;
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controle de plantas daninhas em estádios iniciais;
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adoção de sementes certificadas e livres de contaminação;
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controle de plantas daninhas em beiras de estradas;
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limpeza de maquinários e implementos;
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monitoramento e controle de escapes;
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aplicação de herbicidas em doses e épocas recomendadas.
A integração de todas essas medidas é fundamental para que o produtor tenha sucesso no manejo de plantas daninhas. Conheça melhor algumas delas.
Rotação de culturas e de herbicidas
A adoção dessa prática contribui para o manejo de plantas daninhas, permitindo que o produtor utilize herbicidas com mecanismos de ação variados e em diferentes épocas do ano. Além disso, algumas culturas liberam substâncias alelopáticas distintas, que prejudicam a germinação e/ou o desenvolvimento inicial de algumas espécies de invasoras.
Outro ponto importante é incluir, no programa de manejo, soluções com ingredientes ativos de diferentes grupos químicos, para alternar os mecanismos de ação e, consequentemente, garantir maior eficiência no controle de espécies resistentes a determinadas moléculas.
Cobertura do solo
O mesmo é válido para a utilização de plantas de cobertura na entressafra. Além da alelopatia, essas plantas mantêm o solo coberto, o que desfavorece a germinação das invasoras, principalmente daquelas que dependem de luz para germinar (chamadas plantas fotoblásticas positivas), como é o caso da buva.
Controle de plantas pequenas
Outra medida importante é o controle de plantas daninhas em estádios iniciais, quando são mais sensíveis aos herbicidas. Além disso, é fundamental que o controle ocorra antes da produção de sementes, visto que a maioria das espécies de daninhas apresenta o período de dormência, ou seja, as sementes produzidas podem ficar inativas no campo meses a fio, vindo a germinar muito tempo depois da suposta efetivação do controle, isso faz com que o produtor tenha problemas por várias safras e não apenas na seguinte.
Algumas práticas, a exemplo o manejo antecipado, mostram-se extremamente eficientes, uma vez que dão condições para que o controle de diversas espécies de invasoras ocorra quando ainda estão nos estádios iniciais de desenvolvimento.
MIPD constante
Conclui-se, assim, que o MIPD é essencial para a produção agrícola, devendo ser praticado o ano todo e não apenas na época que antecede à semeadura das culturas de interesse comercial. Além disso, a ausência de novos herbicidas com mecanismos de ação inéditos, somada ao crescente número de casos de plantas daninhas resistentes, exige que os agricultores sejam proativos e adotem o MIPD para a garantia da lucratividade e sustentabilidade das lavouras.
Na cultura do milho, a adoção do MIPD é altamente recomendada – principalmente neste momento, em que o mercado está aquecido e praticando ótimos preços. Portanto, integrar as melhores práticas de manejo com a escolha de soluções eficientes é uma estratégia fundamental para um melhor desenvolvimento da lavoura.
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