Redução do rendimento de grãos e perdas financeiras são assuntos que fazem arrepiar qualquer sojicultor, produtores rurais que enfrentam o desafio de fornecer um dos principais produtos de exportação do Brasil. A soja brasileira está tão bem requisitada, que se decidiu aumentar a área nacional dedicada à cultura para a safra 2022/23 a fim de alavancar a produção. Essa ação, no entanto, pode levar ao aumento da pressão de manchas e ferrugem, doenças que apresentam alto potencial de dano e diminuem a produtividade e a qualidade do grão.

Como maior produtor de soja do mundo desde 2020, manejo integrado, acesso a tecnologias de ponta e tomadas de decisão com base em dados técnicos é o que permite que o Brasil siga na liderança, produzindo de maneira cada vez mais sustentável esse grão tão importante nos setores alimentício e de combustível. Ao mesmo tempo, um olhar atento ao comportamento das doenças aponta que a mancha-alvo e a ferrugem-asiática avançam pelas regiões produtoras de soja, dificultando que o produtor alcance melhores produtividades.

Entender por que isso acontece e como evitar que os patógenos coloquem em risco a rentabilidade e as metas de produção é uma tarefa que precisa ser revisitada a cada início de um novo ciclo, para que seja possível revisar estratégias de manejo realmente potentes no controle das doenças da soja.

Por que as doenças da soja estão avançando?

A partir de uma comparação entre as safras, especialistas observam um avanço na incidência de patógenos que causam danos à cultura da soja. Ao longo do tempo, a mancha-alvo, por exemplo, que antes era considerada secundária, passou a ser uma doença primária na sojicultura, visto o aumento de sua importância quanto à pressão, presença e potencial de danos da doença.

De maneira semelhante, a ferrugem-asiática, que sempre foi vista com maus olhos por ser uma doença de grande impacto na produção da cultura, também tende a pressionar cada vez mais a produtividade para baixo, uma vez que se demonstra mais agressiva e mais onipresente a cada nova safra.

Em primeiro lugar, esse fato pode ser avaliado como uma consequência do aumento da intensidade de produção, afinal, quanto mais plantas hospedeiras, melhores as condições dos fungos para se reproduzir e aumentar suas populações.

Essa é uma causa que não se pode contornar, afinal, a demanda externa pela soja brasileira faz com que seja necessário um aumento crescente do volume de produção. Ainda assim, estratégias como o vazio sanitário, rotação da soja com culturas não hospedeiras e uso de cultivares resistentes aos patógenos visam frear a multiplicação das populações.

Ainda assim, é preciso um manejo integrado que dê conta da totalidade do problema, sendo o controle químico de doenças uma das ações que estrutura a estratégia para elevar a produtividade da soja. Acontece que, como organismos altamente adaptáveis e de ciclo de vida curto, os fungos desenvolvem-se de maneira seletiva aos princípios ativos e mecanismos de ação dos fungicidas.

Isso significa que populações de fungos menos sensíveis aos fungicidas seguem dominando as lavouras de soja ao longo das safras, tornando ineficazes as soluções que antes entregavam bons resultados. Dessa forma, rotacionar os ativos para o controle das principais doenças da soja é outra estratégia para evitar a continuidade de seu avanço.

Para tanto, é preciso começar pelo início: conhecer as doenças e o comportamento dos patógenos. É esse o caminho para identificá-las, reconhecer se estão ou não sob controle e definir qual produto permite um manejo potente contra as doenças.

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Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi)

FERRUGEM

Folha de soja com sintomas de ferrugem-asiática. Fonte: Mais Agro, 2022.

Considerada a principal doença da cultura da soja no Brasil atualmente, a ferrugem-asiática apresenta uma severidade de danos que podem variar entre 10% e 90%, a depender das condições ambientais e da eficiência do manejo. O clima ideal para a reprodução e a disseminação do patógeno – fungo da espécie Phakopsora pachyrhizi – é a recorrência de chuvas moderadas e de temperaturas amenas, o que oportuniza a elevação da quantidade de esporos.

O P. pachyrhizi é um fungo do tipo biotrófico, que sobrevive a partir de tecidos vegetais vivos e consegue parasitar uma ampla variedade de plantas da família Fabaceae, tal como a soja. Dessa forma, medidas de manejo que mantém a área livre de plantas hospedeiras são positivas para reduzir o inóculo do patógeno. Ainda assim, o que se verifica de maneira geral nas lavouras de soja pelo Brasil é que esses métodos apenas atrasam a incidência da ferrugem-asiática, que vem sendo notada nas lavouras de forma tardia, reduzindo a necessidade de controle químico, mas não o eliminando.

Os sintomas e danos que a ferrugem-asiática causa nas lavouras são:

  • pequenas lesões foliares de coloração escura;
  • presença de estruturas reprodutivas (urédias) do fungo na face abaxial da folha;
  • manchas de coloração castanha na região das urédias, que se tornam amareladas e causam a queda das folhas;
  • má formação de vagens, comprometendo o enchimento dos grãos.

A ferrugem-asiática influencia a rentabilidade do produtor rural tanto no que diz respeito ao custo de produção quanto pelas perdas de produtividade, pois interfere no peso final dos grãos de soja. Os maiores danos são percebidos quando a doença incide durante a fase reprodutiva das plantas, situação em que o manejo com fungicidas deve ser feito rapidamente para não interferir na formação das vagens.

Por sua ocorrência tardia, o uso de cultivares precoces e a semeadura antecipada (dentro da janela de plantio) são ações que reduzem os danos à soja, embora não resolvam a questão do avanço da doença ao longo das safras. Para isso, uma estratégia que vem demonstrando bons resultados é a intercalação de ingredientes ativos e mecanismos de ação de fungicidas, além da escolha de produtos com boa performance contra um amplo espectro de doenças.

O patógeno da ferrugem-asiática vem apresentando resistência aos principais modos de ação dos fungicidas, embora produtos com triazóis que funcionam como inibidores da biossíntese do ergosterol possam apresentar maior eficiência, pois não estão entre os grupos químicos que já sofreram a seletividade das populações de P. pachyrhizi.

Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)

FERRUGEM

Folha de soja com sintomas de mancha-alvo. Fonte: Mais Agro, 2022.

Identificada no Brasil pela primeira vez em 1976, nos Estados do Paraná e de São Paulo, a mancha-alvo não precisou de muitas temporadas de cultivo de soja para se alastrar pelas outras regiões produtoras. De início, foi considerada uma doença secundária, sendo notada somente no final do ciclo, a partir de sintomas não muito severos.

O avanço da doença criou um novo cenário para os dias atuais, tornando-a uma das principais doenças da soja, merecendo atenção redobrada na safra 2022/23. O fungo causador da mancha-alvo, Corynespora cassiicola, é do tipo necrotrófico, de maneira que, diferentemente do patógeno da ferrugem-asiática, não exige tecidos vegetais vivos para sobreviver.

Assim, está presente em restos culturais, podendo infectar as plantas logo nos estádios iniciais de desenvolvimento. A alta capacidade de dispersão dos esporos faz com que a população do fungo aumente rapidamente e alcance vasta área de cultivo em pouco tempo. Além disso, infecta também as sementes e dissemina-se a partir delas.

Considerada uma doença de difícil controle, a mancha-alvo tem-se apresentado cada vez mais severa, com danos que podem reduzir a produção em até 40%. A característica necrotrófica do patógeno dificulta o manejo a partir de tratos culturais, sendo o controle químico o mais viável na maioria das situações, com resultados positivos em impedir a desfolha causada pela doença, aumentar o índice de área verde e a massa dos grãos.

O C. cassiicola incide em uma ampla diversidade de cultivos e ataca diversas estruturas das plantas, podendo sobreviver nas hastes, raízes, folhas e sementes, além de ser capaz de se manter em áreas de pousio por cerca de dois anos.

Em condições de temperatura e umidade elevadas, a incidência da mancha-alvo nas folhas de soja é favorecida, desenvolvendo os seguintes sintomas e danos:

  • lesões nas folhas, com pontuações pardas de halo amarelado, que evoluem para grandes manchas em forma de círculo, de tonalidade castanha, com até 2 cm de diâmetro. A pontuação escura no centro da mancha torna-a semelhante a um alvo;
  • desfolha severa, em situação de alta infestação;
  • fungos liberam toxinas que levam à morte das células vegetais;
  • manchas nas hastes e vagens;
  • o fungo pode infectar as raízes e causar apodrecimento das estruturas radiculares.

A maior ocorrência da mancha-alvo acontece na fase de florescimento da cultura, embora possa incidir em qualquer momento, especialmente em áreas com histórico de infecção pela doença. Nesses casos, são verificadas situações de resistência do patógeno aos principais ativos fungicidas do mercado.

Dessa maneira, a rotação de culturas não hospedeiras (como o milho) e a alternância ou a combinação de princípios ativos e modos de ação são duas medidas que apresentam resultados de controle superiores, inclusive na redução dos inóculos nas safras subsequentes.

Potência de controle de ferrugem-asiática e mancha-alvo

Diante da crescente necessidade de ativos fungicidas de alta performance para evitar a maior incidência e a seleção dos patógenos responsáveis pela ferrugem-asiática e pela mancha-alvo, o fungicida Mitrion® foi lançado em 2021, a fim de oferecer potência de controle contra as principais doenças da soja.

O produto combina dois princípios ativos com modos de ação distintos, de maneira a driblar a resistência dos fungos e blindar a soja contra as doenças, resultando na diminuição dos danos, na proteção do rendimento e da qualidade dos grãos, além da redução populacional do patógeno e das perdas financeiras na safra vigente e nas safras futuras.

Mitrion® é composto por solatenol, um ingrediente ativo do grupo químico das carboxamidas, que age como inibidor de succinato desidrogenase, e por protioconazol, do grupo químico dos triazóis, com modo de ação de inibição da biossíntese do ergosterol.

Com tais características, consegue controlar com potência essas duas doenças tão distintas entre si, mas que causam prejuízos elevados, podendo comprometer toda a safra e arriscando a rentabilidade do sojicultor.

INFO

As informações acima colocam essas duas doenças como desafiadoras para o sojicultor. No entanto, Mitrion® apresenta eficiência de controle por conta de sua composição e formulação inovadoras, além de oferecer o melhor efeito preventivo e curativo, algo essencial para reduzir as populações dos patógenos e proteger as plantas contra os danos causados pelas doenças.

A formulação moderna de Mitrion® conta com a tecnologia Empowered Control, que possibilita a potencialização da fixação e da absorção do produto na planta, resultando em uma ação imediata contra as doenças da soja. É recomendável que o produto seja posicionado a partir do pré-fechamento das entrelinhas (até 70 dias após a emergência da cultura).

A dose ideal de aplicação é 450 ml/ha, com reaplicação para efeito curativo somente após 14 dias a partir da primeira pulverização. Para um efeito de controle superior, é importante que Mitrion® seja posicionado em combinação com um multissítio de qualidade, como Bravonil®, podendo também ser aplicado em mistura com produtos à base de mancozebe.

A potência do produto é elevada quando respeitadas as boas práticas de manejo, com aplicações em temperaturas amenas, em condição de alta umidade relativa do ar (acima de 70%) e de baixa velocidade do vento. Faz-se relevante ainda evitar misturas de tanque com adubos foliares, especialmente os nitrogenados. Além de não haver a necessidade de adição de óleos, pois a solução já apresenta adjuvantes em sua composição

No vídeo a seguir, há mais informações técnicas sobre Mitrion® que devem ser consideradas para a melhor performance de controle:

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