O cuidado com as lavouras de café é constante e demanda um trabalho intenso dos cafeicultores, que precisam cuidar de cada detalhe durante todo o ciclo da cultura. O caminho para alcançar altas produtividades é longo e passa por diversas práticas que visam extrair o máximo potencial produtivo da lavoura. Entre as práticas, o cuidado com pragas e doenças é fundamental, visto que podem desencadear perdas severas de produtividade.

Entre as inúmeras pragas e doenças que atacam a lavoura do café e causam prejuízos ao produtor, o bicho-mineiro e a ferrugem-do-cafeeiro são duas das principais. Acompanhe este artigo para saber como identificá-las e qual manejo adotar para proteger a sua lavoura.

  • Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella)

Vamos começar com uma curiosidade: o nome bicho-mineiro se dá por conta de que a praga ataca minando as folhas, sendo que essas minas são responsáveis por diversos danos à cultura.

O bicho-mineiro é considerado a principal praga da cafeicultura. Na fase adulta, é uma mariposa que tem hábitos noturnos e oviposita nas folhas dos cafeeiros. Após a eclosão, as lagartas penetram na folha, construindo minas e galerias.

Após a fase larval, quando deixam de se alimentar das folhas, as lagartas abandonam as minas e descem para o terço inferior da planta, onde transformam-se em crisálidas e casulos, que ficam protegidos por fios de seda em forma de “X”.

Infográfico

Após alguns dias, surgem as mariposas, que, durante o dia, abrigam-se na face inferior das folhas e na parte interior das plantas, para que, ao anoitecer, saiam para fazer a oviposição, iniciando o ciclo de vida do bicho-mineiro novamente.

Danos: segundo estudo feito pela Embrapa (2020), o bicho-mineiro pode gerar perdas de até 70% na produção, implicando diretamente na qualidade dos grãos. Considerada uma das pragas mais severas do café, os insetos, em sua fase larval, se alimentam do mesofilo foliar, causando a necrose. Essas lesões fazem com que a folha tenha sua capacidade fotossintética reduzida e, em altas infestações, podem levar a uma grande desfolha, capaz de impactar de maneira significativa a produtividade – tanto na safra vigente quanto na safra seguinte.

O MIP (Manejo Integrado de Pragas) estabelece as principais medidas que devem ser adotadas no manejo da praga. Nessa linha, duas delas são de fundamental importância:

  • Monitoramento: pode ser realizado de maneira tradicional, com a contagem de folhas minadas, ou por amostragem das mariposas, através de armadilhas distribuídas pela lavoura.

  • Controle químico: é a principal medida para controle do bicho-mineiro, porém, demanda um conjunto de estratégias que visam diminuir a pressão populacional do inseto e proteger a planta de maneira preventiva.

Se após o monitoramento forem verificadas minas e presença de pupas, é necessário optar pela aplicação de soluções com efeito de choque, que vão auxiliar no controle das mariposas, impedindo um novo ciclo da praga.

Vale destacar, porém, que o melhor manejo é o preventivo. Nesse sentido, é recomendada a utilização de produtos via aplicação de solo, que vão proporcionar uma maior proteção à lavoura. Na sequência, aplicações foliares são recomendadas para proteger a lavoura nas possíveis janelas de entrada do bicho-mineiro, impedindo o aumento do número de gerações.

Outro ponto relevante é prezar pela alternância dos grupos químicos para evitar a seleção de indivíduos resistentes e/ou tolerantes aos produtos utilizados.

É fundamental que o cafeicultor utilize os melhores produtos e saiba o posicionamento de cada um deles, considerando as características da praga, a época do ano e o momento em que está a cultura.

  • Ferrugem-do-cafeeiro (Hemileia vastatrix)

Apontada como uma das doenças mais recorrentes na cafeicultura, a ferrugem-do-cafeeiro tira o sono do produtor, pois, quando não controlada de maneira adequada, causa uma intensa desfolha, ocasionando a redução da taxa fotossintética da planta e, consequentemente, diminuindo a produtividade da lavoura.

Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a doença evolui em função das condições climáticas – temperaturas amenas e alta umidade. Inicialmente, não é possível detectar alterações aparentes na planta, mas, com o decorrer do tempo, o fungo começa a se reproduzir e esporular. A disseminação dos esporos na lavoura ocorre pelo vento e por respingos de água das chuvas.

Folha de café doente

Danos: quando as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da doença, as perdas podem chegar a 35%. Contudo, essas perdas podem ser ainda maiores, quando coincidem com períodos de estiagem.

Fique atento às características da ferrugem para identificá-la na lavoura: desfolha da planta e a presença de uma massa pulverulenta de esporos com coloração amarela/alaranjada na face inferior das folhas.

O manejo preventivo por meio do controle químico é uma das principais medidas para controlar a ferrugem-do-cafeeiro, mesmo quando não há manifestação aparente da doença. O uso de produtos sistêmicos é extremamente eficaz no controle da ferrugem, porém, essas soluções necessitam que as plantas estejam fisiologicamente ativas, o que pode não acontecer em situações climáticas como tempo seco e temperaturas elevadas.

O engenheiro agrônomo da Syngenta, Luiz Fernandes, explica como o manejo preventivo pode ser realizado tanto no controle do bicho-mineiro quanto da ferrugem-do-cafeeiro.

Acompanhe, a seguir, o quadro Café com TV – Syngenta Responde e saiba como proteger sua lavoura dessas ameaças que podem prejudicar o desenvolvimento da cultura.

 

Para que o cafeeiro tenha um desenvolvimento saudável durante todo o ciclo, é necessário um manejo adequado com o uso das melhores soluções, extraindo o máximo em produtividade. Conheça o portfólio de produtos completo da Syngenta e supere os desafios diários do campo.

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Redação Mais Agro