O avanço das tecnologias biológicas no agronegócio brasileiro tem fortalecido o conceito de manejo integrado de doenças. O uso de biofungicida no controle de crestamento-foliar-de-cercospora, por exemplo, tem ganhado protagonismo nas estratégias de manejo da soja, à medida que os desafios fitossanitários exigem soluções mais sustentáveis e integradas.
Essa abordagem se mostra cada vez mais essencial diante de desafios, como a resistência fúngica e os impactos climáticos sobre o comportamento de patógenos. Embora o controle químico continue sendo uma ferramenta importante no manejo, é notório que apenas sua aplicação não é mais suficiente para garantir a sanidade da lavoura.
Isso ocorre por fatores específicos, como a variabilidade genética dos patógenos, a sensibilidade reduzida a ingredientes ativos e a dificuldade de atingir uniformemente os alvos biológicos em determinadas fases da planta. Diante disso, os biofungicidas, como os à base de Bacillus spp., surgem como aliados estratégicos na construção de um sistema de proteção mais robusto e equilibrado.
Nesse artigo, exploraremos como o uso de biofungicida no controle de crestamento-foliar-de-cercospora ajuda a fortalecer o manejo, com foco especial nos mecanismos de ação das bactérias do gênero Bacillus e sua integração ao manejo convencional. Confira!
O que é o crestamento-foliar-de-cercóspora na soja e por que usar biofungicidas no controle?
O crestamento-foliar-de-cercóspora é causado principalmente por Cercospora kikuchii e afeta diversas partes da planta, como folhas, hastes, vagens e sementes. Na soja, a doença se manifesta por meio de lesões foliares com coloração castanho-avermelhada e bordas difusas, podendo evoluir para desfolha precoce e aparecimento da conhecida mancha-púrpura da semente.

Cercospora kikuchii: sementes de soja apresentando coloração púrpura no tegumento (mancha púrpura)
Quando não manejado corretamente, o crestamento-foliar-de-cercóspora pode comprometer significativamente a fotossíntese da soja, reduzir o enchimento de grãos e antecipar a maturação fisiológica, afetando diretamente o rendimento da lavoura. Em condições favoráveis ao patógeno – como alta umidade, temperaturas elevadas e longo período de molhamento foliar – as perdas podem ultrapassar 30%.

Diante da pressão de seleção sobre fungicidas químicos e da necessidade de soluções mais sustentáveis, o uso de biofungicidas no controle de crestamento-foliar-de-cercóspora surge como uma ferramenta indispensável no manejo integrado de doenças da soja (MIP).
Como o biofungicida atua no controle de Cercospora kikuchii?
Os biofungicidas, em especial os que utilizam cepas de Bacillus, como REVERB®, têm mostrado eficácia no controle biológico de doenças foliares na soja, como o crestamento-foliar-de-cercóspora. Seu modo de ação é múltiplo:
- Competição por espaço e nutrientes: os Bacillus colonizam a superfície foliar e a rizosfera, impedindo a instalação do patógeno.
- Produção de compostos antifúngicos, como lipopeptídeos (iturinas, fengicinas e surfactinas), que rompem a membrana celular dos fungos.
- Ativação de mecanismos de defesa: induzem a resistência sistêmica adquirida (SAR) e a resistência sistêmica induzida (ISR), fortalecendo a resposta imunológica da planta. Essa resposta, além de reduzir a infecção direta, também fortalece a planta contra outros agentes causadores de doenças de final de ciclo (DFCs), como Corynespora cassiicola e Septoria glycines.
- Formação de biofilmes protetores: dificultam a aderência e agerminação dos esporos de Cercospora kikuchii na superfície das folhas.
Essas características tornam os biofungicidas agentes eficazes não só no controle direto, mas também na prevenção de novas infecções e na manutenção da sanidade do agroecossistema. Ao reduzir a esporulação e limitar a disseminação de esporos de Cercospora kikuchii, o biofungicida atua como uma barreira biológica que reduz o inóculo secundário na lavoura. Isso diminui a progressão da doença no campo e o risco de reinfecção durante o ciclo da cultura.
As cepas de Bacillus subtilis, Bacillus velezensis e Bacillus pumilus, utilizadas em produtos como REVERB®, apresentam mecanismos de ação complementares e potencializados quando aplicadas em sinergia.
Benefícios técnicos da ação do biofungicida sobre Cercospora kikuchii:
- redução da severidade das lesões foliares;
- menor desfolha e maior retenção foliar;
- redução da incidência de crestamento-foliar-de-cercóspora;
- incremento na produtividade da soja;
- sustentação da eficácia dos fungicidas químicos em programas de rotação e associação.
A combinação desses mecanismos transforma o biofungicida no controle de crestamento-foliar-de-cercóspora em uma das estratégias mais modernas e eficazes para o manejo da doença na soja, com impacto direto sobre a produtividade, a sanidade da lavoura e a longevidade das tecnologias de proteção.
A integração de biológicos com o manejo químico é o caminho mais eficiente
O controle de C. kikuchii deve ser pensado como um sistema de múltiplas camadas. A alternância e a associação entre fungicidas químicos e produtos biológicos potencializam os efeitos de ambas as ferramentas.
Estudos de campo demonstram que a aplicação sequencial de Bacillus spp. com fungicidas sistêmicos resulta em redução significativa da severidade do crestamento-foliar-de-cercóspora, além de ganhos consistentes em produtividade.
Mais do que complementaridade, a integração entre essas tecnologias representa uma estratégia de longo prazo para:
- reduzir a pressão seletiva sobre os fungicidas;
- proteger a vida útil das moléculas químicas;
- diminuir o risco de resistência do patógeno;
- estimular o equilíbrio biológico da lavoura.
A adoção de biofungicidas deve seguir recomendações técnicas de posicionamento, dose e momento ideal de aplicação. É fundamental que o produtor compreenda que a eficiência dos biológicos está diretamente ligada a sua aplicação correta e dentro de um sistema de manejo.
REVERB®: biofungicida com Bacillus no controle de crestamento-foliar-de-cercóspora
Dentre as soluções biológicas disponíveis, REVERB® se destaca como um fungicida microbiológico de alta performance. Desenvolvido pela Syngenta Biologicals, o produto combina três espécies de Bacillus com ação comprovada sobre doenças foliares, como o crestamento-foliar-de-cercóspora:
- Bacillus subtilis (SVG00045-B)
- Bacillus velezensis (SVG00047-B)
- Bacillus pumilus (SVG00046-B)
Sua formulação em suspensão concentrada (SC) foi projetada para uso foliar em soja e apresenta compatibilidade com os principais fungicidas químicos do mercado. Isso permite que REVERB® seja facilmente incorporado ao manejo atual, sem exigir mudanças drásticas na operação do produtor.
REVERB® atua nas três fases críticas do ciclo da doença:
- antes da infecção, colonizando a folha e formando barreira protetora;
- durante a infecção, interferindo no estabelecimento do patógeno;
- após a infecção, promovendo regeneração e defesa da planta
Com aplicações estratégicas durante o ciclo da cultura, REVERB® reduz a severidade das lesões, diminui a carga de inóculo na lavoura e melhora a performance de outras tecnologias aplicadas.
Adotar um biofungicida no controle de crestamento-foliar-de-cercóspora é mais do que seguir uma tendência sustentável – é aplicar uma estratégia técnica inteligente que amplia a proteção da lavoura, melhora o equilíbrio biológico do solo e assegura maior estabilidade produtiva ao longo dos anos.
Com REVERB®, o produtor responde aos desafios atuais antecipando o futuro do manejo fitossanitário, fortalecendo, assim, o sistema produtivo com soluções inovadoras, eficazes e ambientalmente responsáveis.
Se o seu objetivo é uma lavoura de soja mais resiliente, mais produtiva e com maior retorno sobre o investimento, REVERB® é o parceiro certo do seu manejo.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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