A safra de algodão 2022/23 promete elevar os resultados em comparação com a safra anterior e oferecer boas oportunidades de negócios para os produtores rurais, mantendo o Brasil na meta de ser referência mundial em produção responsável da pluma.
Apesar dos preços da commodity em queda, a colheita do algodão avança, mostrando boa produtividade na maioria das regiões produtoras do país. Com baixa taxa de precipitação em junho, foi possível proteger a qualidade das fibras no final do ciclo, ainda que o controle do bicudo-do-algodoeiro nessa fase continue a ser um desafio.
Conforme a colheita do algodão se intensifica, as projeções são ajustadas para cima: no início da safra, estimava-se uma produção de 2,8 milhões de toneladas para a pluma; já em julho, esse número subiu para 3,00, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Isso representa o melhor resultado em 20 anos, com perspectivas de superar até mesmo o biênio 2019/20, o único que atingiu tal marca. Elevação da produtividade, aumento de área e condições climáticas favoráveis justificam esse cenário positivo.
Condições das lavouras de algodão na reta final da safra
Em junho, a central de conteúdos Mais Agro fez uma análise completa sobre o cenário do algodão no Brasil para a safra 2022/23, período em que boa parte das lavouras não atingira o ponto de colheita. Ainda assim, já era possível perceber as melhorias em relação à safra anterior.
Já em julho, é possível atualizar os dados. Mesmo que o panorama do mercado continue semelhante ao da última análise, as condições das lavouras mudaram, com boa parte das áreas atingindo maturação, o que acelerou o andamento da colheita do algodão.
Fonte: Fenologia das lavouras, Conab, 31 de julho de 2023.
Pontos de atenção na colheita do algodão
Com 28,4% das áreas colhidas, é possível avaliar mais precisamente os resultados, que vêm confirmando as estimativas iniciais de produção e produtividade. A maioria das regiões produtoras acelera as operações, a fim de conseguir mais flexibilidade nas negociações.
O Estado do Mato Grosso, por exemplo, avançou significativamente na colheita no final de junho, aproveitando a trégua das chuvas e a oportunidade de proteger a qualidade da fibra. O maior produtor de algodão do Brasil estima um aumento satisfatório de produção, com expectativa de colher 2,12 milhões de toneladas, mesmo com a alta incidência de bicudo-do-algodoeiro.
Já a Bahia, que ocupa o segundo lugar em volume no ranking nacional da cotonicultura, demorou a começar a colheita e está com taxa operacional inferior ao mesmo período da safra anterior. Em junho, apenas as áreas de sequeiro já estão sendo colhidas, e as operações nas lavouras irrigadas iniciaram somente em julho.
O Estado sofreu com a falta de chuvas durante todo o ciclo, o que impactou a produtividade em algumas áreas. No entanto, isso não vem impedindo o alcance de resultados acima das expectativas iniciais, o que deixa uma lição para as safras futuras: é importante aproveitar as chuvas no começo da janela de plantio e investir em palhada, para reter a umidade no solo.
Mato Grosso do Sul e Goiás também apresentam um avanço de colheita consideravelmente aquém do esperado para o período. No caso de MS, isso se deve à abundância de chuvas em parte das áreas produtoras. Apesar da temperatura elevada registrada favorecer a maturação, a aplicação de desfolhantes e a colheita, essa condição também faz aumentar a incidência de doenças em lavouras tardias.
O atraso da colheita do algodão em Goiás, por outro lado, esteve relacionado ao clima frio, para além de algumas chuvas fora de época. O restante das regiões apresenta boas condições, e a expectativa é que as operações avancem ao longo do mês de agosto.
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Expectativas para o mercado de algodão
A tendência de queda nos preços da pluma se mantém, o que preocupa os cotonicultores brasileiros, que lidam com um cenário de altos custos de produção. No entanto, a expectativa de safra cheia no país permite uma boa rentabilidade, visto que o mercado externo de algodão está com as portas abertas para o Brasil.
Isso se comprova com a brusca queda na produção dos principais países produtores, como Estados Unidos e Paquistão, gerando maior demanda de exportações para o algodão brasileiro. Outro ponto é que o produto produzido aqui está cada vez mais valorizado, por conta de iniciativas de sustentabilidade e de acordos internacionais, que aumentam as exportações principalmente para a China, um dos grandes compradores.
Balanço dos dados: resultados, expectativas e projeções
As negociações de algodão no primeiro semestre de 2023 não foram tão positivas, devido à crise no setor têxtil, mas a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) prevê melhorias para o segundo semestre, assim como para 2024.
Portanto, entre 2021/22 e 2022/23 houve queda nas exportações e no uso doméstico, além de aumento na produção. Para 2023/24 a projeção é de aumento em todos os números. Conforme o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos):
- 2021/22: resultado de 700 mil toneladas em uso doméstico; 1,7 milhões de toneladas em exportações; e 2,5 em produção.
- 2022/23: estimativa de aproximadamente 695 mil toneladas em uso doméstico; 1,4 mi/ton em exportações; e 2,9 em produção.
- 2023/24: projeção de 700 mil toneladas em uso doméstico; 2,1 milhões de toneladas em exportações; e 2,8 em produção.
O estoque de passagem entre esta safra e a próxima tem vista de se manter elevado (3,4 milhões de toneladas), o que pressiona os preços para baixo. Todavia, com a recuperação da indústria têxtil, há previsão de que o equilíbrio entre oferta e demanda de algodão seja alcançado gradativamente.
Motivos para o aumento dos resultados
O Brasil consegue cada vez mais espaço no mercado de algodão por conta dos resultados das lavouras, que entregam volume crescente de pluma de alta qualidade, em um cenário em que os consumidores finais estão de olho na rastreabilidade da matéria-prima. A sustentabilidade da cotonicultura brasileira chama a atenção da indústria importadora.
Alcançar qualidade e quantidade, no entanto, não é tarefa fácil, em virtude dos desafios climáticos e da pressão de pragas e doenças, que não só reduzem a produtividade, mas também podem prejudicar características importantes da fibra.
Para um manejo consciente dessas ameaças, o segredo está no posicionamento correto de produtos de alta performance. Como se pôde perceber pela análise do andamento da colheita do algodão realizada neste artigo, o bicudo-do-algodoeiro e as doenças fúngicas foram os principais alvos de controle na safra 2022/23.
Nesse processo, conseguem os melhores resultados os cotonicultores que escolhem defensivos de alta eficácia e com características que se alinham às recomendações do manejo integrado. Consequentemente, será essa a produção com mais oportunidades de comercialização.
Há dois produtos de destaque quando o assunto é algodão de alta qualidade e controle de pragas e doenças. O primeiro é POLYTRIN®, inseticida indicado para aplicação aérea contra o bicudo-do-algodoeiro. O segundo é MIRAVIS® Duo, um fungicida novo no mercado, que contém uma molécula exclusiva e inovadora, entregando um maior poder intrínseco de controle contra um amplo espectro de patógenos.
Todas as melhores soluções para o algodão estão disponíveis no portfólio completo da Syngenta, que protege a lavoura em todos os momentos do ciclo da cultura. É esse tipo de desenvolvimento tecnológico que contribui para que a agricultura brasileira continue crescendo, seja qual for o desafio no caminho.
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