Os agricultores que se preparam para mais uma safra de soja devem ter muita atenção no pré-plantio. Se as ações adequadas não forem tomadas, o período pode comprometer a produtividade da cultura. Lagartas polífagas, aquelas que se desenvolvem em diferentes culturas, ficam no sistema e precisam ser manejadas de forma eficaz.
Sendo assim, se necessário, a primeira aplicação de inseticida deve ser feita na palhada, durante o pré-plantio, no período da dessecação. Essa ação auxilia na redução da população de lagartas (devido à falta de alimento para esses insetos).
“Controlar é muito importante. O produtor deve fazer vistorias na palhada e entender que, se houver a presença de pragas, fazendo uma aplicação neste momento, terá uma menor pressão inicial na cultura e consequentemente proteção do estande de plantas”, diz Giorla Moraes, profissional da Syngenta que atua na empresa como gerente de desenvolvimento de inseticidas Brasil.
A realização dessa primeira aplicação é essencial, mas não é suficiente. A engenheira agrônoma explica que é preciso realizar todos os tratos culturais. “O produtor deve ficar atento em todas as fases da cultura, seja no pré-plantio, plantio e desenvolvimento das plantas. Ou seja, independentemente desta primeira aplicação, ele não pode abrir mão do tratamento de sementes e do monitoramento. É esse acompanhamento que vai sinalizar o momento ideal para a entrada dos inseticidas na parte aérea da planta, seja para o percevejo ou para a lagarta”, ressalta Giorla.
Controle de Spodoptera frugiperda
O aumento da incidência da lagarta Spodoptera frugiperda é uma grande preocupação nesta safra que está começando. A praga tem surgido com maior frequência nas lavouras. Ela ataca diferentes culturas, sobretudo milho, soja e algodão. Se ela estiver presente na fase inicial das culturas, tem potencial de cortar as plantas e, assim, reduzir significativamente o estande.
“A melhor maneira de enfrentar o problema é o monitoramento, que vai apontar, caso necessário, a aplicação na parte aérea dos cultivos”, afirma a agrônoma.
No milho, uma referência que deve ser levada em consideração na tomada de decisão para aplicação após a emergência é o monitoramento e pulverização no início da infestação, quando atingir preferencialmente 10% de plantas com folhas raspadas pelas lagartas. Esse é o período de usar um produto eficiente na dessecação e nas pulverizações foliares.
Outra lagarta que preocupa os produtores é a Helicoverpa armigera. Também polífaga, além de muito agressiva, ela pode causar prejuízos em várias culturas. Ela podem estar presente no sistema e causar danos em todas as fases da cultura, desde a inicial até a reprodutiva. O inseto se alimenta de caules e folhas, mas prefere brotos, inflorescências e vagens. Provoca danos tanto na fase vegetativa quanto na reprodutiva.
Ao adotar um manejo correto, o produtor irá garantir uma condição adequada para o desenvolvimento da planta, para a manutenção do estande e para o estabelecimento da cultura. Assim, evita prejuízos de produtividade.
MIP
O MIP (Manejo Integrado de Pragas) também deve ser adotado do pré-plantio à colheita. Ele proporciona uma tomada de decisão segura por meio do monitoramento constante da lavoura e, como consequência, a adoção de uma estratégia eficaz. Por meio das ações integrantes do MIP, o produtor vai saber o local e o momento certos da utilização de inseticida para o manejo de lagartas.
“O monitoramento de pragas na lavoura é fundamental na tomada de decisão. Essa prática determina a situação das pragas na cultura, avalia os danos, talhões e prejuízos que podem estar ocorrendo, e define o momento e o local de aplicação do inseticida. Assim, o produto estará não só sendo mais eficiente, mas também colaborando para um melhor posicionamento, assim o MIP faz todo o sentido”, diz a gerente da Syngenta.
Produção e Parceria: DNAgro (Canal Rural)
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