A soja e o milho são duas culturas de grande importância para o agronegócio brasileiro e contribuem de forma significativa para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de soja do mundo e, no ranking de exportação mundial do milho, encontra-se na segunda posição.
As expectativas de produção da safra verão 2021/2022 eram altas. No entanto, os contrastes climáticos nas diversas regiões produtoras do país interferem na colheita dos grãos, podendo impactar os resultados de produtividade até o início da segunda safra de milho.
Conversamos com o meteorologista da Rural Clima, Alexandre Nascimento, que nos explicou sobre os fatores que interferem nas discrepâncias de condições climáticas em várias localidades e sobre as previsões do clima para o mês de fevereiro. Confira!
Fatores que interferem nos contrastes climáticos nas regiões
As chuvas têm ocorrido com bastante frequência nas regiões Norte, Nordeste e em grande parte do Sudeste e do Centro-Oeste. Por outro lado, choveu pouco no Sul do país, no oeste de São Paulo e no sul do Mato Grosso do Sul.
De acordo com Nascimento, esse contraste é favorecido pela combinação do fenômeno La Niña, ainda que em pequenas proporções, com um Atlântico muito quente na região tropical sul.
Segundo o meteorologista, as previsões indicam que haverá uma breve melhoria nas condições climáticas no mês de fevereiro. “Reduz um pouco o volume no Centro-Norte do país e melhora um pouco no Sul. Mesmo assim, ainda pode chover de forma irregular e abaixo da média na Argentina e no Rio Grande do Sul”, explica.
Como as condições climáticas podem interferir nas projeções das safras de milho e soja?
Conforme indica o levantamento da Conab, as estimativas de produção de soja em Santa Catarina são favoráveis quando comparadas às da temporada passada, que, além de ter sido impactada pela intempéries climáticas, também sofreu com doenças e ataques de pragas. Entretanto, o cenário no Paraná e no Rio Grande do Sul não é dos melhores.
No Rio Grande do Sul, a escassez de chuvas dos últimos meses tem provocado danos no desenvolvimento das plantas, que podem ser notados pelas falhas na emergência e pelo desenvolvimento inicial mais lento e desuniforme.
Já no Paraná, os longos períodos de estiagem afetam os plantios em fases críticas do ciclo, como a floração e o enchimento de grãos.
As condições são similares no Mato Grosso do Sul, uma vez que os agricultores enfrentam um cenário crítico por conta da falta de precipitação e ocorrência de altas temperaturas.
Para a cultura do milho, a insuficiência de chuvas dos últimos meses favorece eventuais quedas no potencial produtivo nos Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.
No Mato Grosso do Sul, por outro lado, as projeções de produção não são tão negativas, visto que a maioria das lavouras de milho encontra-se em municípios menos afetados pelos problemas hídricos.
Nascimento explica que, por conta da quebra no Sul do Brasil e na região sul do Estado do Mato Grosso do Sul, “a perspectiva de safra do milho verão e da soja foi reduzida”. Agora, segundo ele, “ficamos reféns da chuva neste começo de colheita para realmente saber o tamanho da safra”.
O meteorologista ainda chama a atenção para as condições climáticas que podem interferir no processo de logística da safra verão. Conforme elucida, “o clima extremamente úmido em dezembro e em janeiro provocou enormes transtornos em algumas estradas. Além disso, a chuva não dá muita trégua, o que pode provocar estresse na logística dessa safra de verão”.
De acordo com o relatório, esse cenário contribui para que algumas plantas apresentem sintomas de murchamento foliar, sobretudo nos períodos mais quentes do dia. Além disso, em localidades ao sul do Estado, a falta de chuvas resultou em prejuízos ao potencial produtivo da cultura.
Milho safrinha
As perspectivas para a produção do milho safrinha são boas. O último boletim da Conab revela que a produção da segunda safra de milho deve ser de 86,25 milhões de toneladas na temporada.
Apesar das projeções positivas, os produtores se preocupam com as condições climáticas, uma vez que elas podem interferir no plantio de uma maneira difícil de prever.
Em relação a isso, Nascimento afirma que as previsões de fevereiro para a região Sul ainda são preocupantes, sobretudo no Estado do Rio Grande do Sul.
Segundo ele, “apesar de cada vez mais enfraquecido, ainda existe um La Niña, o que faz com que a chuva, especialmente no centro-sul gaúcho, seja mal distribuída e bem abaixo da média”.
Diante dessas circunstâncias, os produtores podem enfrentar sérios desafios nessas localidades, visto que a estiagem pode provocar rendimento inferior nas plantações, redução das reservas de alimentos e baixos níveis de irrigação.
No Centro-Norte do Brasil e no Sudeste, a expectativa é de que o clima favoreça o plantio, uma vez que a previsão é de chuvas “dentro da normalidade, podendo ser acima da média, mas nada comparado à janeiro”, esclarece o meteorologista.
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