Atualizado em agosto de 2023.
Cigarrinha-do-milho, esse nome é conhecido para você? Apesar de soar inofensivo, o estrago que essa praga pode causar na lavoura não tem inocência nenhuma. Com cerca de meio centímetro e apresentando difícil controle, esse inseto pode ser responsável pela redução de até 70% da produtividade da cultura do milho.
Para enfrentar esse inimigo, é preciso atenção e preparo. Afinal, a praga, que é considerada hoje uma das principais ameaças ao milho, pode aparecer em diferentes estádios da lavoura.
Considerada vetor de transmissão da risca-do-milho (Maize Rayado Fino Virus), a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidi) também pode causar o enfezamento pálido e vermelho na lavoura de milho.
O resultado? Lavouras com pouco desenvolvimento e baixa nutrição das plantas, o que acarreta em menor produção de grãos.
Milho: cultura em crescimento
A cultura do milho vem em grande ascensão no Brasil nos últimos anos e pragas como a cigarrinha-do-milho podem comprometer a produção. De acordo com o 10º Levantamento de Grãos realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em julho de 2023, a produtividade de milho safrinha deve atingir, na safra 2022/23, cerca de 127.767 mil toneladas, o que corresponde a 12,9% a mais que a safra anterior.
O país está entre os principais produtores do grão no mundo, ocupando hoje a 3º posição do ranking dos países exportadores de milho. Ainda segundo a Conab, a demanda interna deve girar em torno de 79,4 milhões de toneladas de milho da safra 2022/23, ou seja, um aumento de 6,6% comparativamente à safra anterior.
Já nas exportações, a demanda de outros países para o milho brasileiro segue aquecida, com a estimativa de que 48 milhões de toneladas sejam destinadas ao mercado externo. Além disso, há a previsão de que o estoque de milho da safra 2023/24 deverá ser de 10,3 milhões de toneladas, resultando em um aumento de 27,6% em relação à safra anterior.
No entanto, os registros de aumento da cigarrinha-do-milho nas últimas safras ligam o alerta dos produtores que vivenciam esse bom momento da cultura e deixam claro que proteger as lavouras e combater pragas como a cigarrinha-do-milho são práticas essenciais para que o país continue se destacando.
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Cigarrinha-do-milho é de difícil controle
De cor branco-palha, podendo apresentar-se levemente acinzentada, a cigarrinha-do-milho se alimenta da seiva da planta e põe seus ovos sob a epiderme da folha. Considerada uma praga de difícil controle, pode dizimar grandes extensões de áreas de cultivo devido à facilidade de sua migração.
Sozinha, a cigarrinha-do-milho não causa grandes prejuízos, no entanto, se estiver infectada, pode destruir a lavoura. Essa infecção acontece quando o inseto se alimenta de uma planta contaminada e, após um período de incubação, se alimenta de uma outra planta.
Quando isso ocorre, ao atacar o milho, o inseto transmite doenças por meio dos moliculites, bactérias que causam os enfezamentos pálidos (causado por espiroplasma) e vermelho (fitoplasmas).
- Enfezamento pálido: os sintomas mais característicos dessa doença são estrias esbranquiçadas irregulares na base das folhas, que se estendem em direção ao ápice. Além disso, pode causar o amarelecimento das plantas e, nas folhas apicais, podem surgir áreas avermelhadas. Dessa forma, as plantas se tornam raquíticas devido ao encurtamento dos entrenós, podendo haver uma proliferação de espigas pequenas e sem grãos.
- Enfezamento vermelho: as plantas apresentam sérios problemas no desenvolvimento, ficando com menor altura e folhas intensamente avermelhadas, chegando a ser púrpura quando ficam mais velhas. Outra característica é o perfilhamento na base da planta e nas axilas foliares, prejudicando o enchimento de grãos e causando a seca precoce das plantas.
Uma das práticas essenciais para detectar a presença da cigarrinha-do-milho é o monitoramento constante.
Características e cenário favorável à infestação da cigarrinha-do-milho
As altas temperaturas têm grande influência na infestação. Abaixo de 20°C, por exemplo, não há eclosão das ninfas. No entanto, é importante ressaltar que os ovos permanecem vivos.
Já em temperaturas mais altas, as ninfas eclodem, dando início à invasão. Com isso, plantações semeadas mais tardiamente, em especial as lavouras do milho safrinha, se tornam cenários mais favoráveis para o ataque.
Em cerca de 27 dias, a cigarrinha-do-milho completa seu ciclo biológico, e pode dar origem a uma média de 5 a 6 gerações por ano, dependendo da temperatura da região.
Geralmente, essa praga atinge a lavoura com maior intensidade nos estágios iniciais. Depois, migra para outras plantações nas fases de reprodução e colheita.
Como combater a cigarrinha-do-milho?
Estudos apontam que o combate à cigarrinha-do-milho depende de uma série de estratégias combinadas. Isso porque o manejo de modo isolado já se mostrou ineficiente para o controle da praga.
Além do Tratamento de Sementes, que proporciona uma proteção inicial contra cigarrinhas e outros insetos, o monitoramento constante da lavoura também é necessário. Aplicações foliares de inseticidas com base na amostragem da população da praga também são indicadas, podendo ser feitas cerca de 40 dias após a germinação, se estendendo até o pendoamento.
A eliminação das “tigueras” – nome dado ao milho voluntário que fica nas lavouras durante todo o ano – é outra estratégia eficaz no manejo da cigarrinha. Isso porque o milho é o principal hospedeiro dessa praga e, ao eliminar as essas plantas, o produtor está retirando de sua lavoura possíveis fontes de alimento e, consequentemente, impedindo a reprodução do inseto.
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