Os EUA são um dos principais países produtores de grãos do mundo, e as expectativas para uma nova safra de soja com bons resultados tem agitado o mercado internacional. Isso porque, apesar da previsão de uma supersafra para 2022/23, algumas regiões norte-americanas sinalizam preocupação com o clima, atrasando o início do plantio.
Além disso, a crise de falta de insumos e o alto valor nos custos de produção atingem toda a cadeia, que fica atenta a um possível problema de oferta de alimentos frente à demanda mundial.
Somado a isso, o tempo seco em algumas áreas produtoras do Brasil gerou uma quebra de safra que pode ocasionar falta de grãos para exportação e valorizar os preços da soja norte-americana no mundo.
Cenário para safra 2022/23 nos EUA
A safra 2022/23 dos EUA já começou com projeção de crescimento de 3,9% da área plantada de soja frente à 2021/22 em detrimento da área de milho, mesmo com os valores atrativos do cereal no mercado.
Isso porque a soja apresenta menor risco e menor custo de produção e, diante de um cenário de incertezas, os EUA optaram por investir na produção de oleaginosa, já que a expectativa de safra cheia pode ser uma realidade.
Para se ter uma ideia, com a seca da América do Sul e o impacto indireto via óleo vegetal acentuado pelos acontecimentos na guerra da Ucrânia, houve um aumento nos preços da soja no mercado internacional, com o primeiro vencimento de abril atingindo a casa de USD 16,37/bushel na CME.
A tendência é de crescimento ainda maior nesses preços, uma vez que os Estados Unidos são o primeiro país produtor a sentir o forte impacto nos custos de produção com a alta nos valores de insumos.
Além disso, mesmo com a previsão de uma supersafra, há tensão sobre os estoques globais, pois as projeções apontam que a produtividade dentro do que se considera ideal ainda não será suficiente para atender à demanda mundial de grãos.
Diante dessas projeções de atraso no plantio por conta do clima, uma redução na expectativa de produção norte-americana pode agravar ainda mais a crise em todo o mundo.
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Brasil: qual a expectativa para a safra 2022/23?
O fenômeno La Niña, que chegou ao Brasil no fim de 2021, provocou sérios prejuízos nas lavouras da região Sul, onde muitos produtores registraram quebra de safra ou produtividade abaixo do esperado. Além disso, as chuvas que retornaram no final de abril causaram uma possível paralisação na colheita.
Já finalizando a colheita da safra 2021/22, a soja brasileira tem produção prevista em 122,4 milhões de toneladas, uma redução de 11,4% em relação à safra anterior, com exportações reduzidas e estimadas em 77 milhões de toneladas.
De acordo com a conjuntura semanal do dia 25 a 29 de abril, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção brasileira, em 2021, atingiu 138,15 milhões de toneladas e as exportações chegaram a 86,11 milhões. Essa queda favorece maior demanda exportadora para os Estados Unidos, o que gera uma sustentação nos preços, pois os estoques de passagem americanos estão baixos.
Para 2022/23, as incertezas climáticas e o elevado custo de produção podem afetar a produtividade das lavouras de soja no país, que iniciam a semeadura a partir de setembro. Outro fator é que a projeção de crescimento da área plantada será de apenas 1,8%, enquanto na safra 2021/22 o aumento foi de 4,1%. Isso se deve às inseguranças encontradas no atual cenário mundial.
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