A soja é uma das culturas agrícolas mais relevantes do mundo, visto que desempenha um papel essencial na economia brasileira. É uma matéria-prima importante para a produção de biocombustíveis e para a formulação de ração animal, além de ser utilizada na alimentação humana, principalmente na elaboração de óleos vegetais. 

Este artigo abordará os principais aspectos da produção de soja, explorando brevemente suas etapas de cultivo e a relevância econômica da sua cadeia produtiva para o Brasil.

Etapas de cultivo da soja

A cadeia produtiva da soja é complexa e envolve uma série de etapas que devem ser cuidadosamente gerenciadas para garantir altos índices de produtividade e sustentabilidade. 

Na fase de campo, podemos dividi-las basicamente em preparo do solo, seleção de cultivares, semeadura, adubação, manejo da irrigação, controle integrado de doenças, pragas e plantas daninhas, e, no final do ciclo, a colheita.

Análise e preparo do solo

Essa etapa envolve a análise detalhada do solo para identificar necessidades de correção, como a aplicação de calcário para ajuste do pH, e garantir a disponibilidade de nutrientes essenciais. 

Além disso, o Sistema de Plantio Direto (SPD) tem se consolidado como a prática ideal para garantir a sustentabilidade e a produtividade das lavouras. No SPD, o solo não é revolvido como no preparo convencional; em vez disso, a palhada das culturas anteriores é mantida na superfície, proporcionando diversos benefícios para o sistema agrícola como um todo. 

Protegendo o solo da erosão e conservando a umidade, a presença da palhada na superfície também promove a melhoria da estrutura do solo, favorecendo a infiltração de água, a atividade biológica e a adição de matéria orgânica. 

Outros importantes benefícios são o auxílio no controle de plantas daninhas e a retenção de carbono no solo, o que resulta em um ambiente mais equilibrado e produtivo para o cultivo da soja. 

Seleção de cultivares e semeadura

A escolha das cultivares de soja é uma decisão estratégica que impacta diretamente a produtividade da safra. No Brasil, onde as condições climáticas e de solo variam amplamente entre as regiões, é crucial selecionar cultivares que sejam adaptadas a essas especificidades. 

O potencial produtivo das cultivares está relacionado, entre outros fatores, à resistência a pragas, doenças e estresses ambientais. Essas características irão influenciar todo o manejo a ser realizado pelo produtor durante o período de safra. 

Uma vez decidido a cultivar de soja, o produtor deve estar atento à qualidade das sementes para uma emergência uniforme e satisfatória. Boas sementes possuem alta germinação e vigor e um bom tratamento químico e biológico é necessário, visando o controle de pragas e doenças iniciais da lavoura.

A semeadura deve ser realizada no momento adequado, respeitando os prazos do vazio sanitário para cada região e com as técnicas corretas, respeitando a profundidade e o espaçamento apropriados.

Adubação: nutrição essencial para altos rendimentos

A adubação na cultura da soja é um dos pilares para alcançar altos rendimentos e qualidade na produção. A  nutrição correta das plantas deve ser baseada na análise de solo do local de cultivo, e a adubação precisa ser feita de forma equilibrada e ajustada às condições específicas de cada área.

No SPD, a aplicação de fertilizantes é normalmente realizada de forma localizada, na linha de plantio, garantindo que os nutrientes estejam disponíveis nas zonas de maior atividade radicular. Além disso, a prática da adubação verde, que envolve o uso de leguminosas como plantas de cobertura antes da safra da soja, ajuda a enriquecer o solo com nitrogênio, um nutriente vital para a produção. 

A adubação eficiente, associada ao manejo adequado, não só maximiza a produtividade, mas também contribui para a sustentabilidade do cultivo, mantendo a fertilidade do solo a longo prazo.

Manejo da irrigação

O manejo da irrigação é uma prática essencial para assegurar que a soja receba a quantidade certa de água. Essa prática pode influenciar diretamente o rendimento final da lavoura, especialmente em regiões onde a distribuição de chuvas é irregular ou em safras com previsões de precipitação hídrica abaixo do esperado. 

O sistema de irrigação de pivô central é amplamente utilizado nas lavouras brasileiras e seu uso durante a safra é rigorosamente controlado para otimizar o uso da água, evitando tanto o déficit quanto o excesso hídrico. A irrigação bem manejada contribui para o crescimento saudável das plantas e, consequentemente, para a maximização da produtividade.

Manejo Integrado da lavoura: doenças, pragas e plantas daninhas

O controle integrado de doenças, pragas e plantas daninhas é outra prática fundamental na produção de soja. Esses manejos envolvem, de forma geral, a combinação de práticas culturais, biológicas e químicas para proteger as lavouras de forma sustentável. 

Para o controle de doenças, como a ferrugem-asiática, uma das principais ameaças à soja no Brasil, é fundamental o monitoramento contínuo das lavouras, aliado ao uso de fungicidas específicos aplicados de forma estratégica, principalmente no controle preventivo. A rotação de culturas também desempenha um papel crucial no controle de patógenos do solo, quebrando o ciclo de doenças que afetam a soja e diminuindo a sua incidência ao longo do ciclo.

No combate às pragas, como lagartas, o manejo integrado inclui, entre outras práticas, o uso de variedades com melhoramento genético. Na grande maioria dos cultivos, se utilizam sojas transgênicas, ajudando a manter as populações dessas pragas abaixo do nível de dano econômico. 

Além disso, o monitoramento constante das lavouras permite a identificação precoce de infestações, possibilitando a aplicação direcionada de inseticidas no momento correto, aumentando as chances de um controle eficaz. 

O controle integrado de plantas daninhas é igualmente necessário para evitar a competição por água, luz e nutrientes. A utilização de herbicidas seletivos, combinada com práticas culturais, como a rotação de culturas e o uso de coberturas vegetais, ajuda a suprimir o crescimento das plantas daninhas.

 Para mais, o manejo de plantas daninhas resistentes a herbicidas requer uma estratégia diversificada, que inclui a alternância de mecanismos de ação dos defensivos e o uso de práticas como o plantio direto, que limita a emergência de plantas daninhas ao manter a palhada na superfície do solo.

Colheita

A colheita da soja é um ponto de importante atenção e deve ser realizada com precisão para assegurar a qualidade e o rendimento dos grãos. O momento ideal para a colheita, quando os grãos atingem a maturidade fisiológica, é crucial para evitar perdas.  Ainda, o uso de maquinários bem regulados é essencial para reduzir danos aos grãos e garantir um produto final de alta qualidade. 

Após a colheita, os grãos passam por processos de secagem e armazenagem, fundamentais para preservar sua qualidade até a comercialização.

Todas essas etapas, descritas brevemente, são cuidadosamente planejadas e manejadas a campo pelos produtores e técnicos, visando atingir altas produtividades, o que, por sua vez, sustenta o Brasil como líder global na produção e na exportação de soja. Dessa forma, o sucesso na execução de cada etapa do cultivo da soja reflete diretamente na contribuição significativa desta cultura para o crescimento econômico do Brasil.

Relevância econômica da soja

Como principal produto agrícola exportado pelo Brasil, a soja gera bilhões de dólares em receitas anuais, contribuindo significativamente para o superávit na balança comercial. Esse grão é essencial para a sustentabilidade econômica de diversos Estados e municípios, uma vez que a cultura está distribuída praticamente em todo o território nacional.

Os grandes volumes de exportações de soja do Brasil colocam o país como um dos maiores fornecedores globais dessa commodity. A soja brasileira é altamente demandada em diversos mercados internacionais, com a China sendo um dos principais destinos. 

A compra da soja brasileira pela China é impulsionada pela necessidade de alimentação de seu vasto rebanho de suínos e aves, setores que requerem grandes quantidades de farelo de soja como fonte de proteína para rações animais.

Além de sua importância nas exportações, a cadeia produtiva da soja também impulsiona outros setores, como o de insumos agrícolas, transporte e processamento de alimentos. A produção de óleo de soja e farelo, por exemplo, abastece tanto o mercado interno quanto o externo, destacando-se como uma das principais fontes de proteína vegetal no mundo. 

Esse complexo agroindustrial gera milhares de empregos e promove o desenvolvimento de infraestruturas, como portos e rodovias, indispensáveis para a logística eficiente da commodity.

O impacto econômico da soja vai além das fronteiras das fazendas, influenciando diretamente o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Com a crescente demanda global, especialmente da China, o Brasil se consolidou como um dos maiores produtores e exportadores de soja, solidificando sua posição no mercado agrícola mundial. 

Essa demanda tem incentivado o avanço de tecnologias agrícolas e práticas mais sustentáveis, ampliando a produtividade e a competitividade brasileira.

A relevância econômica da soja no Brasil não se limita à geração de riqueza imediata, mas também ao seu potencial de fomentar investimentos em inovação e sustentabilidade no campo. 

A evolução da agricultura de precisão e o desenvolvimento de novas cultivares resistentes a pragas e mudanças climáticas são exemplos de como o setor de soja impulsiona o progresso tecnológico, garantindo a longevidade e a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global.

Desde o preparo do solo até o controle integrado de doenças, pragas e plantas daninhas, cada fase é essencial para o sucesso da safra e contribui diretamente para a posição de destaque do Brasil no mercado internacional de soja.

A sua relevância econômica no agronegócio brasileiro não pode ser subestimada. Como principal produto agrícola do país, a soja gera receita significativa, impulsiona o desenvolvimento tecnológico e a infraestrutura rural, e cria milhões de empregos diretos e indiretos.

Ao dominar essas práticas de cultivo, o Brasil não apenas assegura sua liderança global na produção de soja, mas também fortalece sua economia e consolida sua posição como um dos pilares da segurança alimentar mundial.

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