Se o Brasil é o país da agricultura aos olhos do restante do mundo – com a maior extensão de área agricultável do planeta –, os grãos são, sem dúvidas, o principal motivo. Tudo começou pelo milho, cuja importância é tão fundamental para o passado e o presente do país, que ficou instituído, em 2015, o Dia Nacional do Milho, a ser comemorado em 24 de maio.

Segundo a Lei nº 13.101, de 27 de janeiro de 2015, a data foi fixada a fim de “estimular e orientar a cultura do milho, […] em todo o território nacional.” Uma planta nativa das Américas, seu nome significa “sustento da vida”, nada mais justo, visto que se trata do 8º alimento mais consumido no mundo, de acordo com dados da FAO (Food and Agriculture Organization).

Estima-se que, na América do Sul, o cultivo de milho seja uma prática com mais de 4.000 anos de existência, em sistemas complexos, que exploravam as diferentes espécies da planta para aplicar em fins diversos. As populações nativas do Brasil faziam parte desse grupo de primeiros produtores de milho, ainda que sem interesse econômico. Foi aí que começou a história do cereal em nosso país, com destaque para:

  • são séculos desde a introdução do milho no território brasileiro;
  • seu alto valor nutritivo o tornou importante para a alimentação humana e animal;
  • sua evolução na agricultura brasileira tem sido muito significativa nos últimos 40 anos;
  • o cultivo de milho no Brasil é marcado pela capacidade de produzir três safras por ano;
  • o grão ganha cada vez mais espaço na indústria, pelo desenvolvimento de subprodutos provenientes do processamento.

Em 2023, a expectativa é de uma produção recorde para o milho. Enquanto as lavouras da safrinha se desenvolvem com força, cabe a nós investigarmos a relevância do Dia Nacional do Milho para o produtor rural brasileiro e para a economia. Por isso, selecionamos 5 fatos sobre a cultura do milho que justificam a importância da data.

Boa leitura.

1. É um cultivo secular

É difícil afirmar ao certo desde quando existe o cultivo de milho no Brasil, mas o grão fazia parte da alimentação cotidiana dos povos originários, sendo uma das poucas culturas plantadas de maneira sistemática, ao lado da mandioca, do amendoim e do fumo. A partir disso, começou a tradição da atividade agrícola, sendo as práticas com o milho passadas para os europeus, dando origem às roças de subsistência lá no século XVI.

O cenário era de um território enorme, com menos de um milhão de habitantes e uma agricultura com capacidade de produção muito elevada em face ao consumo interno, muito disso por conta da incrível planta capaz de sustentar a vida: o milho.

2. Cereal de alto valor nutricional

O milho é um alimento com alto valor nutritivo e energético, por apresentar grandes níveis de carboidrato, vitaminas (B1 e B3) e minerais (fósforo, magnésio, potássio, zinco, entre outros), além de possuir bastante fibra e antioxidantes. É muito recomendado para a nutrição infantil, sendo uma das alternativas em políticas de combate à desnutrição, por ser barato e abundante.

Se isso já não fosse bom o bastante, o milho ainda promove diversos benefícios à saúde humana, tais como:

  • melhora o sistema digestório, por conta das fibras;
  • possibilita o equilíbrio de açúcares;
  • favorece a produção de energia no organismo;
  • protege o sentido da visão, por seu teor de carotenoides;
  • ajuda a desenvolver a imunidade;
  • oportuniza o ganho de massa magra.

Tudo isso não está só relacionado ao corpo humano, o grão de milho também é grande aliado da nutrição animal, sendo o principal ingrediente para rações e sustentando um processo importante da produção pecuária.

3. Representa uma das culturas que mais evolui no Brasil

Entre os cultivos agrícolas, a cultura do milho foi uma das que mais cresceu ao longo das últimas quatro décadas. No gráfico a seguir, é possível observar um salto enorme de produção, em proporção muito superior ao aumento da área cultivada. Isso é um indicativo das melhorias aplicadas nas técnicas e tecnologias de cultivo, possibilitando aumentar o volume de produção do milho sem necessariamente abrir grandes extensões de área de plantio, por meio da eficiência de manejo, que eleva a produtividade.

dia do milho

Elaborado pela redação, com base em dados da Série Histórica do Milho Total (1ª, 2ª e 3ª safras) (Conab, 2023).

Assim, nos últimos 40 anos houve um aumento de 88,4% para a área, 556,7% para o volume de produção e 248,4% para a produtividade média nas três safras de milho cultivadas em todo o território nacional.

4. O Brasil é o único país capaz de produzir até três safras de milho no mesmo ano

Histórico, experiência e condições ambientais são os principais fatores que fazem do Brasil o terceiro maior produtor de milho do mundo. A grande mudança das últimas décadas é a dinâmica de produção, possibilitando comportar até três safras em um mesmo ano agrícola. 

As safras são adequadas de acordo com as condições da região e do produtor, o que possibilita três ciclos de milho ao ano, se considerarmos o contexto nacional da produção. A otimização das safras por região e por época do ano faz do Brasil o único país do mundo com essa capacidade. Há alguns fatos relevantes no que tange ao tema:

  • adoção de cultivares de milho de ciclo precoce;
  • variedades adaptadas a condições climáticas de regiões específicas;
  • otimização do sistema de sucessão soja-milho;
  • maior eficiência na plantabilidade das lavouras;
  • práticas agrícolas de proteção à saúde do solo;

A curva comparativa do volume produzido na 1ª, 2ª e 3ª safras de milho brasileiras mostra que, em 10 anos, a safrinha (2ª) se igualou à primeira safra, tornando-se a principal no ciclo 2011/12 e representando mais de 75% do total da produção nacional em 2022/23.

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5. Características do grão permitem versatilidade de exploração econômica

A eficiência de produção e a elevação da qualidade do grão expandiram a aplicação industrial do milho. O processamento do cereal deixa de ficar reservado à produção de alimentos e passa a ganhar espaço em outros setores, com o desenvolvimento de novos produtos derivados do milho.

A versatilidade de seu uso ultrapassa as fronteiras da culinária – que já eram bem largas, com a transformação do grão em dezenas de variedades de comidas e bebidas típicas do Brasil – e alcança mercados como o de cosméticos, tecidos, farmacêuticos, produtos colantes, bioplásticos e biocombustíveis. 

A maior parte da produção ainda se destina à alimentação animal, mas o etanol de milho vem aumentando em oferta e demanda a cada ano, contribuindo para a necessária transição energética global, como medida para frear as mudanças climáticas.

Histórico, nutritivo, necessário, versátil e sustentável. Esses são os cinco adjetivos que podemos atribuir ao cereal como conclusão desta breve análise elaborada em comemoração ao 24 de maio: Dia Nacional do Milho. Ademais, cabe seguir aprimorando a tecnologia de aplicação para a proteção da cultura e as técnicas de manejo integrado que impulsionam ainda mais a performance brasileira na atividade agrícola.

Perspectivas futuras para a cultura do milho: alternativas de produção sustentável

dia do milho

Lavoura de milho híbrido, a partir de sementes NK. Fonte: Syngenta Seeds.

Além de toda a história que envolve a cultura e dos fatos que a tornam indispensável para a economia e para a sociedade, o Dia Nacional do Milho também é uma oportunidade de delinear alternativas que permitem aumentar a sustentabilidade da produção agrícola.

O método de cultivo amplamente usado no Brasil já é avançado no que diz respeito a uma produção sustentável, pela aplicação de boas práticas de manejo que protegem a produtividade e a qualidade do grão, mas também as características e a saúde do solo, de maneira a preservar o ecossistema que mantém a área agrícola em equilíbrio.

Todavia, há sempre espaço para aprimorar, especialmente considerando que a agricultura tem importante papel no cumprimento de metas globais de economia sustentável. Em se tratando da cultura do milho, uma solução importante são as novas tecnologias aplicadas às sementes por meio de melhoramento genético.

Os híbridos de milho permitem aumentar a produção sem gerar impactos diretos ao meio ambiente, pois geram plantas que:

  • são mais resilientes às variações e aos estresses climáticos;
  • têm maior capacidade de absorver e utilizar os recursos fornecidos pelo solo (como água e nutrientes);
  • apresentam maior tolerância e resistência diante de organismos que ameaçam a cultura (fungos, pragas e nematoides).

Com isso, o produtor tem em mãos uma tecnologia que promove características positivas às plantas de milho, de maneira que medidas de manejo mais incisivas – como revolvimento do solo, excesso de aplicações de defensivos agrícolas e expansão da área – tornam-se menos necessárias, sem que haja o risco de perder produtividade.

Diante de tanto potencial, diferentes centros de pesquisa distribuídos por todo o Brasil estão contribuindo com a Syngenta Seeds no desenvolvimento de sementes de milho geneticamente melhoradas. Afinal, iniciativas como essa entregam ao agricultor alta tecnologia, com aprimoramento contínuo, e moldam o futuro da cultura do milho no Brasil e no mundo.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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