Sobre o picão-branco

Picão-branco, fazendeiro e botão de ouro são nomes populares dados a uma erva daninha que atinge a quase todas as culturas anuais e perenes, além de pastagens e jardins. Também é chamada de erva-da-moda, fazendeiro-peludo e fazendeiro-de-folha-dentada. Em outros países é conhecida como potato weed ou gallant-soldiers (Grã-Bretanha); small flowered galinsoga ou lesser quickweed (Estados Unidos); guasca (Colômbia); mielcilla (Costa Rica).

O picão-branco é uma planta da família Asteraceae, originária da América do Sul e com ocorrência em todo o território brasileiro. É uma espécie herbácea anual que se desenvolve principalmente nas Regiões Sudeste e Sul do País, onde se instala em áreas cultivadas, passando a competir por espaço e recursos. Ocorre com muita frequência em áreas olerícolas com cultivos de alho, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve-flor e tomate, entre outras. Fornece pólen para abelhas durante todo o ano. Pode ainda  hospedar nematóides – Meloidogyne spp. – e vírus causadores de doenças. É usada na medicina tradicional, que atribui propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias. Porém na maior parte dos casos, são consideradas ervas daninhas.

Essa planta daninha tem pequenas flores brancas, similares às margaridas, e folhagem comestível, com aproximadamente 10cm de comprimento. A propagação da invasora ocorre por suas sementes, facilmente dispersadas pelo vento. Essa planta é de fácil propagação e pode chegar a 80 cm de altura em alguns casos. Suas folhas são ovaladas, de forma aguda a acuminada e serrilhadas na borda. As flores são pequenas, amarelas e reunidas em capítulos subglobosos, que medem de 4 a 7 mm de diâmetro e são polinizadas por insetos. Os frutos são do tipo cipselas, e podem medir de 1 a 1,5 mm de comprimento, em formato de estrela. Propaga-se pelas sementes e prefere clima tropical a subtropical. Apresenta caule ereto ou decumbente com ramos ascendentes, cilíndrico, verde com leve pigmentação avermelhada e revestido por esparsa pilosidade. Folhas opostas cruzadas, pecioladas, as do ápice sésseis ou quase. Limbo ovalado ou longo-ovalado com 3 nervuras e recoberto por poucos e pequenos pelos. Margens irregularmente onduladas ou serradas. Inflorescência terminal do tipo dicásio de capítulos. Capítulos pedunculados com receptáculo cônico margeado por um invólucro de brácteas verdes e glabras. Flores do interior do capítulo hermafroditas, tubulosas e de coloração amarela. Flores femininas situadas na margem do capítulo, com corola branca ligulada, cujo ápice é bífido ou trífido, associados. A característica que determina esta espécie é a morfologia da lígula. Fruto seco do tipo aquênio.

Culturas afetadas pelo picão-branco

Culturas Afetadas: Abacaxi, Acácia negra, Alface, Alfafa, Algodão, Algodão (logo após plantio), Algodão – OGM, Algodão S.P.D., Alho, Ameixa, Amendoim, Arroz, Arroz irrigado, Arroz irrigado S.P.D., Arroz S.P.D., Arroz sequeiro, Aspargo, Aveia, Aveia preta, Aveia S.P.D., Azevém, Banana, Batata, Batata S.P.D., Beterraba, Cacau, Café, Café S.P.D., Cana-de-açúcar, Cana-de-açúcar (em Pós-emergência), Cana-de-açúcar (logo após plantio), Cana-de-açúcar (maturação), Cana-de-açúcar (Planta), Cana-de-açúcar (Plantio), Cana-de-açúcar (Soca), Cana-de-açúcar S.P.D., Cebola, Cenoura, Centeio, Centeio S.P.D., Cevada, Cevada S.P.D., Citrus, Citrus (Pré-plantio), Citrus S.P.D., Coco, Crisântemo , Ervilha, Eucalipto, Eucalipto (Florestas implantadas), Eucalipto (Implantação da Floresta), Eucalipto S.P.D., Feijão, Feijão S.P.D., Fumo, Girassol, Gladíolo, Gramados, Maçã, Maçã (Pré-plantio), Mamão, Mandioca, Milheto, Milho, Milho (Pós-emergência), Milho – Geneticamente Modificado, Milho S.P.D., Nectarina, Pastagens, Pera, Pêssego, Pinus, Pinus (Florestas implantadas), Pinus (Implantação da Floresta), Reflorestamento, Repolho, Seringueira (Floresta implantada), Seringueira (Implantação da Floresta), Sisal, Soja, Soja – Geneticamente Modificada, Soja CV – Geneticamente modificada, Soja S.P.D., Sorgo, Sorgo (em Pós-emergência), Tomate, Tratamento de solo, Trigo, Trigo S.P.D., Triticale, Triticale S.P.D., Uva, Uva (Pré-plantio).

Danos causados pelo picão-branco

As perdas causadas pelo picão-branco são signifcativas e podem ser devidas à competição, pelo efeito da alelopatia ou indiretamente, reduzindo a qualidade do produto colhido. A competição ocorre quando qualquer fator de ambiente (água, luz ou nutrientes) é dividido entre a cultura e as invasoras, e se torna limitante à obtenção de altas produtividades. A alelopatia é a inibição do crescimento de uma planta por outra, através da liberação de compostos químicos no ambiente. Embora não estejam completamente estudados, os efeitos alelopáticos entre plantas têm sido relatados e provavelmente a alelopatia seja responsável por parte da perda da produtividade da cultura quando as plantas daninhas estão presentes.

A redução mais acentuada da produtividade das culturas ocorre quando a competição acontece nos estádios iniciais de desenvolvimento, denominado período crítico de competição, que se estende, em geral, até 50 dias após a emergência das plantas, podendo ser diferente dependendo da cultura em produção. Durante esse período, os prejuízos provocados são irreversíveis, e é por isso que nessa época qualquer cultura deve estar livre da interferência das plantas daninhas.

Embora a competição tardia não afete significativamente o rendimento em geral, ela pode interferir nas operações de colheita e na qualidade do produto colhido, cada cultura com suas particularidades. No caso de produção de grãos por exemplo, a contaminação dos mesmos com partes de plantas daninhas e/ou com suas sementes provoca sua depreciação. Além disso, podem ainda: dificultar a colheita, elevar a umidade dos grãos e os custos de secagem, favorecer sua fermentação, aumentar a incidência de pragas no armazenamento e, inclusive, diminuir o valor recebido pelos produtores, devido aos descontos causados pela impureza e umidade de grãos.

Métodos de controle do picão-branco

Para controle do picão-branco, é recomendado um manejo integrado de plantas invasoras:

•           Controle Preventivo

Adotar algumas ações podem reduzir o aparecimento de plantas daninhas na lavoura. São medidas que estão ao alcance do produtor, como a limpeza rigorosa de implementos e maquinário, além do uso de sementes ou mudas certificadas. Essas práticas previnem a entrada de sementes de plantas daninhas no campo de cultivo e impedem que se proliferem.

•           Controle Cultural

O controle cultural é mais uma ferramenta que deve ser levada em consideração no manejo e consiste em:

  • Escolha de espécies adaptadas à região de plantio
  • Escolha da época de plantio
  • Densidade e no espaçamento entre as plantas
  • Rotação de cultura.

Dentre essas associações de estratégias, temos também o plantio direto como base de formação de uma massa de cobertura sobre o solo. A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas que necessitam mais luz para germinar.

•           Controle Físico

O controle físico pode ser realizado por meio da solarização do solo, com fogo e/ou inundação. Para se fazer a solarização, utiliza-se uma cobertura de polietileno transparente. Com isso, a temperatura do solo aumenta, matando o embrião da planta daninha – a plântula. Quantidade de luz, umidade do solo, tempo de permanência da cobertura são fatores que influenciam no sucesso da prática. Já o uso do fogo eleva a temperatura da planta em um curto espaço de tempo, ocasionando a sua morte. Por fim na inundação são usadas lâminas de água em espaços abertos no terreno, chamados de tabuleiros ou quadros. São métodos de controle que também devem ser considerados dependendo da cultura em produção, porém normalmente encontra-se dificuldade para implementação dessas metodologias.

•           Controle Químico

O controle químico de plantas daninhas é feito com uso de defensivos, mais especificamente de herbicidas. É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação na planta invasora.

É preciso saber a dose correta do produto associada à tecnologia de aplicação. o momento correto de aplicar de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta daninha e número de aplicações. Muitas vezes é utilizado como estratégia uma única aplicação ou ainda aplicações sequenciais.

A tecnologia tem otimizado a aplicação de defensivos químicos no campo. O controle químico, hoje, é feito com o uso de pulverizadores tratorizados e aéreos.

•           Controle Mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas é feito por meio do arranquio manual ou uso de equipamentos como a enxada e cultivadores (enxada fixa ou rotativa). Mesmo após a introdução de herbicidas no mercado, o uso desses equipamentos é muito comum. Principalmente em pequenas propriedades, em que o emprego de outros métodos de controle é limitado devido à falta de equipamentos e à topografia do terreno. Já em grandes propriedades, o uso do controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior agilidade.

Produtos indicados para o manejo do picão-branco

A variedade de herbicidas da Syngenta traz o suporte necessário para o manejo das plantas daninhas de difícil controle, amenizando os prejuízos causados. Para o manejo do picão-branco, os produtos indicados são: Dual Gold, Gardomil, Primagram Gold, Primaiz Gold, Primestra Gold, Flex, Calaris, Primóleo e Metagan. Consulte sempre um profissional especializado.

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