Produtores de soja estão com altas expectativas de produtividade para a próxima safra. Porém, mesmo em meio ao otimismo, rondam as incertezas diante dos desafios do próximo ciclo, como enfrentar a proliferação de percevejos, um dos principais inimigos da lavoura.

A presença desse inimigo indesejado no campo pode ser devastador. Em alta pressão, o percevejo pode inviabilizar completamente os grãos, já que diminui o potencial de desenvolvimento e o vigor das plantas. Estima-se que o inseto é capaz de causar perdas de produtividade de aproximadamente 30% e acarretar sérios prejuízos econômicos ao produtor.

No entanto, o manejo desta praga é relativamente simples. Basta que o produtor siga as orientações recomendadas por especialistas. Entre elas, está o da utilização de um inseticida com efeito de choque e residual, além de um amplo espectro de ação, aliada a um bom Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Efeito de choque e residual

O efeito de choque se dá por meio da presença de duas substâncias no produto, que agem por meio da hiperexcitação do sistema nervoso dos insetos, estimulando continuamente os impulsos elétricos dos neurônios. São elas: o Tiametoxam e a Lambda-cialotrina. A combinação destes dois elementos em um produto tem se mostrado eficaz no controle do percevejo, uma vez que, se aplicado corretamente, consegue controlar mais 95% da praga em apenas uma hora.

Além do efeito de choque, também é fundamental que o inseticida tenha um bom efeito residual. Afinal, quanto maior a aderência do inseticida às plantas, menor será a possibilidade de ele ser retirado pelas chuvas – o que resultará em um período de controle de ninfas e adultos muito maior. Isso comprova que, quanto mais o produto aderir nas folhas, maior a probabilidade de um controle eficaz. Assim, um produto com boa aderência é determinante para o sucesso da aplicação.

O uso de produtos com capacidade de uma melhor cobertura, com uma melhor superfície de contato no momento da pulverização, também contribui para o sucesso no manejo. Afinal, defensivos com esta propriedade são capazes de gerar, desta forma, uma maior aderência na lavoura e nos insetos atingidos diretamente, em seus micropelos, antenas e outras partes. É importante destacar que a principal maneira de contaminação dos insetos pelos inseticidas ocorre de modo tarsal, ou seja, quando eles caminham sobre a vegetação.

Produtos com amplo espectro

Por conseguirem combater, ao mesmo tempo, várias espécies de percevejos e de outras pragas, os inseticidas de amplo espectro de ação são os mais indicados para esta tarefa. Como também são flexíveis em relação aos diferentes cultivos, eles se adaptam muito bem em propriedades onde é feita a rotação de culturas. Portanto, são eficazes não só no controle do percevejo, mas no de outros insetos sugadores que se proliferam na lavoura de soja.

Manejo correto

Utilizar um defensivo que possua todas as características descritas acima é, segundo especialistas, apenas um dos passos para combater o percevejo. O outro é a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

A prática é feita sempre por meio de um monitoramento constante da produção e, dependendo da estratégia escolhida para combater o invasor, pode envolver diversas ferramentas – desde agroquímicos, agentes biológicos e até variedades de plantas.

A adoção do MIP é essencial para esse controle, uma vez que é ele que indica a real necessidade de uso de produtos fitossanitários e qual o mais indicado para o combate de percevejos adultos e ninfas. Consequentemente, é esta prática que orientará para a escolha do produto mais eficiente e confiável e que resultará na maior produtividade e qualidade da lavoura, com maiores ganhos ao produtor.

Produção e Parceria: DNAgro (Canal Rural)