{"id":18248,"date":"2024-10-29T16:00:00","date_gmt":"2024-10-29T19:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/maisagro.syngenta.com.br\/?p=18248"},"modified":"2024-10-29T14:43:30","modified_gmt":"2024-10-29T17:43:30","slug":"escaldadura-na-cana-de-acucar-sintomas-danos-e-controle","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/maisagro.syngenta.com.br\/tudo-sobre-agro\/escaldadura-na-cana-de-acucar-sintomas-danos-e-controle\/","title":{"rendered":"Escaldadura na cana-de-a\u00e7\u00facar: sintomas, danos e controle\u00a0"},"content":{"rendered":"\n

A cana-de-a\u00e7\u00facar<\/strong> \u00e9 uma das culturas mais importantes do agroneg\u00f3cio brasileiro, sendo a base para a produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7\u00facar, etanol e diversos outros derivados. No entanto, ao longo dos anos, a lavoura tem enfrentado desafios significativos<\/strong> relacionados a doen\u00e7as<\/strong>, sendo a escaldadura uma das principais preocupa\u00e7\u00f5es fitossanit\u00e1rias. <\/p>\n\n\n\n

Essa doen\u00e7a, causada pela bact\u00e9ria<\/strong> Xanthomonas albilineans<\/em>, tem um impacto direto na produtividade e na qualidade da cana, e se n\u00e3o controlada, pode comprometer a lucratividade do canavial. Diante disso, \u00e9 extremamente necess\u00e1rio fazer uso de estrat\u00e9gias eficazes de monitoramento e controle. <\/p>\n\n\n\n

Neste artigo, vamos explorar os principais sintomas da escaldadura<\/strong>, o cen\u00e1rio de incid\u00eancia no Brasil, os preju\u00edzos econ\u00f4micos e as medidas adotadas pelos produtores para mitigar seus efeitos com \u00eanfase no Manejo Integrado de Doen\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

Cen\u00e1rio da escaldadura no Brasil<\/h2>\n\n\n\n

A incid\u00eancia<\/strong> da escaldadura na cana-de-a\u00e7\u00facar no Brasil tem preocupado produtores em diferentes regi\u00f5es<\/strong>, sobretudo nas \u00e1reas de cultivo mais intensivo, como os Estados de S\u00e3o Paulo, Goi\u00e1s e Minas Gerais. <\/p>\n\n\n\n

A bact\u00e9ria Xanthomonas albilineans<\/em> tem se mostrado especialmente adaptada \u00e0s condi\u00e7\u00f5es tropicais, de locais em que o calor e a umidade elevada favorecem sua prolifera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O Brasil, como maior produtor mundial de cana-de-a\u00e7\u00facar<\/strong>, enfrenta grandes desafios com a escaldadura. Em anos de alta incid\u00eancia da doen\u00e7a, a produtividade das lavouras pode cair drasticamente, o que leva a preju\u00edzos econ\u00f4micos consider\u00e1veis e afeta diretamente a ind\u00fastria sucroalcooleira.<\/p>\n\n\n\n

O que \u00e9 a escaldadura na cana-de-a\u00e7\u00facar?<\/h2>\n\n\n\n

A escaldadura da cana-de-a\u00e7\u00facar \u00e9 uma doen\u00e7a bacteriana <\/strong>causada pela Xanthomonas albilineans<\/em>. Essa bact\u00e9ria \u00e9 capaz de colonizar os tecidos vasculares da planta e manifesta-se em diferentes \u00f3rg\u00e3os, com sintomas distintos.<\/p>\n\n\n\n

O nome “escaldadura” \u00e9 atribu\u00eddo pelo aspecto caracter\u00edstico das folhas afetadas, que parecem escaldadas, com les\u00f5es brancas e secas.<\/p>\n\n\n\n

A doen\u00e7a \u00e9 uma das principais amea\u00e7as<\/strong> \u00e0 cultura da cana-de-a\u00e7\u00facar, especialmente em regi\u00f5es tropicais e subtropicais.<\/p>\n\n\n\n

Sintomas e dispers\u00e3o da escaldadura na cana-de-a\u00e7\u00facar<\/h2>\n\n\n\n

Quando a escaldadura se manifesta em variedades extremamente suscet\u00edveis, os danos podem ser devastadores, resultando em perdas de at\u00e9 100% da produ\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, a doen\u00e7a pode causar deforma\u00e7\u00f5es nos colmos, morte das touceiras, redu\u00e7\u00e3o na produ\u00e7\u00e3o e diminui\u00e7\u00e3o da concentra\u00e7\u00e3o de sacarose. <\/p>\n\n\n\n

Existem tr\u00eas tipos principais de sintomas, que s\u00e3o considerados complexos:<\/p>\n\n\n\n

    \n
  • descolora\u00e7\u00e3o interna nos colmos<\/strong>: em alguns casos, h\u00e1 uma descolora\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o dos n\u00f3s dentro dos colmos, que pode ser confundida com os sintomas do raquitismo da soqueira.<\/li>\n\n\n\n
  • estrias brancas nas folhas<\/strong>: o sintoma externo mais caracter\u00edstico \u00e9 o surgimento de estrias brancas nas folhas, que podem se estender at\u00e9 a base.<\/li>\n\n\n\n
  • queima total das folhas<\/strong>: nas variedades mais suscet\u00edveis, em condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis ao desenvolvimento da bact\u00e9ria, ocorre a queima completa das folhas, dando a impress\u00e3o de que a planta foi “escaldada”, origem do nome da doen\u00e7a.<\/li>\n<\/ul>\n\n\n\n

    Esses sintomas podem ser confundidos com outras doen\u00e7as ou estresses ambientais, o que torna o diagn\u00f3stico preciso e o monitoramento cont\u00ednuo fatores essenciais para o controle eficaz da escaldadura.<\/p>\n\n\n\n

    A dispers\u00e3o do pat\u00f3geno ocorre, principalmente, por meio de:<\/p>\n\n\n\n

      \n
    • mudas infectadas<\/strong>: a dissemina\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a frequentemente ocorre pelo uso de mudas infectadas. Por isso, o uso de mudas certificadas e livres de doen\u00e7as \u00e9 uma pr\u00e1tica essencial.<\/li>\n\n\n\n
    • vento e chuva<\/strong>: a bact\u00e9ria pode ser dispersa por respingos de chuva ou pelo vento, facilitando a contamina\u00e7\u00e3o de novas \u00e1reas em ambientes com alta densidade de plantio.<\/li>\n\n\n\n
    • ferramentas de corte<\/strong>: a uso de ferramentas contaminadas, como fac\u00f5es e m\u00e1quinas de colheita, tamb\u00e9m \u00e9 uma via significativa de propaga\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a.<\/li>\n<\/ul>\n\n\n\n

      Essa dispers\u00e3o \u00e9 ainda mais favorecida quando a bact\u00e9ria encontra as condi\u00e7\u00f5es ideais para se desenvolver.<\/p>\n\n\n\n

      Condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis ao desenvolvimento da escaldadura<\/h2>\n\n\n\n

      As condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas s\u00e3o determinantes para o desenvolvimento da escaldadura na cana-de-a\u00e7\u00facar. A doen\u00e7a \u00e9 mais comum em regi\u00f5es de clima tropical<\/strong>, onde o calor e a umidade se tornam fatores prop\u00edcios<\/strong> \u00e0 prolifera\u00e7\u00e3o da Xanthomonas albilineans<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

      Temperaturas elevadas<\/strong> criam o ambiente ideal para que a bact\u00e9ria se multiplique e se espalhe rapidamente pelas plantas. Al\u00e9m disso, a alta umidade relativa do ar<\/strong>, associada a chuvas frequentes, favorece a dissemina\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, j\u00e1 que respingos de \u00e1gua carregam o pat\u00f3geno de uma planta para outra. <\/p>\n\n\n\n

      O monocultivo extensivo da cana-de-a\u00e7\u00facar tamb\u00e9m contribui para o aumento da incid\u00eancia da escaldadura, pois a aus\u00eancia de rota\u00e7\u00e3o de culturas cria um ambiente cont\u00ednuo e favor\u00e1vel para a sobreviv\u00eancia e a propaga\u00e7\u00e3o da bact\u00e9ria. <\/p>\n\n\n\n

      Esse cen\u00e1rio clim\u00e1tico e agr\u00edcola torna a preven\u00e7\u00e3o e o controle da escaldadura ainda mais desafiadores, exigindo uma estrat\u00e9gia cuidadosa e integrada<\/strong> por parte dos produtores.<\/p>\n\n\n\n

      O Manejo Integrado de Doen\u00e7as<\/h2>\n\n\n\n

      O Manejo Integrado de Doen\u00e7as (MID)<\/strong> \u00e9 uma estrat\u00e9gia sustent\u00e1vel que combina pr\u00e1ticas culturais, qu\u00edmicas e biol\u00f3gicas para controlar a escaldadura de maneira mais eficiente e duradoura. <\/p>\n\n\n\n

      O objetivo do MID \u00e9 reduzir a popula\u00e7\u00e3o do pat\u00f3geno e o impacto da doen\u00e7a ao mesmo tempo que reduz os custos para o produtor e mant\u00e9m o agroecossistema equilibrado, o que tamb\u00e9m contribui para a sustentabilidade ambiental<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

      A seguir falaremos das diversas pr\u00e1ticas agr\u00edcolas dispon\u00edveis para minimizar a propaga\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a e reduzir os danos \u00e0s planta\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

      Monitoramento e identifica\u00e7\u00e3o do pat\u00f3geno<\/h3>\n\n\n\n

      O monitoramento constante<\/strong> da lavoura \u00e9 a base do MID. Essa fase \u00e9 crucial para a identifica\u00e7\u00e3o precoce da escaldadura. Produtores devem realizar inspe\u00e7\u00f5es regulares<\/strong>, observando os primeiros sinais de infec\u00e7\u00e3o, como manchas e queima das folhas.<\/p>\n\n\n\n

      A identifica\u00e7\u00e3o<\/strong> correta do pat\u00f3geno, em casos de d\u00favidas, pode ser feita mediante an\u00e1lises laboratoriais de amostras de plantas suspeitas. Essa pr\u00e1tica \u00e9 fundamental para a tomada de decis\u00f5es sobre o controle da doen\u00e7a, evitando perdas mais significativas.<\/p>\n\n\n\n

      Controle cultural<\/h3>\n\n\n\n

      A ado\u00e7\u00e3o de pr\u00e1ticas culturais adequadas \u00e9 fundamental para a preven\u00e7\u00e3o e o controle da escaldadura. <\/p>\n\n\n\n

      Entre as medidas mais eficazes, est\u00e3o o uso de mudas sadias <\/strong>para evitar a introdu\u00e7\u00e3o do pat\u00f3geno nas \u00e1reas de plantio e a elimina\u00e7\u00e3o de res\u00edduos ou partes de plantas infectadas<\/strong>, para evitar a sobreviv\u00eancia e dissemina\u00e7\u00e3o da bact\u00e9ria para plantas saud\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

      Al\u00e9m das pr\u00e1ticas j\u00e1 mencionadas, outras medidas de controle cultural podem ser adotadas para prevenir e reduzir a incid\u00eancia da escaldadura na cana-de-a\u00e7\u00facar. <\/p>\n\n\n\n

      Uma delas \u00e9 a escolha adequada do local de plantio<\/strong>, evitando \u00e1reas com hist\u00f3rico de alta incid\u00eancia da doen\u00e7a ou que apresentem condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas particularmente favor\u00e1veis ao desenvolvimento da Xanthomonas albilineans<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

      Outra pr\u00e1tica recomendada \u00e9 o espa\u00e7amento adequado entre as plantas<\/strong>, permitindo melhor circula\u00e7\u00e3o de ar entre as fileiras, o que ajuda a reduzir a umidade excessiva que favorece a prolifera\u00e7\u00e3o do pat\u00f3geno. <\/p>\n\n\n\n

      A manuten\u00e7\u00e3o de pr\u00e1ticas de irriga\u00e7\u00e3o controlada<\/strong> tamb\u00e9m pode ser \u00fatil, pois evita o encharcamento do solo e a alta umidade nas folhas, que contribuem para a dissemina\u00e7\u00e3o da bact\u00e9ria.<\/p>\n\n\n\n

      O manejo adequado do solo, com o uso de t\u00e9cnicas que favore\u00e7am a drenagem, e a rota\u00e7\u00e3o de culturas com plantas n\u00e3o hospedeiras<\/strong> da Xanthomonas albilineans<\/em> completam as principais medidas culturais preventivas, promovendo um ambiente menos prop\u00edcio<\/strong> para o avan\u00e7o da doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

      Essas pr\u00e1ticas, quando combinadas, ajudam a reduzir o impacto da escaldadura e a manter a sanidade do canavial.<\/p>\n\n\n\n

      Controle biol\u00f3gico<\/h3>\n\n\n\n

      Embora o controle biol\u00f3gico ainda esteja em fase de estudo para a escaldadura, h\u00e1 pesquisas promissoras<\/strong> sobre o uso de microrganismos antagonistas que podem reduzir a popula\u00e7\u00e3o da Xanthomonas albilineans<\/em> no ambiente. <\/p>\n\n\n\n

      No entanto, essa pr\u00e1tica ainda n\u00e3o \u00e9 amplamente adotada em campo para o controle da bact\u00e9ria<\/p>\n\n\n\n

      Controle qu\u00edmico<\/p>\n\n\n\n

      O controle qu\u00edmico<\/strong> da escaldadura na cana \u00e9 uma ferramenta importante para prevenir a dissemina\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, especialmente em \u00e1reas onde a incid\u00eancia \u00e9 alta. <\/p>\n\n\n\n

      No entanto, esse tipo de controle deve ser aplicado de maneira preventiva<\/strong>, uma vez que, ap\u00f3s a infec\u00e7\u00e3o da planta, o pat\u00f3geno se instala no sistema vascular, tornando o tratamento menos eficaz. A aplica\u00e7\u00e3o de bactericidas deve ser realizada antes que os sintomas graves apare\u00e7am<\/strong>, ajudando a reduzir a popula\u00e7\u00e3o da bact\u00e9ria nas plantas e no solo.<\/p>\n\n\n\n

      Uma pr\u00e1tica essencial para garantir a efic\u00e1cia do controle qu\u00edmico \u00e9 a rota\u00e7\u00e3o de mol\u00e9culas<\/strong>. Alternar o uso de diferentes princ\u00edpios ativos ajuda a evitar que o pat\u00f3geno resistente aos produtos aplicados seja selecionado, o que \u00e9 um risco quando se utiliza repetidamente o mesmo tipo de defensivo. <\/p>\n\n\n\n

      Essa rota\u00e7\u00e3o deve ser planejada ao longo do ciclo da cultura, integrando o controle qu\u00edmico a outras pr\u00e1ticas de manejo<\/strong> para garantir melhores resultados.<\/p>\n\n\n\n

      O sucesso do controle qu\u00edmico, contudo, depende de sua integra\u00e7\u00e3o com outras estrat\u00e9gias, como o manejo cultural preventivo e o uso de mudas certificadas. <\/p>\n\n\n\n

      A combina\u00e7\u00e3o dessas pr\u00e1ticas aumenta as chances de controlar a escaldadura de forma eficiente<\/strong>, sem causar danos severos \u00e0 planta\u00e7\u00e3o, o que tamb\u00e9m contribui para uma lavoura mais sustent\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

      Preven\u00e7\u00e3o cont\u00ednua para minimizar os danos da escaldadura<\/h2>\n\n\n\n

      Controlar a escaldadura da cana-de-a\u00e7\u00facar de forma eficiente requer uma estrat\u00e9gia preventiva e integrada. O monitoramento cont\u00ednuo, o uso de mudas certificadas e as pr\u00e1ticas agr\u00edcolas adequadas, como a rota\u00e7\u00e3o de mol\u00e9culas, s\u00e3o passos imprescind\u00edveis para evitar grandes danos da doen\u00e7a nas lavouras. <\/p>\n\n\n\n

      Por fim, a conscientiza\u00e7\u00e3o e a capacita\u00e7\u00e3o dos produtores sobre o manejo integrado e a import\u00e2ncia do controle precoce s\u00e3o essenciais para minimizar os impactos da escaldadura na produ\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar no Brasil. <\/p>\n\n\n\n

      Uma lavoura saud\u00e1vel \u00e9 resultado de estrat\u00e9gias de manejo eficazes, implementadas de forma coordenada e cont\u00ednua.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

      A cana-de-a\u00e7\u00facar \u00e9 uma das culturas mais importantes do agroneg\u00f3cio brasileiro, sendo a base para a produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7\u00facar, etanol e diversos outros derivados. 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