{"id":18246,"date":"2024-10-29T14:38:16","date_gmt":"2024-10-29T17:38:16","guid":{"rendered":"https:\/\/maisagro.syngenta.com.br\/?p=18246"},"modified":"2024-10-29T14:38:19","modified_gmt":"2024-10-29T17:38:19","slug":"estria-vermelha-na-cana-de-acucar-sintomas-danos-e-controle","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/maisagro.syngenta.com.br\/tudo-sobre-agro\/estria-vermelha-na-cana-de-acucar-sintomas-danos-e-controle\/","title":{"rendered":"Estria-vermelha na cana-de-a\u00e7\u00facar: sintomas, danos e controle"},"content":{"rendered":"\n
A estria-vermelha <\/strong>\u00e9 uma doen\u00e7a que tem se mostrado um grande desafio para a cultura da cana-de-a\u00e7\u00facar no Brasil, impactando diretamente a produtividade das lavouras. <\/p>\n\n\n\n Causada pela bact\u00e9ria Acidovorax avenae<\/em>, a doen\u00e7a se manifesta em diversas regi\u00f5es canavieiras, principalmente em \u00e1reas onde as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas favorecem sua prolifera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n A doen\u00e7a tem chamado aten\u00e7\u00e3o tanto de pesquisadores quanto de produtores, devido ao seu potencial de causar grandes perdas<\/strong> na produtividade da cana, uma das culturas mais importantes para a economia brasileira. <\/p>\n\n\n\n Com o aumento da incid\u00eancia dessa doen\u00e7a nas principais regi\u00f5es produtoras, torna-se essencial aprofundar o conhecimento sobre os seus sintomas, os danos que pode causar \u00e0 lavoura e as estrat\u00e9gias de manejo que v\u00eam sendo aplicadas para minimizar seus impactos. <\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m de explorar os aspectos t\u00e9cnicos da doen\u00e7a e do pat\u00f3geno, este texto aborda as principais pr\u00e1ticas adotadas para o controle da estria-vermelha e a import\u00e2ncia do monitoramento constante das planta\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n O Brasil \u00e9 o maior produtor mundial de cana<\/strong>, respons\u00e1vel por grande parte da produ\u00e7\u00e3o global de a\u00e7\u00facar e etanol. No entanto, a estria-vermelha tem se tornado uma preocupa\u00e7\u00e3o crescente, especialmente nas \u00faltimas d\u00e9cadas, com a incid\u00eancia em diversas regi\u00f5es<\/strong> do pa\u00eds. <\/p>\n\n\n\n A doen\u00e7a j\u00e1 foi identificada em diversos Estados e suas consequ\u00eancias s\u00e3o alarmantes: perda de vigor da planta, redu\u00e7\u00e3o na quantidade de colmos e, consequentemente, menor produtividade.<\/p>\n\n\n\n Em termos de preju\u00edzos, a estria-vermelha pode resultar em perdas significativas<\/strong> em \u00e1reas severamente afetadas. Al\u00e9m de comprometer o rendimento, a doen\u00e7a aumenta os custos de produ\u00e7\u00e3o, uma vez que demanda maior aten\u00e7\u00e3o no manejo e pode exigir maiores gastos com m\u00e3os de obra e maquin\u00e1rios. <\/p>\n\n\n\n Visando controlar corretamente essa doen\u00e7a, \u00e9 de extrema import\u00e2ncia conhecer os sintomas mais comuns do pat\u00f3geno no canavial.<\/p>\n\n\n\n O diagn\u00f3stico precoce da estria-vermelha \u00e9 fundamental para mitigar seus efeitos. Os primeiros sintomas geralmente aparecem nas folhas da cana-de-a\u00e7\u00facar, na forma de estrias longas e finas<\/strong>, de colora\u00e7\u00e3o vermelha ou marrom<\/strong>, paralelas \u00e0s nervuras. <\/p>\n\n\n\n Essas estrias podem ser observadas na l\u00e2mina foliar, normalmente na parte mediana inferior e, em casos mais severos, podem se expandir para o topo do colmo<\/strong>, levando \u00e0 morte dos tecidos e comprometendo o desenvolvimento da planta.<\/p>\n\n\n\n Ao atingir o topo do colmo, o sintoma \u00e9 comumente chamado de podrid\u00e3o do colmo<\/strong>. Com o progresso da doen\u00e7a, esse dano pode se estender para o restante do \u00f3rg\u00e3o, ocasionando rachaduras que liberam um l\u00edquido de odor desagrad\u00e1vel<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Os sintomas s\u00e3o observados normalmente em plantas mais jovens, de quatro a seis meses.<\/p>\n\n\n\n A progress\u00e3o dos sintomas varia conforme as condi\u00e7\u00f5es ambientais e o manejo aplicado na lavoura. Em regi\u00f5es com alta umidade do ar<\/strong> (maior que 90%) e temperaturas mais elevadas <\/strong>(acima de 28 \u00b0C), a doen\u00e7a tende a se espalhar mais rapidamente, agravando seus efeitos sobre a planta.<\/p>\n\n\n\n O agente causal da estria-vermelha, Acidovorax avenae<\/em>, \u00e9 uma bact\u00e9ria e a infec\u00e7\u00e3o<\/strong> ocorre principalmente por meio de ferimentos na planta<\/strong>, como cortes provocados durante a colheita ou danos causados por insetos. Al\u00e9m dos ferimentos, o pat\u00f3geno pode contaminar a cana por meio dos est\u00f4matos das folhas<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Uma vez dentro do hospedeiro, a bact\u00e9ria come\u00e7a a se multiplicar rapidamente nos tecidos vasculares da planta, gerando os sintomas caracter\u00edsticos.<\/p>\n\n\n\n A dispers\u00e3o<\/strong> do pat\u00f3geno pode ocorrer de diversas formas, sendo a \u00e1gua e o vento os principais vetores<\/strong>. Chuvas intensas e irriga\u00e7\u00e3o por aspers\u00e3o podem facilitar o movimento da bact\u00e9ria entre as plantas, enquanto o vento pode transportar part\u00edculas infectadas para \u00e1reas pr\u00f3ximas.<\/p>\n\n\n\n Conhecer as caracter\u00edsticas do pat\u00f3geno Acidovorax avenae<\/em>, assim como as condi\u00e7\u00f5es ideais de prolifera\u00e7\u00e3o, \u00e9 essencial para implementar um Manejo Integrado de Doen\u00e7as (MID)<\/strong> eficaz, pois permite identificar os momentos cr\u00edticos para a aplica\u00e7\u00e3o de medidas preventivas. <\/p>\n\n\n\n O MID \u00e9 uma estrat\u00e9gica abrangente que combina diferentes estrat\u00e9gias de controle para minimizar os danos causados por pat\u00f3genos, como a Acidovorax avenae<\/em>. Esse controle prioriza o uso de pr\u00e1ticas culturais, controle biol\u00f3gico, qu\u00edmico e o monitoramento constante da lavoura.<\/p>\n\n\n\n A integra\u00e7\u00e3o de diferentes m\u00e9todos<\/strong> apresenta diversas vantagens, entre elas a redu\u00e7\u00e3o dos custos de produ\u00e7\u00e3o e dos danos potenciais do pat\u00f3geno. Al\u00e9m disso, o MID promove a sustentabilidade agr\u00edcola<\/strong>, pois valoriza todos os integrantes do sistema agr\u00edcola.<\/p>\n\n\n\n A seguir, falaremos da etapa de monitoramento e dos tipos de controle dispon\u00edveis no MID.<\/p>\n\n\n\n O monitoramento constante<\/strong> dos canaviais \u00e9 uma das ferramentas mais eficazes no combate \u00e0 estria-vermelha. A identifica\u00e7\u00e3o precoce<\/strong> dos sintomas permite que os produtores adotem medidas de controle antes que a doen\u00e7a se espalhe por grandes \u00e1reas, evitando perdas significativas de produtividade.<\/p>\n\n\n\n T\u00e9cnicas de monitoramento envolvem inspe\u00e7\u00f5es regulares<\/strong> das plantas, principalmente em per\u00edodos de alta umidade e temperaturas elevadas, quando a doen\u00e7a tende a se manifestar com mais intensidade. <\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, o uso de tecnologias<\/strong>, <\/strong>como drones e sensores, pode auxiliar na identifica\u00e7\u00e3o de \u00e1reas infectadas de forma mais r\u00e1pida e precisa.<\/p>\n\n\n\n A correta identifica\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a tamb\u00e9m \u00e9 fundamental, j\u00e1 que os sintomas da estria-vermelha podem ser confundidos com outras doen\u00e7as da cana-de-a\u00e7\u00facar. Nesse sentido, o suporte de laborat\u00f3rios especializados na an\u00e1lise fitopatol\u00f3gica \u00e9 essencial para a confirma\u00e7\u00e3o do diagn\u00f3stico.<\/p>\n\n\n\n A rota\u00e7\u00e3o de culturas<\/strong>, quando poss\u00edvel de ser aplicada, \u00e9 uma estrat\u00e9gia eficiente para reduzir a press\u00e3o de in\u00f3culo do pat\u00f3geno. Al\u00e9m disso, o uso de variedades de cana-de-a\u00e7\u00facar mais tolerantes<\/strong> \u00e0 estria-vermelha pode minimizar a dissemina\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n Outro aspecto importante \u00e9 o manejo adequado da irriga\u00e7\u00e3o<\/strong>. A irriga\u00e7\u00e3o por aspers\u00e3o, quando n\u00e3o bem manejada, pode facilitar a dissemina\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a entre as plantas. <\/p>\n\n\n\n O controle biol\u00f3gico \u00e9 uma estrat\u00e9gia que utiliza organismos vivos<\/strong> para combater pragas e pat\u00f3genos, promovendo um equil\u00edbrio natural no ecossistema agr\u00edcola. <\/p>\n\n\n\n No caso da estria-vermelha, embora esse m\u00e9todo ainda n\u00e3o seja amplamente utilizado no campo, ele apresenta grande potencial<\/strong> para o manejo sustent\u00e1vel da doen\u00e7a. <\/p>\n\n\n\n Microrganismos antagonistas<\/strong>, como bact\u00e9rias ben\u00e9ficas e fungos, podem inibir o crescimento de Acidovorax avenae<\/em>, competindo por espa\u00e7o e nutrientes ou produzindo subst\u00e2ncias que impedem a prolifera\u00e7\u00e3o da bact\u00e9ria causadora da estria-vermelha.<\/p>\n\n\n\n Embora ainda esteja em fase experimental, o controle biol\u00f3gico tem mostrado resultados promissores e pode se tornar uma importante ferramenta <\/strong>no MID da cana-de-a\u00e7\u00facar, incluindo a estria-vermelha. Sua ado\u00e7\u00e3o futura no campo depender\u00e1 do desenvolvimento de tecnologias que viabilizem a aplica\u00e7\u00e3o em larga escala, oferecendo aos produtores uma alternativa sustent\u00e1vel e eficiente para o controle dessa doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n O controle qu\u00edmico<\/strong> da estria-vermelha, embora menos frequente, pode ser necess\u00e1rio em casos de infec\u00e7\u00f5es severas. O uso de bactericidas deve ser feito de forma preventiva<\/strong>, pois uma vez instalada, a doen\u00e7a \u00e9 dif\u00edcil de controlar. <\/p>\n\n\n\n A aplica\u00e7\u00e3o de produtos qu\u00edmicos deve ser realizada no in\u00edcio do ciclo da cultura ou logo ap\u00f3s a detec\u00e7\u00e3o dos primeiros sintomas.<\/p>\n\n\n\n Uma das melhores pr\u00e1ticas no controle qu\u00edmico \u00e9 a rota\u00e7\u00e3o de mol\u00e9culas<\/strong>, evitando o uso repetido de um mesmo princ\u00edpio ativo, que pode levar \u00e0 sele\u00e7\u00e3o do pat\u00f3geno resistente. <\/p>\n\n\n\n \u00c9 importante tamb\u00e9m que os produtores sigam as recomenda\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas<\/strong> de t\u00e9cnicos e engenheiros-agr\u00f4nomos, que podem indicar o momento e a dose correta dos produtos a serem aplicados, proporcionando melhor efic\u00e1cia do produto no campo.<\/p>\n\n\n\n A preven\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre o melhor caminho quando se trata do controle da estria-vermelha. Os produtores devem adotar uma postura proativa, implementando medidas preventivas<\/strong>, <\/strong>como o plantio de variedades mais tolerantes e a elimina\u00e7\u00e3o de materiais infectados ainda nas fases iniciais de desenvolvimento da cultura.<\/p>\n\n\n\n O uso de materiais gen\u00e9ticos certificados<\/strong> e a pr\u00e1tica de desinfec\u00e7\u00e3o de equipamentos<\/strong> agr\u00edcolas tamb\u00e9m s\u00e3o medidas essenciais para evitar a contamina\u00e7\u00e3o e a dissemina\u00e7\u00e3o<\/strong> da doen\u00e7a entre talh\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n Diante dos desafios impostos pela estria-vermelha, \u00e9 imprescind\u00edvel que os produtores estejam sempre atualizados em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s novas tecnologias e pr\u00e1ticas de manejo<\/strong>. <\/p>\n\n\n\n A pesquisa cient\u00edfica<\/strong> tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento de novas variedades de cana-de-a\u00e7\u00facar resistentes \u00e0 doen\u00e7a e na cria\u00e7\u00e3o de defensivos agr\u00edcolas mais eficientes e sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, o fortalecimento de parcerias entre produtores, pesquisadores e empresas do setor agr\u00edcola tem sido crucial para o avan\u00e7o no controle da estria-vermelha, resultando em pr\u00e1ticas mais eficazes e de menor custo.<\/p>\n\n\n\n A estria-vermelha continuar\u00e1 sendo um desafio para os produtores de cana nos pr\u00f3ximos anos, especialmente em um cen\u00e1rio de mudan\u00e7as clim\u00e1ticas que favorecem o desenvolvimento de pat\u00f3genos. <\/p>\n\n\n\n No entanto, o avan\u00e7o nas pesquisas e o aperfei\u00e7oamento das t\u00e9cnicas de manejo integrado oferecem uma perspectiva positiva para o controle da doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n O MID ser\u00e1 uma ferramenta indispens\u00e1vel no controle da estria-vermelha nos pr\u00f3ximos anos, combinando diferentes m\u00e9todos de manejo para minimizar a propaga\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a de forma eficiente e sustent\u00e1vel. <\/p>\n\n\n\n Com essa estrat\u00e9gia, os produtores podem reduzir a press\u00e3o de in\u00f3culo do pat\u00f3geno e aumentar a resili\u00eancia das lavouras a longo prazo. O uso cont\u00ednuo do MID, aliado \u00e0 constante atualiza\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica, ser\u00e1 essencial para garantir o sucesso no combate \u00e0 estria-vermelha em um cen\u00e1rio de agricultura cada vez mais exigente e sustent\u00e1vel.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A estria-vermelha \u00e9 uma doen\u00e7a que tem se mostrado um grande desafio para a cultura da cana-de-a\u00e7\u00facar no Brasil, impactando diretamente a produtividade das lavouras. Causada pela bact\u00e9ria Acidovorax avenae, a doen\u00e7a se manifesta em diversas regi\u00f5es canavieiras, principalmente em \u00e1reas onde as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas favorecem sua prolifera\u00e7\u00e3o. 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Sintomas da estria-vermelha na cana-de-a\u00e7\u00facar<\/h2>\n\n\n\n
Caracter\u00edsticas do pat\u00f3geno<\/h2>\n\n\n\n
Manejo Integrado de Doen\u00e7as (MID)<\/h2>\n\n\n\n
Monitoramento e identifica\u00e7\u00e3o do agente causal<\/h3>\n\n\n\n
M\u00e9todos de controle da estria-vermelha<\/h3>\n\n\n\n
Controle cultural<\/h4>\n\n\n\n
Controle biol\u00f3gico<\/h4>\n\n\n\n
Controle qu\u00edmico<\/h4>\n\n\n\n
Preven\u00e7\u00e3o e controle a longo prazo<\/h4>\n\n\n\n
A\u00e7\u00f5es para mitigar os impactos da estria-vermelha<\/h4>\n\n\n\n
O futuro do manejo da estria-vermelha na cana-de-a\u00e7\u00facar<\/h2>\n\n\n\n